segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Antioxidantes no tratamento oncológico: sim ou não?

Os antioxidantes são produzidos no organismo e são fornecidos através da alimentação ou da suplementação. Têm-se os polifenóis (flavonóides e ácidos fenólicos), as vitaminas e derivados (C, E e carotenóides) e os minerais (selénio, cobre e zinco).

Antioxidante é a substância que previne, atrasa ou elimina os danos provocados por radicais livres. Esses danos, causados pelo stresse oxidativo, consistem em alterações na estrutura das células e envelhecimento das mesmas, podendo contribuir para o aparecimento de cancro e outras doenças. Alguns estudos sugerem a influência dos antioxidantes no tratamento oncológico.

antioxidantesAs células cancerígenas têm um nível de stresse oxidativo superior ao das células saudáveis. Muitos fármacos usados em quimioterapia atuam provocando a morte celular através do stresse oxidativo que causam. Contudo, o sucesso pode ser condicionado pelos antioxidantes presentes no organismo, pois podem estar a promover o desenvolvimento do tumor em vez de interrompê-lo. Em termos gerais, os antioxidantes podem aumentar ou diminuir a eficácia do tratamento, pelo que tanto a suplementação como a restrição dos mesmos na alimentação, durante o tratamento oncológico, são aspetos a considerar.

Estudos que combinam o tratamento da leucemia mielóide crónica e de linfoma com doxorrubicina e vitamina C sugerem que esta contribui para uma maior resistência ao tratamento e para o desenvolvimento da doença. Por outro lado, a ação do resveratrol parece diminuir o efeito anticancerígeno do paclitaxel no cancro da mama. No caso da quercetina, altas doses parecem aumentar o efeito da cisplatina, do 5-fluorouracil, do taxol e da pirarubicina mas, em baixa quantidade, o antioxidante parece causar a ineficácia dos fármacos. Com o zinco, no cancro da próstata, acontece precisamente o oposto. Já em doentes com cancro do pulmão, especialmente se fumadores, a toma de doses elevadas de b-caroteno está associada a um pior prognóstico.

Os antioxidantes também mostram efeitos positivos. É o caso do extrato de Unha-de-Gato, uma planta da Amazónia, em doentes tratados com a combinação de 5-fluorouracil, doxorrubicina e ciclofosfamida, e dos taninos (polifenol), em doentes em tratamento com doxorrubicina. Nestes estudos, os efeitos secundários da quimioterapia diminuíram sem redução da eficácia do tratamento. A epigalocatequina galato (EGCG) parece melhorar a ação da doxorrubicina, da cisplatina e do 5-fluorouracil, reduzindo o crescimento dos tumores. Altas doses de vitaminas A e E e selénio, juntamente com óleos de peixe, parecem abrandar a progressão do cancro tratado com cisplatina. A curcumina, além de se relacionar com o aumento da sensibilidade das células cancerígenas à radioterapia, parece melhorar o efeito da cisplatina. Por outro lado, as vitaminas C e E e o β-caroteno, em doses normais e não em elevadas quantidades, parecem aumentar a força e reduzir a fadiga de doentes com cancro tratados com cisplatina e radioterapia, melhorando a qualidade de vida.

Quanto à melatonina, os resultados são contraditórios; tanto se sugere que contribuam para uma maior redução do tumor e melhor taxa de sobrevivência, como parecem contribuir somente para menos efeitos secundários.

A radioterapia, envolve a produção acrescida de radicais livres, afetando o estado antioxidante das células. O consumo de vitaminas C e E tem vindo a ser relacionado a um agravamento dos efeitos secundários, à redução da eficácia do tratamento e a uma maior mortalidade. Todavia, a curcumina, a EGCG e a melatonina parecem melhorar a ação anti-tumoral do tratamento.

Atualmente, é impossível efetuar uma recomendação geral acerca da ingestão ou administração de antioxidantes durante o tratamento oncológico. Para uma melhor resposta aos tratamentos oncológicos, são necessários mais estudos que esclareçam toda a controvérsia existente.

