sexta-feira, 31 de março de 2017

O microbioma e a sua influência no tratamento do cancro

O microbioma humano é o conjunto de bactérias e outros microrganismos que habitam o corpo do Homem, desde o aparelho gastrintestinal, ao respiratório, à pele e ao aparelho genitourinário. A sua ação é vasta. Desde o local onde vivem a outras regiões do corpo humano, influenciam as funções cognitivas, neurológicas e do metabolismo, a imunidade, a inflamação e a hematopoiese. Além disso e no que respeita especificamente à flora intestinal, regula a formação de cancro, o seu desenvolvimento e a resposta aos tratamentos.

A composição da flora intestinal é determinada pelas características genéticas do indivíduo, pela colonização no momento do nascimento, pelo tipo de parto, pelo estilo de vida, pela incidência de doenças e pelo consumo de antibióticos.

Vários estudos mostram que animais de laboratório geneticamente modificados para adquirirem características pró-carcinogénicas revelam-nas alteradas para o tipo “selvagem”, após de transplante fecal. Também, os estudos em que foi efetuado o mesmo tipo de transferência de microbioma mas de doentes que responderam favoravelmente aos tratamentos oncológicos, para animais de laboratório sem flora intestinal, mostram que esses animais alteraram favoravelmente a capacidade de resposta à terapêutica. Assim, parece que a genética e o estilo de vida do hospedeiro podem afetar indiretamente o aparecimento e o desenvolvimento de cancro e a resposta aos tratamentos, através da modificação da composição do microbioma.

Microbioma e quimioterapia

A flora intestinal influencia o processo pelo qual o fármaco da quimioterapia é distribuído no organismo, a atividade anticancerígena do mesmo e os efeitos adversos (toxicidade) causados.

A absorção e a biodisponibilidade de muitos fármacos orais dependem da exposição às bactérias intestinais e aos compostos por elas produzidos. As substâncias químicas que não são naturalmente produzidas pelo organismo, como os fármacos, provocam alterações na composição, na fisiologia e na expressão genética da flora intestinal, alterando a sua ação no metabolismo e na absorção do medicamento.

Por outro lado, aqueles que não são administrados por via oral também podem ter o seu metabolismo influenciado pela flora intestinal. Esta exerce a sua influência através da alteração da expressão genética no fígado, onde se dá a metabolização dos fármacos, antes da excreção biliar para o intestino. Aí são expostos à flora intestinal, podendo ser metabolizados pelas bactérias e reabsorvidos.

Face ao exposto, é hoje aceite que a composição da flora intestinal e a atividade da mesma pode alterar a eficácia dos fármacos usados em quimioterapia, podendo a mesma ser aumentada ou diminuída.

Quanto à toxicidade, o uso de probióticos em ensaios clínicos tem mostrado uma redução da diarreia induzida por alguns citotóxicos. Além disso, o seu uso, de forma isolada ou juntamente com uma dieta suplementada, parece aumentar o peso corporal em doentes e ratos com caquexia.

Microbioma e radioterapia

As alterações na composição no microbioma de doentes e animais de laboratório tratados com radioterapia têm sido referidas por contribuírem para o aparecimento de vários efeitos adversos do tratamento, tais como: mucosite oral, diarreia, enterite, colite e alterações na medula óssea.

Os probióticos têm mostrado serem benéficos na prevenção da enteropatia induzida pela radioterapia. Preparações contendo L. acidophilus, B. bifidum, Lactobacillus casei e, particularmente, a fórmula VSL#3 (Bifidobacterium, Lactobacillus and Streptococcus spp.) parecem proteger contra a toxicidade intestinal à radiação pélvica, reduzindo significativamente a diarreia. A administração de comprimidos orodispersíveis de Lactobacillus brevis CD2 durante a radio e a quimioterapia em doentes com cancro da cabeça e pescoço também parece diminuir a incidência de mucosite e aumentar a tolerância aos tratamentos.

Alguns dados científicos têm mostrado que as diferenças na sensibilidade dos doentes à radioterapia possam estar ligadas à variação circadiana da composição do microbioma.

