terça-feira, 22 de novembro de 2016

Biobancos: repositórios de esperança

Os biobancos são repositórios organizados de amostras biológicas, provenientes de procedimentos médico-cirúrgicos como biópsias, cirurgias ou colheitas de sangue, com a informação pessoal e clínica dos dadores associada. As amostras biológicas abrangidas por estes repositórios podem incluir tecidos, células, líquidos ou os seus derivados (como ácido desoxirribonucleico – ADN – ou proteínas). Os biobancos, responsáveis por colher, armazenar, processar e distribuir as amostras biológicas e informação relacionada, podem ter diferentes dimensões e finalidades, podendo ser utilizados para fins clínicos, investigacionais ou judiciais.

Os biobancos podem revolucionar a terapia e diagnóstico de diversas doenças

Desde a década de 90 que os biobancos têm vindo a revolucionar o diagnóstico e terapia de diversas patologias pois permitem o acesso partilhado a inúmeras amostras biológicas por cientistas e médicos de diferentes partes do mundo. Desta forma, o estudo das amostras biológicas e a correlação com os dados pessoais e clínicos de cada dador tem permitido compreender diversas doenças, contribuindo largamente para formas mais seguras e eficazes de diagnóstico e terapia e, inevitavelmente, para a redução de custos diretos e indiretos com a saúde. É assim possível, através dos biobancos, correlacionar fatores como a predisposição genética, determinantes ambientais, estilo de vida ou resposta ao tratamento com a caracterização biológica de cada amostra.

As questões éticas e jurídico-legais

A utilização crescente de amostras biológicas, doadas voluntariamente, e da informação associada tem despertado a necessidade de definir e clarificar o enquadramento ético e jurídico-legal dos biobancos em todo o mundo. De facto, são várias as questões que têm vindo a ser consideradas nos biobancos, tais como a necessidade de obtenção do consentimento informado por parte do dador, a preservação da privacidade e identidade das amostras e respetivos dadores, a divulgação dos resultados ou a troca de informação entre equipas.

Por todos estes motivos, os biobancos estão sujeitos a mecanismos regulatórios que salvaguardam os direitos dos dadores, mantêm a qualidade médica e científica do trabalho realizado e garantem a defesa de todos os aspetos éticos e jurídico-legais.

Referências: Martins MFM. Perspetivas públicas em relação aos biobancos médicos e para investigação científica em Portugal. 2015.; Cambon-Thomsen A. The social and ethical issues of post-genomic human biobanks. Nat Rev Genet. 2004;5(11):866-873.; Cambon-Thomsen A, Rial-Sebbag E, Knoppers BM. Trends in ethical and legal frameworks for the use of human biobanks. Eur Respir J. 2007;30(2):373-382.  Photo credits:  

 

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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Dia Mundial do Não Fumador 2016: tabaco ou saúde?

O Dia Mundial do Não Fumador tem data marcada a 17 de Novembro.
O tabagismo é atualmente considerado a principal causa de morte em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. É uma boa altura para refletir sobre o consumo do tabaco e sobre os seus malefícios e, se é fumador, porque deve deixar rapidamente de fumar.

Dados de 2008 adiantam que em termos mundiais houve 1,61 milhões de novos casos de cancro do pulmão, correspondendo a cerca de 13% de todos os casos de cancro. O cancro do pulmão é a doença oncológica mais comum nos homens. Quer isto dizer que morreram por cancro do pulmão cerca de 438 indivíduos por dia. Apesar de as estatísticas verificarem uma estabilização e até diminuição na taxa de incidência no homem, existe uma tendência para o aumento do número de casos na mulher. A estimativa para 2025 é de 10 milhões de mortes devidas ao consumo de tabaco.

Em Portugal são anualmente diagnosticados cerca de 4000 novos casos de cancro do pulmão e morrem, por este diagnóstico, cerca de 3600 doentes. O cancro do pulmão ocupa o 4º lugar em incidência, os três primeiros lugares são para os cancros da mama, próstata e coloretal.

É o tipo de cancro com a maior taxa de mortalidade. Para ficar com uma melhor noção da dimensão real desta doença, pode dizer-se que em 2014, o número de mortes por acidentes rodoviários (480 mortes), que motivam tanta preocupação na população em geral, foi 5.8 vezes inferior ao número de mortes por cancro do pulmão.

cigarro

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Qual a composição do fumo do tabaco? O fumo do tabaco contém mais de 4 000 compostos químicos. Destes, 60 são potencialmente causadores de cancro. Além da acetona, o fumo do tabaco contém o monóxido de carbono, presente nos gases de exaustão dos automóveis, DDT (um inseticida), metanol (combustível), tolueno (solvente industrial), naftaleno (presente nas “bolas de naftalina”), cádmio (constituinte das baterias dos automóveis), butano (combustível dos isqueiros), entre outros.