Referências: Fuchs-Tarlovsky V, Bejarano-Rosales M, Gutierrez-Salmean G, Casillas MA, Lopez-Alvarenga JC,  Ceballos-Reyes GM. Efecto de la suplementación con antioxidantes sobre el estrés oxidativo y la calidad de vida durante el tratamiento oncológico en pacientes con cáncer cérvico uterino. Nutricion Hospitalaria. 2011; 26(4): 819–826. Lawenda BD, Kelly KM, Ladas EJ, Sagar SM, Vickers A, Blumberg JB. Should supplemental antioxidant administration be avoided during chemotherapy and radiation therapy?. Journal of the National Cancer Institute. 2008; 100(11): 773–783. Lecumberri E, Dupertuis YM, Miralbell R, Pichard C. Green tea polyphenol epigallocatechin-3-gallate (EGCG) as adjuvant in cancer therapy. Clinical Nutrition. 2013; 32(6): 894–903. Masahiko T, Tsunehiko N, Tsutomu K. Clinical trial of adverse effect inhibition with glucosides of vitamin C and vitamin E in radiotherapy and chemotherapy. Journal of Cancer Research and Therapeutics. 2005; 1(4): 239. Matés JM, Segura JA, Alonso FJ, Márquez J. Oxidative stress in apoptosis and cancer: an update. Archives of Toxicology. 2012; 86(11): 1649–1665. Mut-Salud N, Álvarez PJ, Garrido JM, Carrasco E, Aránega A, Rodriguez-Serrano F. Antioxidant Intake and Antitumor Therapy: Toward Nutritional Recommendations for Optimal Results. Oxid Med Cell Longev. 2016;  2016: 6719534. Shehzad A, Lee J, Lee YS. Curcumin in various cancers. BioFactors. 2013; 39(1): 56–68. Sookprasert A, Johns NP, Pnunmanee A et al.. Melatonin in patients with cancer receiving chemotherapy: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Anticancer Research. 2014; 34(12): 7327–7337. Suhail N, Bilal N, Khan HY et al.. Effect of vitamins C and e on antioxidant status of breast-cancer patients undergoing chemotherapy. Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics. 2012; 37(1): 22–26. Fontes de imagens: http://ift.tt/1ThEMeX; http://ift.tt/1OI2RTN

 

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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Seja curioso, alopecia no doente oncológico

O obetivo dos tratamentos no doente oncológico é a cura ou o alívio de sintomatologia da doença.

Todos os tratamentos têm efeitos colaterais, nomeadamente a quimioterapia, radioterapia, cirurgia, hormonoterapia, entre outros. Os efeitos colaterais podem variar de doente para doente, de acordo com o tipo de tratamento efetuado, do estado a pessoa, do estadio da doença e do tipo de tumor.

A alopecia, a queda de cabelo, é um dos efeitos colaterais que pode ocorrer em doentes que fazem quimioterapia e radioterapia, podendo ocorrer em todo o corpo ou apenas em algumas partes. O cabelo pode cair gradualmente ou de uma só vez, sendo esta uma situação temporária nos doentes que efetuam quimioterapia, uma vez que este volta a crescer algum tempo após terminarem os tratamentos.

Nem todos os doentes que fazem quimioterapia apresentam alopecia uma vez que esta depende do citotóxico que está a ser utilizado. A queda de cabelo geralmente é gradual e a quantidade varia de pessoa para pessoa. Nos primeiros tratamentos a queda é ligeira, tendendo a aumentar com o aumento do nº de ciclos de quimioterapia. Após terminar os tratamentos o cabelo volta a crescer, muitas vezes com características diferentes.

Nos doentes que fazem radioterapia o cabelo que cai encontra-se na área que está a ser irradiada, dependendo também da dose de radiação. Este tipo de tratamento em altas doses pode provocar alopecia permanente.

Formas de minimizar a queda do cabelo

Embora sendo uma situação desconfortável para os doentes, há várias formas de minimizar esse desconforto nomeadamente com: o uso de um champô suave, uso de protetor solar para o couro cabeludo ou de um turbante ou chapéu, evitar secar o couro cabeludo com altas temperaturas, uso de escovas de cabelo macias para o cabelo ainda existente ou que esteja a crescer, evitar frisar ou pintar o cabelo, utilizar almofadas com fronhas macias e o uso perucas confortáveis.

