terça-feira, 29 de agosto de 2017

Linfoma de células grandes anaplástico associado a implantes mamários

Existe uma ligação entre alguns tipos de implantes mamários e o risco aumentado de desenvolver linfoma de células grandes anaplástico, um linfoma Não-Hodgkin raro.

Segundo a Food and Drug Administration (FDA) e a Organização Mundial de Saúde, este tipo de linfoma ocorre com mais frequência após colocação de implantes mamários de superfície texturizada, comparativamente aos de superfície lisa. Em fevereiro de 2017 foram contabilizados 359 casos de linfoma de células grandes anaplástico. Nestes casos, 203 foram identificados com implantes texturizados e 28 com implantes lisos. Apenas 312 casos dos 359 relatados apresentaram informações sobre o tipo de preenchimento dos implantes: 186 implantes preenchidos com gel de silicone e 126 implantes preenchidos com solução salina.

A causa do linfoma anaplástico ainda é largamente desconhecida. A hipótese mais convincente é que o desenvolvimento do linfoma é causado pelo trauma repetido devido à interação com a superfície do implante texturizado.

O tipo de implante não é fornecido em todos os casos publicados na literatura científica. No entanto, até à data, nenhum caso de linfoma com implantes de superfície lisa foi publicado. A reação do tecido mamário a uma superfície de silicone lisa difere consideravelmente de uma superfície texturizada. A superfície texturizada induz uma reação prolongada o que não acontece com o implante de superfície lisa.

Este tipo de linfoma, associado aos implantes, está atualmente subdiagnosticado, sendo provável um aumento no número de casos nos próximos anos. Por agora a FDA recomenda maior sensibilização para levar a melhores diagnósticos. Isto porque, nem todos os casos estão a ser devidamente diagnosticados e nem todos os casos diagnosticados são relatados na literatura.

Assim, devem ser devidamente investigadas todas as mulheres com implantes mamários que apresentem formação persistente de seroma (derrame) em torno da prótese ou com outros sinais, como vermelhidão, inchaço, dor, prurido ou massa associada à prótese mamária.

Na maioria das vezes, o linfoma anaplástico manifesta-se através de derrame periprótese que pode ocorrer entre 1 a 10 anos após a colocação das próteses mamárias de silicone ou com solução salina.

Embora o risco geral de linfoma anaplástico seja pequeno, no consentimento informado para o aumento mamário e para reconstrução com próteses deve estar incluido o risco deste linfoma. Estes pacientes devem ser educados sobre os sinais de derrame periprótese e sobre outros sinais ou sintomas típicos deste linfoma.

O linfoma de células grandes anaplástico é raro. Porém, algumas recomendações médicas básicas devem ser seguidas pelas mulheres com implantes mamários. Em primeiro lugar, as instruções médicas sobre como monitorizar os implantes mamários devem ser rigorosamente seguidas. O aparecimento de alterações devem ser reportadas de imediato e observadas pelo médico. Realizar uma mamografia de rotina conforme indicação médica. As mulheres com implantes mamários de gel de silicone, devem periodicamente realizar uma ressonância magnética para detetar rupturas e a primeira ressonância magnética deve ocorrer três anos após a cirurgia do implante e depois, a cada dois anos.

[fonte]Referências: Kaartinen, I., Sunela, K., Alanko, J., Hukkinen, K., Karjalainen-Lindsberg, M. L., & Svarvar, C. (2017). Breast Implant-Associated Anaplastic Large Cell Lymphoma–from diagnosis to treatment. European Journal of Surgical Oncology (EJSO). ; http://ift.tt/2nkcs0T; Fonte da imagem: http://ift.tt/2wGIg54 [/fonte]

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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Trabalhar sentado ou de pé? Reduza o tempo de trabalho sentado.

Trabalhar sentado é um comportamento sedentário que pode prolongar-se por mais de oito horas durante toda a semana Esta posição é, atualmente, vista como um risco para a saúde e um problema de saúde pública.

Nos indivíduos com empregos sedentários há risco aumentado de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, síndrome metabólica e cancro. Por outro lado, as pausas para reduzir o tempo a trabalhar sentado relacionam-se com perfis metabólicos positivos. As pausas frequentes na atividade sedentária contribuem para um risco menor de saúde com melhores indicadores, como o perímetro da cintura, o índice de massa corporal, os níveis de triglicerídeos e a glicemia às 2 horas.