Quais são as vantagens de deixar de fumar?
As vantagens são imediatas e tanto maiores quanto mais tempo estiver sem fumar. Basta um dia para haver melhorias na tensão arterial. Se um fumador estiver 1 ano sem fumar reduz o excesso de risco de enfarte para metade; se estiver 5 anos sem fumar o risco de acidente vascular torna-se igual ao dos não-fumadores; se estiver 10 anos sem fumar o risco de cancro do pulmão reduz-se para metade; se estiver 15 anos sem fumar o risco de enfarte e de morte torna-se idêntico ao dos não-fumadores.

Cada cigarro que fuma retira 7 minutos de vida. No dia mundial do não fumador, pense: tabaco ou saúde? A escolha é sua.

de informação: Direção Geral da Saúde; Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão; Organização Mundial de Saúde (OMS); Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO). Photo credits: www.sescrio.org 

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terça-feira, 15 de novembro de 2016

Para ser grande, sê inteiro.

Para ser grande, sê inteiro.

(Ricardo Reis, in “Odes”- Heterónimo de Fernando Pessoa).

Após vários meses, regressamos à missão de, com simplicidade e bom senso, escrever sobre o cancro e sobre como todos gostaríamos de lhe pôr um fim. Mas como em todas as lutas, chegam momentos em que é preciso parar, ou somos parados, por dúvidas, por incapacidades ou porque simplesmente é preciso recuperar forças.

A luta pressupõe que há um inimigo que é preciso combater, mas e se o inimigo formos nós mesmos? Há momentos na vida em que somos desafiados por situações que nos abalam e transtornam a ponto de quase nos derrubarem. O que vejo a acontecer, na maioria das vidas que conheço é o consequente emergir de uma atitude de “vamos à luta”. Imediatamente, nos animamos e vemos nesta atitude um ato de imensa coragem. É certo que a resiliência é um recurso fantástico e aqueles que a têm prosseguem a sua vida, aparentemente, com mais facilidade. Mas, volto atrás e foco-me na expressão: “aparentemente”. Não será muitas vezes, apenas, aparente, a recuperação de situações que consensualmente são reconhecidas como avassaladoras?

Vivemos na época do fast-food e fast life. Tudo tem que prosseguir e de imediato: “The show must go on”. E assim, apressamos tudo, desde o crescimento dos alimentos, aos nascimentos, às recuperações. Vemos pessoas enlutadas e doentes a regressarem rapidamente ao trabalho, pais a apressarem a entrada dos filhos na escola, para tudo temos pressa. Mas os nossos tempos internos nem sempre são aqueles que nos são impostos, inclusive, por nós mesmos numa tentativa de fuga para a frente. Por isso, é urgente parar de vez em quando, sobretudo quando a vida nos desafia com algo que seja demasiado avassalador. Qualquer dor para passar tem que ser devidamente e demoradamente doída. E não se fala aqui de vitimização ou de masoquismo. Fala-se sim de termos a coragem de sentir e olhar para a nossa dor, de ficarmos na “toca” por algum tempo a lamber as feridas, a sentirmo-nos, a pensarmo-nos. Todas as experiências de vida requerem uma digestão interna que nos cabe a nós fazer, naturalmente, com a ajuda que sentirmos necessária. O que não soa natural é passarmos por cima de nós mesmos como se lá não estivéssemos.

Durante estes meses em que não escrevi, porque precisei de reclamar este tempo e espaço para olhar para dentro, fui tomada por muitas dúvidas, inclusivamente, duvidei do sentido de escrever sobre como prevenir o cancro. Saberemos verdadeiramente como prevenir o cancro, ou qualquer outra situação avassaladora que nos surja pondo em causa a nossa sobrevivência? Deveremos viver focados na prevenção do cancro, da SIDA, dos acidentes de viação, das guerras, das violações e de tantas outras catástrofes que nos assolam? Ou deveremos, antes, viver focados em como fazer de cada dia da nossa vida um momento em que damos o melhor de nós no sentido do respeito por nós mesmos e pelos outros. Dir-me-ão que é a mesma coisa, mas sinto que há grande diferença nesta mudança de foco.