Os resultados disponíveis no momento, sugerem que a composição da flora intestinal modela a resposta à radioterapia e a reparação dos danos induzidos por este tratamento, além da influência que podem ter na quimioterapia, como já referido. No entanto, mais estudos são necessários para que rapidamente sejam delineadas estratégias específicas de intervenção para um melhor prognóstico e qualidade de vida do doente oncológico.

Referências: Roy S, Trinchieri G. Microbiota: a key orchestrator of cancer therapy. Nat Rev Cancer. 2017 Mar 17. doi: 10.1038/nrc.2017.13. [Epub ahead of print]. Fontes de imagens: http://ift.tt/2nqf7Du; http://ift.tt/2mV2WSJ

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segunda-feira, 27 de março de 2017

O Sorafenib e a terapia dirigida

 O Sorafenib tem revolucionado o tratamento do carcinoma hepatocelular, particularmente no caso da doença em estadio avançado. De facto, tendo em conta a baixa eficácia da quimioterapia sistémica de amplo espectro em vários tipos de cancro, incluindo no carcinoma hepatocelular, os investigadores têm procurado descobrir novas e eficazes terapias dirigidas a alvos moleculares que se encontrem envolvidos em vias de sinalização desreguladas. Assim, ao contrário da quimioterapia sistémica que atua indiscriminadamente sobre todas as células do corpo humano, a terapia dirigida pretende atuar exclusivamente sobre moléculas alvo, essenciais ao processo de carcinogénese. Desta forma, pretende-se aumentar a resposta terapêutica e diminuir a toxicidade nos tecidos que não sejam alvo de tratamento.

A descoberta do Sorafenib

O Sorafenib, descoberto em 1990 e aprovado 17 anos mais tarde, foi o primeiro inibidor oral multicinase a ser comercializado. Apesar da vasta literatura atualmente existente, os mecanismos moleculares através dos quais o Sorafenib exerce a sua ação anti-tumoral não são ainda totalmente conhecidos. Sabe-se que este fármaco inibe a atividade de diversas tirosinas-cinases envolvidas na angiogénese (formação de novos vasos sanguíneos) e na progressão tumoral. O Sorafenib pode também estar na origem da diminuição da resistência a alguns fármacos e da indução da morte celular. Pensa-se também que o Sorafenib possa ser responsável por sensibilizar as células tumorais, tornando-as mais suscetíveis aos efeitos da radioterapia e da quimioterapia, implicando tal facto a redução das doses ou concentrações utilizadas e, consequentemente, dos efeitos secundários induzidos no doente. Estudos apontam também para o facto do Sorafenib atuar não apenas no próprio tumor, mas também na sua microvascularização, sendo por isso considerado um inibidor multicinase de dupla ação.

A utilização combinada do Sorafenib

Até agora o Sorafenib tem sido utilizado na prática clínica em doentes com carcinoma hepatocelular em estadio avançado. Através da utilização deste fármaco, tem-se verificado um aumento da sobrevida global dos doentes, ainda que por vezes associada a morbilidade.

Vale a pena referir que a utilização combinada de várias estratégias terapêuticas tem até agora ditado os resultados mais encorajadores na terapia anti-cancro, uma vez que o Sorafenib possui características que o tornam um fármaco com bastante potencial para a utilização no contexto de terapias combinadas.

De notar ainda que, para além do Sorafenib, existem outras moléculas para terapia dirigida a alvos moleculares no carcinoma hepatocelular e em outros tipos de cancro sob intensa investigação.

Referências: Cervello, M, D Bachvarov, N Lampiasi, A Cusimano, A Azzolina, JA McCubrey, and G Montalto. “Molecular Mechanisms of Sorafenib Action in Liver Cancer Cells.” Cell Cycle 11, no.15 (2012): 2843–2855.; Furuse, J. “Sorafenib for the Treatment of Unresectable Hepatocellular Carcinoma.” Biologics: Targets & Therapy 2, no. 4 (2008): 779–788.; Liu, L, Y Cao, C Chen, X Zhang, A McNabola, D Wilkie, S Wilhelm, M Lynch, and C Carter. “Sorafenib Blocks the RAF/MEK/ERK Pathway, Inhibits Tumor Angiogenesis, and Induces Tumor Cell Apoptosis in Hepatocellular Carcinoma Model PLC/PRF/5.” Cancer Research 66, no. 24 (2006): 11851–11858.; Brito, AF, AM Abrantes, JG Tralhão and MF Botelho. “Targeting hepatocellular carcinoma: what did we discover so far?.” Oncology Reviews 10 no. 2 (2016): 302.