O cabelo tende a voltar crescer 2 a 3 meses após terminar o tratamento de quimioterapia. A cor e a textura do cabelo podem ser diferentes do original, mas com o tempo poderá voltar ao original.

Referências: Phipps; Long; Woods & Cassmeyer. (2009). Enfermagem Médico-cirurgica. Conceitos e prática clínica. Lusodidacta. Costa, C.; Magalhães, H.; Félix, R.; Costa, A. & Cordeira, S. (2005). O Cancro e a Qualidade de Vida. Novartis. Fonte da imagem:http://ift.tt/1R9GGrD

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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Research Trial: um website inteiramente dedicado aos investigadores!

Já pensou no dia-a-dia de um investigador? Entre a azáfama do laboratório e as inúmeras experiências em curso, os investigadores dedicam grande parte do seu tempo a estudar. Para além disso, é também exigido aos investigadores que cumpram a difícil tarefa de conseguir encontrar financiamento para os seus projetos científicos. Desta forma, e com o objetivo de poupar tempo aos investigadores, surgiu a Research Trial.

A Research Trial é uma plataforma inteiramente dedicada aos investigadores na área da Oncologia. Nesta plataforma, os investigadores podem aceder a oportunidades de financiamento, bem como a oportunidades de emprego e a diversos eventos científicos, de forma rápida e altamente dirigida.  Em poucos cliques, os investigadores encontram as oportunidades mais adequadas ao seu perfil e às suas necessidades. A equipa da Research Trial pesquisa diariamente na internet todas as oportunidades e, através do seu website, direciona os visitantes para essas mesmas oportunidades. A ideia é simples: poupar tempo aos investigadores de forma totalmente gratuita!

A plataforma foi criada em 2015, tendo registado até agora visitas de investigadores de 96 países. A plataforma oferece, de forma inovadora, a oportunidade dos investigadores encontrarem oportunidades mediante a sua área de investigação, não tendo por isso que visitar vários websites ou utilizar inúmeros filtros para que consigam encontrar a informação desejada.

Vale ainda a pena referir que é possível qualquer utilizador registado publicar na Research Trial uma oportunidade de emprego, financiamento ou um evento científico. Por outro lado, a equipa da Research Trial assegura também o envio das oportunidades via e-mail para os investigadores que desejam usufruir de tal serviço.

No futuro, prevê-se a criação de plataformas similares para outras áreas de investigação, oferecendo por isso as mesmas funcionalidades a investigadores de várias áreas. Não perca a oportunidade de visitar o website e as redes sociais (Facebook, Twitter e LinkedIn) da Research Trial!

 

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Obesidade: a Epidemia Global do Século XXI

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a obesidade a epidemia global do século XXI. Esta doença está comprovadamente associada ao aumento da probabilidade de sofrermos de diversos tipos de patologias, nomeadamente, problemas cardiovasculares, cancro, entre muitos outros.

Esta é uma realidade inegável e confirmada pela OMS. Esta patologia está diretamente relacionada com hábitos alimentares pouco saudáveis e ausência de atividade física. Ora, sendo a adoção de hábitos alimentares saudáveis e de atividade física, dependentes da decisão e da alteração de comportamentos das pessoas, por que motivo esta doença tem vindo a aumentar consideravelmente? Como poderemos abordar este problema na sua complexidade?

De acordo com Filipa Pimenta, Isabel Leal e João Maroco, no seu artigo intitulado: “Obesidade: Fatores de Pertinência na Intervenção para a Perda de Peso”, a solução terá que passar por uma abordagem multifatorial e multidisciplinar do problema.

Nesta perspetiva torna-se crucial envolvimento dos decisores políticos, da sociedade civil, das organizações privadas e dos meios de comunicação social, pois é fundamental:

– criar condições promotoras e facilitadoras da atividade física nas zonas residenciais, nas escolas e nos locais de trabalho;

– criar legislação que limite a publicidade de bens alimentares prejudiciais à saúde e, pelo contrário promova a promoção de bens alimentares saudáveis, particularmente, na publicidade dirigida às crianças;

promover hábitos nutricionais saudáveis e hábitos de exercício físico em todos os contextos e para todas as pessoas, independentemente da sua idade ou nível socioeconómico;

– promover a produção agrícola e animal sustentável e não contaminada;

- promover o bem-estar emocional, a autoestima e o autoconhecimento, atendendo a que (de acordo com os autores mencionados, citando O’Donoghue & Rabin, 1999; Laibson, 1997) é muitas vezes nas pessoas com “tendência para a gratificação imediata, veiculada pelo prazer de comer, em prejuízo da valorização de benefícios a médio-longo prazo (e.g. fruição de um bom estado de saúde), assim como uma pobre perceção de autocontrolo e compromisso” que ocorre uma elevada prevalência de obesidade.