As células anómalas do cancro comportam-se como sendo imortais. As células sãs cumprem com a sua vida e aceitam a sua mortalidade dando lugar a outras que nascem. Suponho que as pessoas sãs aceitam que todos iremos morrer um dia, pelo que importa realmente é saber viver cada dia da melhor forma. Não deixando que o nosso medo nos impeça de vivermos inteiros e presentes em cada momento e sabendo parar para repor forças sempre que necessário, justamente, para não nos comportarmos como as células do cancro, com a ilusão de que somos imortais e invencíveis.

Photo credit: Samuel Zeller, Poznan Poland.

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sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Olhos na Diabetes: celebrar o Dia Mundial da Diabetes 2016

Olhos na Diabetes é o lema do Dia Mundial da Diabetes 2016, celebrado a 14 de novembro.
Segundo o International Diabetes Federation (IDF) estima-se que em 2035 o número de pessoas com diabetes no mundo atinja os 592 milhões, o que representa um aumento de 55% da população atingida pela doença. Portugal posiciona-se entre os países europeus que registam uma taxa mais elevada de prevalência da diabetes.

Todas as pessoas com diabetes estão em risco de perder a visão. A retinopatia diabética é a complicação oftalmológica de maior relevo causada pela diabetes mellitus. Esta patologia está presente tanto na diabetes tipo 1 como na diabetes tipo 2. Quando culmina em perda de visão é considerada trágica e constitui um importante fator de morbilidade de elevado impacto económico, uma vez que a retinopatia diabética é a causa mais frequente de cegueira adquirida na população economicamente ativa.

A retinopatia diabética é uma das complicações crónicas da diabetes, sendo a principal causa de cegueira ou diminuição visual, em adultos, nos países desenvolvidos. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO) estima-se que, 20 anos após o diagnóstico de diabetes, 75% dos pacientes sofrerão de retinopatia diabética.

Até ao momento, ainda não foi encontrado nenhum agente farmacológico capaz de prevenir ou reverter a retinopatia diabética. Atualmente o tratamento disponível é a cirurgia por fotocoagulação, pelo que a melhor forma de tratamento passa primeiramente pela prevenção através de uma vigilância cuidadosa dos fatores de risco.

A progressão mais ou menos rápida da retinopatia diabética está associada a condições que o indivíduo não consegue controlar: a idade ou o tipo de diabetes. Mas também está dependente de outros fatores da sua inteira responsabilidade: a alimentação, a administração regular de medicação e um bom controlo metabólico. As pessoas que sofrem de diabetes também têm um risco aumentado de doença cardiovascular, doença vascular periférica e cerebrovascular. Estão envolvidos no desenvolvimento da diabetes, vários mecanismos patogénicos. Estes incluem mecanismos que destroem as células β do pâncreas com consequente deficiência de insulina e, outros que resultam na resistência à ação da insulina. As perturbações nos metabolismos glucídico, lipídico e proteico devem-se à deficiente ação da insulina nos tecidos alvo que resulta da insensibilidade ou falta de insulina. Sem esta hormona, o nosso corpo não obtém a energia que necessita.

A Organização Mundial de Saúde declarou a diabetes como o flagelo do século XXI. Uma doença filha do desenvolvimento urbano e das novas tecnologias, tem no excesso de peso o seu maior aliado. A diabetes alimenta-se dos maus hábitos, por isso como pode prevenir?

  1. Mantenha o peso adequado
  2. Tenha uma alimentação saudável
  3. Diminua ou abandone o consumo de bebidas alcoólicas
  4. Não fume
  5. Pratique atividade física
  6. Controle o sal
  7. Leia os rótulos dos produtos alimentares
  8. Evite o stress.
Fonte da informação: International Diabetes Federation (IDF); Sociedade Portuguesa Diabetologia; Organização Mundial de Saúde (OMS); Wellman, N. S., & Kamp, B. J. (2010). Nutrição e Edaísmo. In L. K. Mahan, & S. Escott-Stump, Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia (12ªedição ed., p. 295). Elsevier.

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“O passado está na tua cabeça. O futuro nas tuas mãos.” - Autor desconhecido #stopcancerportugal #citações #atitude #autordesconhecido


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terça-feira, 8 de novembro de 2016

Yoga e meditação: os alegados benefícios

livro-yoga-e-meditacaoPode o yoga e a meditação ultrapassarem a barreira da comprovação científica para se imporem como terapias? Provavelmente não, se apenas o olharmos como um objeto da ciência, mas garantidamente que sim, se o praticamos. A consciência do corpo, da respiração e da mente, são a chave “científica” que cada um, individualmente, precisa para perceber os benefícios do yoga e da meditação.