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segunda-feira, 20 de março de 2017

Dia Mundial da Saúde Oral 2017: mastigar toda a vida

Uma boa saúde oral contribui para a saúde geral e tem um impacto significativo no bem-estar.
Hoje comemora-se o Dia Mundial da Saúde Oral e o tema oficial da Federação Dentária Internacional (FDI) para celebrar este dia em 2017 pretende passar uma mensagem muito simples: uma boca saudável é importante todos os dias e em todas as idades.

O foco da campanha é sensibilizar as pessoas a fazerem escolhas inteligentes em relação à saúde oral, adotando bons hábitos de higiene oral, evitando fatores de risco e fazer check-up dentário regularmente desde cedo e ao longo da vida para ajudar a manter a uma ótima saúde oral até a velhice.

Por isso o vídeo promocional “Live Mouth Smart”  da FDI  pretende divulgar e promover a boca saudável em todas as idades para que se sinta confiante ao longo da vida, possa expressar-se e sentir-se atraente na vida.

Em Portugal existem cerca de 1 milhão de portugueses com obesidade e desses muitos sofrem de cárie dentária, a doença oral mais prevalente nas crianças e jovens.

O consumo regular de alimentos e bebidas com açúcar e a higiene oral pouco cuidada são exemplos de práticas diárias com grande influência no aparecimento de obesidade e saúde oral. Por sua vez, os problemas dentários poderão impedir o consumo de alguns alimentos protetores da doença, como as frutas, os hortícolas ou os cereais integrais.

Assista agora ao video

Fonte de informação:FDI World Dental Federation 

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sexta-feira, 17 de março de 2017

Desperdício alimentar: qual o seu impacto ambiental?

Há muito para refletir, inovar e decidir sobre a relação do desperdício alimentar e o seu impacto ambiental. Vivemos num mundo marcado pela desigualdade social e por problemas ambientais. Se por um lado temos abundância e o desperdício de recursos, por outro temos a fome, a desnutrição.

De acordo com os dados da Food and Agriculture Organization (FAO) apesar de aproximadamente 800 milhões de pessoas passarem fome, todos os anos um terço da produção mundial de alimentos para consumo humano nunca chega realmente a ser consumido, sendo perdido ou desperdiçado. Isto é equivalente desperdiçar cerca de 1,3 biliões de toneladas de alimentos comestíveis.

Impacto ambiental do desperdício alimentar

Em termos ambientais, o desperdício alimentar é responsável por cerca de 8% das emissões globais de gases de estufa.

Para a produção de alimentos, posteriormente desperdiçados, são utilizados recursos naturais, como a água. O volume de água utilizado é equivalente a três vezes o volume do lago de Genebra.

Para além disso, aproximadamente 30% da terra agrícola mundial está atualmente ocupada com a produção de alimentos que na realidade nunca chegam a ser consumidos.

Para uma melhor perceção em termos globais, o desperdício alimentar é responsável por consumir 21% de toda a água; 19% de todos os fertilizantes utilizados; 18% das terras cultivadas e 21% do volume dos aterros sanitários.

Se o uso e a distribuição alimentar fossem geridos de uma forma mais eficiente, 14% de todas as emissões de gases de estufa provenientes da agricultura poderiam ser evitados até 2050.

Como reduzir o desperdício alimentar

Minimizar esta situação é um esforço que deve ser de todos e existem pequenos gestos que podem contribuir para uma melhor gestão dos recursos alimentares. Segundo a FAO alguns dos comportamentos que podemos adotar são:

– “Consumir de preferência antes do fim de…” não significa que se deite o produto fora assim que terminar o prazo indicado no rótulo. Isto porque, a expressão “Consumir de preferência antes do fim de…” significa que o produto pode ser consumido findo o prazo, sem risco de intoxicação alimentar. Esta menção indica apenas a data até à qual as marcas asseguram a qualidade ótima do seu produto, não estando relacionada com a segurança alimentar.