Segundo os mesmos autores “apenas a observação dos comportamentos de risco (para a obesidade) à luz de um modelo que incorpore fatores psicofisiológicos, ambientais, sociais, desenvolvimentais, emocionais e cognitivos, num trabalho colaborativo entre profissionais das diferentes áreas, poderá permitir a compreensão desta problemática e a estruturação de intervenções objetivamente eficazes.”

Apesar da importância de envolvermos todos estes protagonistas e de considerarmos todos estes fatores, a motivação de cada um de nós é preponderante no sentido da mudança de comportamentos. Logo, se procura perder peso, adotar hábitos alimentares mais saudáveis, abandonar hábitos nefastos como o tabagismo e aumentar a sua atividade física, nada o impede de começar hoje, embora a ajuda profissional ao nível nutricional, médico, psicológico, entre outros contribua, com certeza para que a mudança seja mais profunda e duradoura.

Referências: Pimenta, Filipa; Leal, Isabel & Maroco, João (2012). “Obesidade: Fatores de Pertinência na Intervenção para a Perda de Peso”, in: Leal, Isabel; Pimenta, Filipa&Marques, Marta (2012). Intervenção em Psicologia Clínica e da Saúde: Modelos e Práticas. Placebo Editora; Silva, I., Pais-Ribeiro, J. L., & Cardoso, H. (2008). Porque comemos o que comemos: Determinantes psicossociais da selecção alimentar. Psicologia, saúde & doenças, 9(2), 189-208.; http://ift.tt/1Q4X6BH Fonte da imagem: http://ift.tt/1QbqiKw 

 

 

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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Cancro da mama: exercício físico para reabilitar

A prática de exercício tem sido identificada como um fator de promoção da qualidade de vida em mulheres submetidas a cirurgia por cancro da mama.

O mais comum é observar uma diminuição da atividade depois do diagnóstico de uma doença oncológica, contudo é fundamental que a doente compreenda que a diminuição de atividade agrava a sua condição física.

Após ser submetida a uma cirurgia da mama, a mulher passa a notar que o membro superior junto à mastectomia fica com menos força, com menos amplitude e com menos flexibilidade.  A qualidade de vida da mulher no dia-a-dia fica comprometida. Com o exercício é possível impulsionar um aumento de amplitude articular, o que facilita o aumento de força e consequentemente o aumento da flexibilidade do braço afetado pela cirurgia.

Por isso, as mulheres deveriam ser encorajadas a iniciar e a manter um programa de exercícios para a prevenção das doenças oncológicas por um lado e por outro após o diagnóstico de cancro da mama, quando se torna necessária a reabilitação.

Referências: ACSM (2006). ACSM´s resource manual for guidelines for exercise testing and prescription. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins.; Coordenação Nacional das Doenças Oncológicas, C. (2007). Plano Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas 2007-2010.

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Introdução alimentar no 1º ano de vida

A introdução alimentar no 1º ano de vida é um assunto importante para as novas mamãs.

De acordo com a Acta Pediátrica Portuguesa, é consensualmente reconhecido que do ponto de vista da evolução maturativa, o lactente normal de termo esteja preparado para o início da diversificação alimentar a partir dos 4 meses de vida. Aos 4 meses o lactente ganha uma maior estabilidade maxilar e do pescoço e o padrão primitivo de sucção começa a modificar-se.

No entanto, a evidência científica tem demonstrado benefícios para a saúde com o aleitamento materno exclusivo durante os primeiros 6 meses de vida.

O leite materno ou a fórmula infantil (no caso de impossibilidade em amamentar) fornece todos os nutrientes necessários durante os primeiros 6 meses de vida e continua a ser uma importante fonte nutricional até pelo menos os 12 meses.