Ao ler o livro “Como a meditação pode (ou não) mudar a sua vida”, percebi que os ensaios clínicos e as provas científicas podem ou não ser uma mais-valia na explicação do caminho individual de cada um, na prática do yoga e da meditação.

De facto hoje em dia, a necessidade de estudar os benefícios do yoga é uma prática generalizada de muitas universidades internacionais. Há cada vez mais médicos que estudam e recomendam a prática do yoga, sendo eles próprios praticantes. Não há nada melhor que praticar e sentir, para poder recomendar. A prática de yoga inclui, atividade física, concentração mental, relaxamento e meditação.

Alguns estudos mostram que praticar yoga, pode ajudar nas doenças autoimunes, na depressão, na ansiedade, na gravidez, na diabetes, no cancro, entre outras. Também pode ajudar, na forma como se encara o mundo e como cada um se vê a si mesmo. Os seus efeitos estão muito para além da tonicidade muscular e da flexibilidade, criam caminhos na mente, de cura, de compreensão, de libertação e aceitação daquilo que se é. Tornamo-nos melhores pessoas, porque percebemos as nossas limitações, aceitamo-las e aprendemos a viver com elas de forma generosa.

A partir desta base de aceitação pessoal, percebe-se e aceita-se o outro com a mesma generosidade. O yoga é uma filosofia de vida, é uma forma de estar na vida, não é apenas ir para uma sala de aula e praticar “coisas”. O despertar da consciência de si é o mais importante, os caminhos para lá chegar dependem de pessoa para pessoa.

No livro “Como a meditação pode (ou não) mudar a sua vida”, Miguel Farias refere os benefícios de um bom relaxamento e que são idênticos aos benefícios da meditação. Mas a evidência científica destes resultados, fica muito aquém daquilo que na verdade se experiencia individualmente. Se o relaxamento como forma de controlar o stress e os pensamentos negativos pode ser mais fácil de praticar e de entender, já a meditação pode criar ainda mais stress e mais confusão mental.

Realmente e tal como o livro mostra, a meditação, não pode ser retirada do seu contexto filosófico, de uma forma própria de estar na vida. Praticar meditação não é apenas usar um conjunto de técnicas. O praticante de meditação não pode olhar a meditação como um simples “hábito de higiene mental”. A meditação implica um conhecimento profundo sobre si mesmo e a aceitação daquilo que se é e daquilo que nos rodeia. Só desta maneira se pode estar em paz consigo mesmo e com os outros. Tudo começa dentro de cada um e quando se está em paz, essa paz flui e contagia o que nos rodeia.

As novas técnicas de meditação como o mindfulness, afastam o praticante do verdadeiro caminho da meditação. O yoga e a meditação, não são um fim, são um caminho, uma viagem, uma aventura individual. Utilizar a meditação para um ato terapêutico, é descontextualizar o caminho da meditação.

Fonte de informação: Como a meditação pode (ou não) mudar a sua vida de Miguel Farias e Catherine Wilkholm, Lua de Papel, 2015.; Créditos da imagem:www.meetup.com

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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Diabetes: um documentário sobre a complexidade da doença

“Carb-Loaded – A culture Dying to eat” é um documentário sobre a diabetes. Uma tradução para língua portuguesa quer dizer mais ou menos isto: sobrecarregados de hidratos de carbono- uma cultura obcecada por comer.

A história é de Lathe Poland. Depois de ser surpreendido com o diagnóstico de diabetes tipo 2 faz uma pesquisa profunda sobre a doença e procura entender como a cultura moderna, baseada na alimentação e caraterizada por um consumo excessivo de hidratos de carbono, nos põe doentes. Mas, deixa-nos uma esperança: há muito a fazer!

De um modo genuíno e gradual, o filme explora a complexidade dos factos sobre esta doença, analisa uma grande quantidade de informação partilhada por especialistas de todo o mundo. Todo o conhecimento exposto desafia-nos a uma reflexão mais profunda sobre esta nova epidemia que já chegou.

A diabetes é um assunto frequentemente tratado fugazmente, sobretudo nos meios de comunicação social, e desenvolvido num contexto unilateral. O documentário completo com legendas em português encontra-se disponível para alugar ou comprar e ver em qualquer dispositivo móvel. Assista ao excerto do documentário.


Fonte de informação: Carb-Loaded-A Culture Dying to Eat from TheSceneLab on Vimeo.