Convêm realçar que a data indicada no produto não significa que a partir daí corre o risco de apanhar uma intoxicação alimentar, deve sim sempre ter em atenção o modo como conserva os alimentos e averiguar o seu estado antes de os consumir.

– Compre os produtos locais, pois assim evita comprar alimentos que tenham viajado inúmeros quilómetros.

– A compostagem doméstica pode, potencialmente, evitar até 150 kg de resíduos alimentares por família e por ano.

Para além destas sugestões, existem ainda outros comportamentos que podem contribuir para evitar o desperdício alimentar. Por exemplo, faça novas receitas com as sobras alimentares; tenha em mente as quantidades quando cozinha; armazene os alimentos de forma adequada e faça uma lista antes de ir às compras, para evitar comprar produtos desnecessários.

A educação alimentar é também essencial para que as crianças e as suas famílias possam desenvolver hábitos alimentares saudáveis ao longo da vida.

Lembre-se, quando contribuímos para o bem-estar do planeta, contribuímos para o bem-estar de todos nós.

Fonte de informação: Tradução e adaptação de um texto publicado pela Food and Agriculture Organization (FAO) em fevereiro de 2017 em http://ift.tt/2nuMQPB; Créditos da imagem: http://ift.tt/2mzC3yG 

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terça-feira, 14 de março de 2017

Há diferenças entre a prática de Yoga e Pilates?

Qual a diferença entre Yoga e Pilates e a prática destes dois métodos? Embora a prática de Pilates tal como o Yoga, respeitem a ligação entre movimento e respiração, são formas diferentes. Ambos usam exercícios suaves e coordenados, realizados numa esteira, mas de facto as suas origens e métodos são bastante diferentes.

O Yoga teve origem na Índia há milhares de anos. A primeira cerâmica que mostra um homem sentado de pernas cruzadas, data de 5000 anos A.C. Foi difundido pela primeira vez, no ocidente por Swami Vivekananda, quando se realizou em Chicago, no ano de 1893, no Parlamento das Religiões.

O método Pilates deve o seu nome ao fundador Joseph Pilates. Quando Pilates era uma criança, sofreu de várias doenças que limitavam a sua mobilidade e resistência. Pilates percebeu que a educação física lhe poderia aliviar muitos sintomas. Criou o seu próprio estilo e passou a ser reconhecido quando nos anos 60 vai viver para Nova Iorque e abre o seu estúdio.

Diferenças entre Yoga e Pilates

As aulas de Yoga podem ser muito diversificadas, dependendo do estilo de yoga, que se deseja praticar. As aulas são compostas por vários momentos: relaxamento inicial, prática de técnicas de respiração, prática de posturas, relaxamento final e meditação.

É possível praticar yoga em qualquer idade e independentemente da condição física, porque sempre existem variações das posturas, para cada problema. O yoga permite aumentar o tónus muscular, a flexibilidade, a consciência do corpo, da respiração, da concentração. È sempre realizado num tapete antiderrapante.

As aulas de Pilates são mais consistentes no dia-a-dia, porque o método não possui vários estilos de prática como o yoga. Os exercícios de Pilates são realizados em decúbito dorsal, decúbito lateral ou de pé. Os exercícios são de baixo impacto, criando fortalecimento muscular e flexibilidade. Executam-se sobre um tapete, embora muitos estúdios ofereçam como alternativa uma série de máquinas criadas pelo próprio Joseph Pilates.

Objetivos das práticas: Yoga e Pilates

A enorme variedade de posturas de yoga permite trabalhar todo o corpo de uma forma uniforme. No yoga cada postura implica a prática de uma postura antagonista, ou seja, uma postura para trabalhar o grupo muscular oposto. A prática inclui flexões à frente, flexões atrás, torções, inversões, posturas de equilíbrio. Não é necessário material de apoio, mas muitos professores inspirados no método Iyengar, utilizam mantas, cintos, blocos e almofadas.