Após os 6 meses as necessidades energéticas tornam-se maiores, as reservas de ferro e zinco começam a reduzir, e o leite materno ou a fórmula infantil não é suficiente, podendo limitar o crescimento e levar a situações de desnutrição. Por esta altura, a criança começa a mostrar sinais de desenvolvimento consistentes com a prontidão para comer.

Uma criança está pronta para comer quando:

– tem um bom controle da cabeça e pode sentar-se com o apoio

– abre a boca facilmente quando vê a comida ou a colher a aproximar-se dos lábios

– existe uma redução do reflexo da língua a empurrar os alimentos para fora

– é capaz de engolir ao invés de sugar

– o alimento é mantido na boca e empurrado para trás para ser engolido

– está interessada no que se passa ao seu redor, especialmente quando vê os cuidadores a comer.

A introdução precoce de sólidos vem substituir o leite materno ou fórmula nos seus nutrientes, o que pode resultar em energia e nutrientes inadequados para o crescimento.

Em algumas crianças, a introdução precoce de sólidos pode encorajar a superalimentação e obesidade quando as quantidades consumidas são bastante elevadas. Também o sistema digestivo e imunológico não está totalmente desenvolvido, colocando o bebé em maior risco de alergia e intolerância.

Referências: Anderson J, Malley K, Snell R. Is 6 months still the best for exclusive breas- tfeeding and introduction of solids? A literature review with consideration to the risk of the development of allergies. Breastfeed Rev 2009; 17: 23-31.; WHO(2001). Complementary Feeding Summary of guiding principals. Geneva [online] http://ift.tt/1TkYHrf Complementary_Feeding.pdf; Crédit photo : M&R Glasgow/Flickr 

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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Crianças com Cancro: no dia internacional, sensibilizar para prevenir!

Celebra-se a 15 de fevereiro, o Dia Nacional da Criança com Cancro!

A maior taxa de incidência de cancro em idade pediátrica, em Portugal, verifica-se na faixa entre os 15 e os 19 anos de idade, com destaque no sexo masculino (figura disponível no final do artigo).

Os especialistas defendem que um diagnóstico precoce é fundamental, permitindo salvar 8 em cada 10 crianças.

Tipos de cancro infantil mais frequentes

Os tipos de cancro infantil mais frequentes são as leucemias, linfomas e tumores do sistema nervoso central. Menos frequentes, mas também afetam as crianças são: neuroblastoma (nervos periféricos e sistema nervoso autónomo), tumor de Wilms (tumor renal), retinoblastoma (tumor da retina), tumor das células germinativa, osteossarcoma (tumor ósseo), sarcomas (tumor dos tecidos moles) e tumores hepáticos.

Os avanços na terapêutica e a realização de diagnósticos em fases iniciais têm contribuído para a eficácia do tratamento e para o aumento do número de crianças sobreviventes.

A UICC Global Cancer Control, na Declaração Mundial do Cancro, estabelece as seguintes metas:

  1. Reforçar os sistemas de saúde para o controlo eficaz do cancro
  2. Incluir no Plano Nacional de Vacinação de cada país a vacina do Vírus do Papiloma Humano (vacina HPV)
  3. Reduzir e dissipar mitos sobre o cancro
  4. Realizar rastreios para uma deteção mais precoce do cancro
  5. Melhorar o acesso aos serviços de saúde, nomeadamente do tratamento do cancro
  6. Melhorar a disponibilidade dos serviços para o controle da dor e ansiedade, característicos deste tipo de patologias
  7. Melhorar a educação e a formação dos profissionais de saúde.

As crianças e adolescentes são o coração de cada país. É responsabilidade de todos, garantir-lhes viver a vida ao máximo para alcançar os seus sonhos e objectivos.

criança com cancro

Fontes de informação: UICC, Global Cancer Control; Portal de Informação Português de Oncologia Pediátrica em http://ift.tt/1oDdjqG; Ordem dos enfermeiros; Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro; Childhood Cancer International em http://ift.tt/2149l8H; Créditos da imagem:http://ift.tt/1oDdjqI;http://ift.tt/1oDdjqMcom-cancro/

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Posturas invertidas do yoga: benefícios e contraindicações

As posturas invertidas são consideradas posturas difíceis de praticar, no entanto são as que trazem mais vantagens ao praticante, depois de aprender a realizá-las.