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terça-feira, 1 de novembro de 2016

Café e cancro

Existem vários estudos que relacionam café e cancro. Se, no passado, associavam o seu consumo ao aumento do risco da doença, atualmente, os estudos sugerem que pode ter um efeito protetor em relação a alguns cancros. São várias as hipóteses que justificam a possível redução do risco da doença através do consumo de café.

O café contém uma grande variedade de fitoquímicos, muitos dos quais com propriedades antioxidantes. Embora em pequenos estudos observacionais, o café parece favorecer um estado antioxidantes e reduzir os marcadores de inflamação a curto prazo, diminuindo o risco de doença oncológica.

Outra hipótese assenta na resistência à ação da insulina, a qual favorece o aumento dos níveis da hormona no sangue, promovendo o crescimento de alguns cancros. Ora, estudos em animais e humanos sugerem que, tanto o café normal como o descafeinado, podem diminuir essa resistência, reduzindo, então, o risco de certos cancros.

O American Institute for Cancer Research e o World Cancer Research Fund International procederam a uma análise dos trabalhos publicados e chegaram a algumas conclusões. Segundo o relatório publicado, é provável que o café diminua o risco de cancro do endométrio e do fígado, havendo necessidade de mais estudos. Contudo, no que diz respeito aos cancros do pâncreas e dos rins, as conclusões são claras: o consumo de café está associado a uma redução do risco.

cafe-cancroE quando o cancro já está diagnosticado?

Vários trabalhos com linhas celulares e com animais sugerem que alguns compostos presentes no café podem ajudar no controlo da doença. Assim, por exemplo, o ácido clorogénico presente na bebida tem mostrado uma ação antioxidante e um papel em vários estadios do desenvolvimento da doença oncológica, ajudando a regular o crescimento das células oncológicas, a reduzir a inflamação e a aumentar a morte celular. Todavia, este não é o único exemplo.

O café é uma fonte de lignanos, os quais pertencem a um grupo de substâncias que, além de outros efeitos, têm efeitos contra o cancro, nomeadamente a diminuição do crescimento das células tumorais e a promoção da morte das mesmas.

No caso do cancro colo-retal, estudos in vitro mostraram que é a cafeína a responsável no efeito benéfico do café, pois parece que esta influencia a sinalização celular no sentido de diminuir o crescimento do tumor. Num trabalho publicado no ano passado que incluiu cerca de 1000 doentes com cancro do cólon (estadio III), os autores concluíram que o consumo regular de café não descafeinado pode estar associado com uma redução da recorrência de cancro do cólon e do risco de morte pela doença.

Por outro lado, o kahweol e o cafestol presentes no café, principalmente no não filtrado (Turquia e Escandinávia), parecem atuar por duas vias: estimulam enzimas que tornam os carcinogénios inofensivos e bloqueiam as proteínas que os ativam.

Recomendações para o consumo de café

Os trabalhos realizados com humanos mostram que doses até 400 mg de cafeína por dia são seguras em adultos saudáveis. Esse valor passa para 200 mg, se estivermos a falar de grávidas, lactantes e mulheres que pretendem engravidar. Atendendo a que a cafeína está presente em várias bebidas e alimentos, as recomendações são de até 2 a 3 cafés por dia.

Apesar destas conclusões, algumas pessoas deverão evitar ou limitar o consumo de café, como aquelas com refluxo gastroesofágico e as que apresentam algumas dificuldades em dormir, devendo ter atenção à quantidade e à altura do dia em que ingerem cafeína.

Referências: American Institute for Cancer Research. http://ift.tt/Q1sJ7l [acedido a 24/10/2016]. European Food Safety Authority. Scientific opinion on the safety of caffeine. EFSA Journal. 2015;13(5):4102. Food Standards Agency Guidance on Caffeine Consumption During Pregnancy 2008. www.food.gov.uk [acesso a 24/10/2016]. Guercio et al. Coffee intake, recurrence, and mortality in stage III colon cancer: results from CALGB 89803 (Alliance). J Clin Oncol. 2015; 33(31): 3598-607.Higdon JV & Frei B. Coffee and health: a review of recent human research. Crit Rev Food Sci Nutr. 2006; 46(2): 101-23. World Cancer Research Fund / American Institute for Cancer Research, Food, Nutrition, Physical Activity and the Prevention of Cancer: a Global Perspective, 2007: Washington, DC. p. 148-156. Fontes das imagens: http://ift.tt/2ePMwWz; http://ift.tt/2f8wCVV

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