Os exercícios de Pilates são baseados na sábia utilização da zona abdominal. Os exercícios não implicam movimentos de grande amplitude, e são repetidos em forma de séries. O objetivo de uma aula é focar no alinhamento da coluna vertebral e fortalecer o abdómen, para que desta forma se possa ter o controlo total do corpo.

A respiração no Yoga e no Pilates

No yoga existem várias técnicas de respiração. Na prática de yoga, é normal reservar uma parte da aula para a prática de técnicas de respiração e durante a aula chama-se a atenção do aluno, para manter a mente centrada na respiração. Existem muitos tipos de pranayma, que de uma forma geral, incrementam a capacidade respiratória, ajudam a aliviar os sintomas de sinusite, rinite alérgica, asma, bronquite e outros problemas do trato respiratório. Também ajuda no controlo da ansiedade, stress, insónia, etc.

No Pilates, os praticantes são encorajados a estar conscientes da respiração ao longo de toda a classe – inalando através do nariz e exalando através da boca. Não tem técnicas de respiração, nem há momentos específicos durante a aula para praticar respiração.

Espiritualidade

No yoga, a espiritualidade vive de mão dada com a prática, sobretudo devido às raízes históricas e filosóficas do yoga. O yoga é considerado uma filosofia de vida. A prática de respiração, asanas, relaxamento e meditação, leva a essa descoberta de um eu, mais respeitador e mais respeitado. Um eu mais construtivo.

O modo como a aula de Pilates se constrói pode aliviar o stress diário, mas não tem qualquer ligação a uma espiritualidade, que leve a individuo a crescer enquanto pessoa.

Mas então, qual deve escolher?

Para saber qual o método que mais se adequa à sua forma de ser, o melhor é experimentar as duas práticas e depois decidir. Não se esqueça, procure sempre um professor devidamente certificado.

Referências: “Yoga & Pilates for everyone”, Françoise Barbira Freedman, Bel Gibbs, Doriel Hall, Wmily Kelly, Jonathan Monks, Judy Smith, publicado por Hermes House, 2005, 2007; Imagem adaptada de http://ift.tt/2mnEIwp

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sexta-feira, 10 de março de 2017

Impacto da doença oncológica na família

Com o progresso científico, desenvolvimento de novas técnicas de diagnóstico e com a descoberta de novos tratamentos, a sobrevivência dos doentes oncológicos tende a aumentar, aumentando também o nº de internamentos, recaídas e consequentemente as necessidades dos familiares.

O impacto da doença na família tem tendência a provocar o estabelecimento de novos padrões de interação familiar. Quando um dos membros adoece o conjunto da célula familiar tende a ajudar o elemento que está em perigo, mas estas reações muitas vezes complexas requerem a atenção de outros indivíduos, nomeadamente da equipa de saúde hospitalar ou da comunidade.

Sabe-se que a doença influência os planos de futuro, provoca alterações de papeis e responsabilidades, assim como de outros padrões de interação familiar, ou seja altera toda a dinâmica familiar.

A doença oncológica é por si só um stressor severo que conduz com frequência a uma crise no sistema familiar. Esta crise pode tornar-se uma ameaça ou um desafio.

Segundo Giacquinta, existem quatro etapas que descrevem as várias fases de adaptação da família à doença.
A primeira consiste em enfrentar a realidade. Nesta fase a família depara-se com o impacto marcado pelo choque e ansiedade promovidos pelo diagnóstico. Depois, se os familiares forem incapazes de manter o seu papel habitual poderá verificar-se uma desorganização familiar onde a autonomia familiar tende a diminuir. Aqui é fundamental vencer o isolamento para onde a família poderá derivar.

A procura de uma explicação na tentativa de compreender o processo da doença através dos antecedentes do doente ou meios de informação cientifica também fazem parte de todo este processo, promovendo uma pressão familiar aumentada e “obrigando-a” a procurar outras opiniões médicas acerca do diagnóstico, prognóstico e terapêutica.