A prática das posturas invertidas, permite melhorar a circulação sanguínea, o fortalecimento da estrutura muscular e esquelética e também a esfera emocional e psicológica, pois muitas vezes ajuda a ultrapassar medos e inseguranças criadas pela imaginação. B.K.S. Iyengar, mestre contemporâneo de um estilo de yoga denominado Iyengar Yoga, escreveu no seu livro “Light on Yoga”,  “a melhor maneira de superar o medo é encarar com equanimidade a situação da qual temos receio.”

No entanto, é mais importante uma prática segura e equilibrada da postura, que o tempo de permanência na mesma. Para aprender a prática correcta e segura das posturas invertidas, deve procurar um professor certificado.

A prática de Sirsasana deve ser realizada apenas quando se tem uma boa estrutura muscular, porque esta postura sendo sobretudo considerada uma postura de equilíbrio, exige um grande domínio sobre a capacidade de controlar a força muscular.

Se por um lado é preciso ter força muscular para se erguer e manter na postura, por outro lado é necessário saber utilizar a força, para manter o corpo erguido e não deixar que o peso recaía sobre a cabeça e antebraços.

Considera-se que se domina a prática desta postura, quando a força muscular é distribuída de modo a que a cabeça não pressione o chão, mas apenas se mantenha apoiada, para não sobrecarregar as vertebras cervicais.

Depois de praticar Sirsasana é importante estar durante algum tempo a relaxar na postura do embrião. Não deve levantar-se de imediato, porque poderá sentir tonturas e algum mau estar.

A prática das posturas invertidas deve acontecer sempre e só enquanto for confortável.

posturas-invertidasHá algumas contraindicações da prática da postura Sirsasana. São elas:

  • alguma lesão nas costas
  • dor de cabeça
  • doenças do coração
  • tensão alta
  • menstruação
  • lesão no pescoço
  • pressão arterial baixa
  • gravidez: se tem experiência com essa postura, pode continuar a praticá-la sempre e quando se sentir confortável na postura. Se não tem experiência não pratique esta postura durante a gravidez.

Já os benefícios da prática de Sirsasana passam por:

  • acalmar o cérebro, por aliviar o stress e depressão leve
  • estimular as glândulas pineal e pituitária
  • fortalecer os braços, pernas e coluna vertebral
  • Fortalecer os pulmões
  • tonificar os músculos abdominais.
Referencias: Manual Curso de Professores de Hatha Yoga Ed. Vidya-Academia de Yoga do Porto, 2010. “El libro del yoga”, Swami Visnhu Devananda, Alianza Editorial, S. A., 2001; “Yoga y Medicina”, Dr. Timothy McCall, Paidotribo; 1º edição (January 1, 2009). Créditos das imagens:: http://ift.tt/1V3elqd

 

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Da Fé em Questão

Quando, há uns anos, estava nos engraçados tempos da orientação vocacional, fui chamada ao gabinete da direção. Motivo?! Simples: a hipótese que eu começava a ponderar tinha deixado a Sra. diretora escandalizada! (Note-se que, nessa altura, os diretores das escolas ainda conseguiam saber quem eram os alunos que dirigiam, porque éramos contados às centenas e não aos milhares como agora) Voltando à questão, a Sra. diretora estava seriamente preocupada comigo. E é compreensível: escolhi estudar Teologia! Quê?! Teologia, sim.

Com toda a ternura do mundo, a Sra. diretora considerava que a minha escolha era… uma pena.

Guardo esse momento com grande carinho – era de carinhosa preocupação a opinião que me manifestava.