No caso de prognóstico negativo a família começa a reconhecer a hipótese de perda, a adotar novos papeis, a reordenar objetivos de forma a encontrar respostas às alterações da vida familiar.

A segunda etapa consiste na sua reorganização no período que antecede a morte. A família começa a reorganizar memórias, passa horas a recordar a história pessoal do doente e a rever fotografias.

A terceira etapa coincide com a eminência da morte. Verifica-se a fase da separação quando a consciência do doente se altera. Aqui a família experimenta a perda e a solidão da separação. Segue-se o luto onde pode adquirir especial significado a culpabilidade.

Finalmente a quarta etapa relaciona-se com a fase final de adaptação da família, desenvolvendo-se depois de concluído o luto com êxito.

Este modelo proposto por Giacquinta pretende promover a compreensão da adaptação da família à doença e ao sofrimento que a mesma provoca e não assumir-se como uma visão estereotipada da evolução familiar.

Referências: Dias, M. & Durá, E. (coord).(2002). Territórios da psicologia oncológica. Climepsi Editores.; Giacquinta, B. (1977). Helping families face the crisis of cancer. American Journal of Nursing. 1585-1588; Pereira, M. & Lopes, C. (2002). O doente oncológico e sua família. Climepsi Editores.;Pereira, M. (coord). (2007). Psicologia da Saúde familiar: aspectos teóricos e investigação. Climepsi Editores.

 

 

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sábado, 4 de março de 2017

Sete anos de publicações: promover a prevenção, defender a saúde

Hoje festejamos sete anos de publicações.

A 4 de março de 2010 iniciamos este projeto educativo e, desde então, publicamos regularmente conteúdos informativos, úteis e tanto quanto possível práticos, para adotar um estilo de vida saudável.

As escolhas que fazemos hoje, determinam a nossa saúde no futuro. Por isso, é urgente encontrar informação rigorosa e credível, suportada pela ciência, para orientar todos aqueles que pretendem tomar decisões relacionadas com a alimentação, com a atividade física, sobre a prevenção do cancro ou até mesmo sobre questões que se colocam durante um tratamento oncológico. Não se trata apenas de muita informação disponível mas de informação de qualidade que determina a qualidade das decisões diárias.

A prevenção das doenças, neste século, para que seja bem sucedida, deverá passar por uma estratégia baseada no conhecimento alicerçada em dois pilares: a educação e boas infraestruturas tecnológicas para potenciar o conhecimento partilhado.

Se assim acontecer, assistiremos gradualmente a uma mudança de paradigma sobre o relacionamento indivíduo-saúde, com preocupações ambientais e responsabilidade social. O estilo “quando-estou-doente-é-que-fico-aflito-e-me-preocupo-com-a-minha-saúde” dará lugar a um estilo novo: eu estou informado, logo com prevenção, defendo a minha saúde!

Na próxima década, defender a saúde deverá ser uma tarefa quotidiana através do acesso a áreas do conhecimento ligadas à prevenção do cancro e de outras doenças crónicas.

Por estas razões, saudámos todos os leitores e seguidores pelos sete anos de apoio nas redes sociais do Stop Cancer Portugal e renovamos o desejo de continuar a contribuir para a prevenção do cancro e para a promoção da saúde em Portugal.

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sexta-feira, 3 de março de 2017

Probióticos e cancro: efeitos e segurança no tratamento

Os probióticos são organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, têm efeitos benéficos na saúde, nomeadamente no tratamento da diarreia, da doença inflamatória intestinal, da síndrome do cólon irritável e de outras doenças intestinais. Alguns probióticos têm um papel importante no equilíbrio das células do intestino e na resposta imunitária, apresentando, ainda, atividade anticancerígena na prevenção e no tratamento.

O papel dos probióticos em oncologia é importante, nomeadamente por: induzirem respostas imunitárias, a morte celular programada (apoptose) e um efeito tóxico para as células cancerígenas; pela atividade antioxidante; pela alteração da expressão genética sem alterarem o ADN e por terem um efeito benéfico no controlo de sintomas secundários aos tratamentos oncológicos.