Ao longo dos anos, fui tendo reações muito distintas, mas há duas coisas que acontecem sempre que alguém descobre que me importa a fé: a primeira atitude é, sem dúvida, a surpresa. Mas o que me deixa a pensar é a segunda: frequentemente, assim que se sentem à-vontade (porque a fé nunca é uma coisa impessoal), as pessoas aproveitam para ir buscar às catacumbas de si, todas as questões de fé que têm guardadas e, às vezes, cobertas de pó. Se encontram abertura na minha reação, então, é seguro que vão descer mais um pouco e trazer também as curiosidades, inquietações, intranquilidades, incompreensões e experiências de fé que gostariam de revisitar, mas que, por mil e uma razões, foram deixadas bem quietinhas, para ver se não perturbavam o sossego de acreditar só no que é “visível aos olhos”.

A fé, muitas vezes, é só um assunto. E o único lugar que ocupa está situado nas catacumbas de nós. O mais bonito é ver que, mesmo que esteja assim, esquecida para lá, basta um pretexto e descemos a escada, sôfregos, com saudades de andar com ela às voltas.

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Nós podemos. Eu posso! Apoiar o Dia Mundial do Cancro 2016

Nós podemos. Eu posso!” é a mensagem para apoiar o Dia Mundial do Cancro, campanha de sensibilização promovida pela União Internacional para o Controle do Cancro (UICC).

O objetivo é promover a participação ativa e conjunta da população para travar globalmente o aparecimento de novos casos através da sensibilização e educação sobre a doença. Cada um de nós pode fazer a sua parte para reduzir o impacto do cancro no mundo. Juntos podemos mais!

O impacto global do cancro em números ascende aos 8,2 milhões de pessoas que morrem desta doença. São números muito elevados, atinge-nos a todos diretamente, está perto de nós, na família, amigos, colegas de trabalho.

O Dia Mundial do Cancro celebra-se há alguns anos a 4 de fevereiro. No entanto, já não chega assinalar este dia, é necessário um maior envolvimento da população, com mais iniciativas, mais atividades. Precisamos “trabalhar juntos para aumentar o impacto” como sugere a UICC.

Entre as diversas iniciativas da UICC divulgadas no seu site, o Stop Cancer Portugal dá seu contributo, apoiando a divulgação da campanha Mãos de falam. Está convidado a mostrar que “nós podemos” apoiar, ajudar, agir e sensibilizar para a prevenção do cancro. Envolva-se!

Como funciona?

maos que falam

É uma iniciativa muito simples e divertida, onde pode usar a sua criatividade e as suas redes sociais de amigos.

Aproveite para escrever nas mãos.

Use todos os tipos de meios: pedaço de papel, post-it, caderno, quadro. Pode escrever na areia, imprimir uma t-shirt, telas de computadores/celulares.

Pode usar elementos visuais do Dia Mundial do Cancro disponíveis aqui.

 

 

 

 

 

 

Fontes de informação:http://ift.tt/zuobL1

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Intervenção dietética no controlo da dor em doentes oncológicos

Controlo da dor Uma intervenção dietética adequada pode influenciar a perceção da dor e da qualidade de vida. A maioria dos doentes com cancro avançado (80%) apresentam dor de média ou grande intensidade.

A frequência, consistência e textura da dieta são alguns dos fatores que influenciam a dor, devendo ser adaptados a cada situação.

A dificuldade na deglutição (disfagia), a inflamação das mucosas (mucosite) e a boca seca (xerostomia) são algumas dessas situações.

Relativamente à consistência da dieta, os doentes com estes sintomas, devem optar por uma dieta mole ou pastosa (sopas, cremes, batidos, purés de fruta ou legumes, mousses, gelatinas e queijo fresco). A carne deve ser moída, alimentos como os cereais e o pão devem ser macios e embebidos em leite, iogurte ou caldos. O aumento do número de refeições diárias (8 a 10) e a redução do volume de cada refeição (150 a 250 ml) são medidas importantes para um estado nutricional adequado, nestas situações.

Os doentes com mucosite devem, ainda, evitar alimentos que requerem uma mastigação prolongada, como a carne, alguns vegetais, produtos duros, assim como os alimentos ácidos (algumas especiarias, vinagre, algumas frutas ou sumos de fruta), pois podem agravar a dor. Infusões calmantes, anti-inflamatórias e adstringentes naturais (de linhaça, de calêndula e de salva), podem ser usadas para a lavagem da boca e alívio da dor.