Efeitos dos probióticos em oncologia

O sistema imunitário atua na prevenção e no controlo do tumor. Ora, os probióticos têm efeitos na modulação imunitária, através da sua ação nos macrófagos e nas células-T, no aumento da atividade das células natural killer e pelo efeito “protetor” da flora intestinal e da sua atividade metabólica. Um bom exemplo aplica-se aos Lactobacillus que, além de outras ações, aumentam a produção de citocinas (IL-2 e IL-12).

Várias espécies de bactérias têm um papel na apoptose, através de diversas vias, o que evidencia o seu controlo no crescimento das células cancerígenas e na morte das mesmas. Mais especificamente, as espécies Lactobacillus acidophilus e Lactobacillus casei parecem favorecer a apoptose de células de cancro colorretal, ao passo que a Propionibacterium freudenreichii mostrou induzir a morte das células de cancro do cólon e do estômago. Além disso, os Lactobacillus aumentam a produção de fatores que inibem a angiogénese, contrariando o desenvolvimento do cancro.

Trabalhos laboratoriais sugerem que os pró-bióticos podem ter uma ação tóxica para as células tumorais. Compostos libertados por algumas bactérias parecem inibir o desenvolvimento da doença, como é o caso do Lactobacillus, em vários tipos de células cancerígenas.

Quanto à atividade antioxidante, os pró-bióticos podem ser eficazes na redução dos danos oxidativos no ADN causados por agentes carcinogénicos, tanto em células como em animais. Esse efeito deve-se, principalmente, a espécies de Lactobacillus, através, por exemplo, do aumento da produção de antioxidantes (SOD, CAT, GSH).

Além do referido, as bactérias probióticas, como Faecalibacterium prausnitzii e Lactobacillus reuteri, produzem butirato, o qual é essencial para a integridade das células do intestino. O butirato é de extrema importância na redução da progressão do cancro, na proteção contra agentes patogénicos e na estimulação do sistema imunitário.

Embora a quimio e a radioterapia sejam os tratamentos de eleição para o cancro, os seus efeitos secundários continuam a ter impacto negativo na qualidade de vida dos doentes. A diarreia e a mucosite são frequentemente verificadas, implicando alterações na dieta. O recurso a probiótipos no pré e no pós tratamento pode proteger as células e os tecidos saudáveis. Um trabalho de revisão publicado em 2014 concluiu que a administração de pró-bióticos reduz a frequência diária média de movimentos intestinais e que pode reduzir a necessidade de medicação para controlo da diarreia, sendo uma causa rara de sépsis.

O papel protetor dos probióticos na diarreia e na mucosite pode dever-se à melhoria do estado imunitário do intestino, por inibirem o crescimento de bactérias patogénicas e por competirem com estas para a ligação às células intestinais.

Segurança dos probióticos no tratamento do cancro

Apesar do referido, é importante avaliar a segurança dos probióticos como agentes terapêuticos. Apesar de serem muito consumidos, podem causar infeções esporádicas e localizadas em doentes imunodeprimidos. Por outro lado, como as infeções são comuns nestes doentes, a microflora tem um importante papel na imunidade, pelo que o recurso a pró-bióticos deverá ser avaliado, no sentido de garantir segurança e eficácia.

Referências: Kich DM et al.. Probiotic: effectiveness nutrition in cancer treatment and prevention. Nutr Hosp. 2016; 33(6):1430-1437; Kumar R & Dhanda S. Mechanistic Insight of Probiotics Derived Anticancer Pharmaceuticals: A Road Forward for CancerTherapeutics. Nutr Cancer. 2017;20:1-6; Walker WA et al.. Progress in the science of probiotics: from cellular microbiology and applied immunology to clinical nutrition. Eur J Nutr 2006;45:1-18; Dasari S et al.. Surfacing role of probiotics in cancer prophylaxis and therapy: A systematic review. Clin Nutr. 2016. pii: S0261-5614(16)31333-4. doi: 10.1016/j.clnu.2016.11.017. Redman MG et al.. The efficacy and safety of probiotics in people with cancer: a systematic review. Ann Oncol 2014;25(10):1919e29. Fontes de imagens: http://ift.tt/2mi8Yvb

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