Num doente desnutrido, existe uma redução do limiar da dor, além de um aumento do risco de infeções, de utilização de doses mais baixas de quimioterapia e do aumento do aparecimento de efeitos secundários deste tratamento, levando a um pior prognóstico. Todas estas situações podem exacerbar a dor e prejudicar a qualidade de vida, sendo importante a determinação das necessidades em energia e nutrientes e a prescrição de um plano alimentar individualizado. Em casos de falta de apetite e de saciedade precoce em que o aumento da frequência das refeições é insuficiente, é necessário proceder à fortificação alimentar e/ou ao recurso de suplementos nutricionais.

A presença de fibras na alimentação é também importante no controlo da dor. As recomendações são de 15 a 20g de fibra por dia (versus 25-40g para um indivíduo saudável), pois um consumo elevado é pouco tolerado e pode agravar a obstipação, a dor abdominal e ser a causa de obstrução gastrintestinal, principalmente em doentes que comem pouco, estão desidratados, acamados ou que recebem opióides. Adicionalmente, produtos ricos em fibra requerem uma mastigação prolongada, o que nem sempre é possível, levando a náuseas, flatulência e vómitos. As fibras podem ainda interferir com a digestão e a absorção de nutrientes num doente já desnutrido. Assim, o trânsito intestinal deve ser ajustado com base na hidratação, nos sorbitois que existem naturalmente nas ameixas e nas pêras, nos leites fermentados e nos alimentos ricos em pectina (maçãs, aveia).

O excesso de gorduras e açúcares simples pode causar dores abdominais, náuseas, flatulência, diarreia e aumentar a saciedade, o que, num doente com falta de apetite, conduz a uma ainda menor ingestão alimentar.

Alguns fármacos usados em quimioterapia e a radioterapia à região abdominal e pélvica podem causar uma intolerância temporária à lactose, por poderem danificar o epitélio intestinal, o qual produz lactase (enzima que degrada a lactose). Esta intolerância origina náuseas, dores abdominais, flatulência e diarreia após o consumo de laticínios. Todavia, o conteúdo de lactose é variável entre os diferentes laticínios, sendo a manteiga e os leites fermentados, normalmente, bem tolerados.

Os ácidos gordos ómega 3 (peixes gordos, soja, linhaça, nozes) têm demonstrado possuir efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e benéficos na saúde cardiovascular e na dor, através da libertação de endorfinas. Estes ácidos gordos parecem, também, induzir a morte das células tumorais e aumentar a sensibilidade para a quimioterapia com diminuição da sua toxicidade.

Referências: Daut RL, Cleeland CS. The prevalence and severity of pain in cancer. Cancer. 1982; 50: 1913–1918;  Jervoise H, Andreyev N, Davidson SE, Gillespie C, Allum WH, Swarbrick E: Practice guidance on the management of acute and chronic gastrointestinal problems arising as a result of treatment for cancer. Gut. 2012; 61: 179–192; Kapata A, Lange E.  Possibility of pain reduction by dietary intervention in patients with advanced cancer. Ann Agric Environ Med. 2013; Spec no 1: 18-22; Laviano A, Rianda S, Molfino A, Fanelli FR. Omega-3 fatty acids in cancer. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2013; 16(2): 156–161;; Sánchez-Muñoz A,  Pérez-Ruiz E,  Sáez MI,  Trigo JM,  Galindo MM,  Manzaneque L,  Jiménez B,  Muros B,  Alba E. Limited impact of palliative  chemotherapy  on survival in advanced solid tumours in patients with poor performance status. Clin Transl Oncol.  2011; 13(6): 426–429; Stuver ShO, Isaac Th, Weeks JC, Block S, Berry DL, Davis RB, Weingart SN. Factors associated with pain among ambulatory patients with cancer with advanced disease at a Comprehensive Cancer Center. J Oncol Pract. 2012; 8(4): 17–23; Van Bokhorst-de van der Scheuren MAE, von Blomberg-Van der Flier BME, Riezebos RK, Scholten PET, Quak JJ, Snow GB, van Leeuwen PAM. Differences in immune status between well-nourished and malnourished head and neck cancer patients. Clin Nutr. 1998; 19(6): 437–444. Créditos da imagens: http://ift.tt/1PQ4OENhttp://ift.tt/1nzX8cT)

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