Estudo após estudo tem vindo mostrar que a atividade física reduz o risco de cancro. A investigação resultante sugere que movimentar-se mais ao longo do dia também pode desempenhar um papel na saúde e na proteção do cancro.

Reduza o tempo de trabalho sentado. Reserve tempo para uma pausa de descanso ou adote medidas para trabalhar de pé. Seja pioneiro e proponha a iniciativa “sentar menos” se trabalha e vive num escritório onde está sentado o dia todo.

O projeto americano Take-a-Stand foi desenvolvido para reduzir o tempo de trabalho sedentário e melhorar alguns factores de saúde. Após 7 semanas, houve uma redução do tempo gasto sentado em 224%, o que correspondeu a menos 66 minutos por dia, acompanhada de uma diminuição da dor das costas e do pescoço em 54% e melhorias no humor.

Usar uma estação para trabalhar de pé pode reduzir o tempo a trabalhar sentado com muitos benefício para a saúde. Há algumas alternativas disponíveis de mesas de trabalho muito criativas como a roda de hamster gigante. Veja o video.


[fonte]Referências: Pronk, N. P., Katz, A. S., Lowry, M., & Payfer, J. R. (2012). Peer reviewed: reducing occupational sitting time and improving worker health: the take-a-stand project, 2011. Preventing chronic disease9.; Such, E., & Mutrie, N. (2017). Using organisational cultural theory to understand workplace interventions to reduce sedentary time. International Journal of Health Promotion and Education55(1), 18-29.; Imagem adaptada de http://www.aicr.org/; Video de Robb Godshaw [fonte]

 

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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Artralgia no cancro da mama: exercício físico alivia a dor

Artralgia é definida como dor ou rigidez nas articulações. É uma queixa frequente em pelo menos 50% das doentes com cancro da mama, 6 meses após iniciarem quimioterapia oral com inibidores da aromatase.

A artralgia é, de facto, uma reação adversa prevista do tratamento com inibidores da aromatase de terceira geração: o anastrozol, o letrozol e o exemestano.

No tratamento do cancro da mama, os inibidores da aromatase constituem um marco importante. No entanto, os efeitos desta classe terapêutica devem ser monitorizados pela desmineralização óssea que causam.

O exercício físico ainda não é, devidamente, reconhecido como uma parte importante do tratamento do cancro. Há uma noção muito enraizada de que os doentes com cancro submetidos a quimioterapia devem evitar fazer qualquer tipo de esforço. Em 1989 uma investigação pioneira demonstrou que o exercício aeróbio era viável, seguro e benéfico em doentes com cancro da mama, submetidos a quimioterapia.
Atualmente, há bases científicas sobre a prescrição de exercício físico durante um tratamento oncológico porque pode diminuir os efeitos colaterais da quimioterapia.

Os resultados do estudo HOPE, publicados no Journal of Clinical Oncology, sustentam a prescrição do exercício físico para aliviar a artralgia das sobreviventes tratadas com inibidores da aromatase.

O estudo HOPE mostrou que o exercício é efetivo na melhoria da artralgia induzida pelos inibidores da aromatase. A melhoria da dor observou-se após 3 meses do programa de exercícios. No entanto, o maior benefício ocorreu nas mulheres que seguiram o programa durante 12 meses, com uma redução em 30% das dores articulares.

O programa de exercícios implementado em 12 meses baseou-se numa combinação de treino de resistência, duas vezes por semana num health club, acompanhado por 150 minutos semanais de exercício aeróbio realizado em casa e que consistia principalmente na caminhada rápida (tapete ou exterior), embora as participantes pudessem escolher outros exercícios aeróbicos, como a bicicleta de ginásio.

Depois de um cancro de mama, apesar de muitos efeitos secundários persistirem depois dos tratamentos e do desgaste psicológico, a sobrevivência é o objetivo principal. Por isso, obter uma orientação adequada com o apoio do oncologista e seguir um programa com benefícios é um passo fundamental para a recuperação.

Referências: Coleman, R. E. (2003). Current and future status of adjuvant therapy for breast cancer. Cancer97(S3), 880-886.; MacVicar MG, Winningham ML, Nickel JL. Effects of aerobic interval training on cancer patients’ functional capacity. Nurs Res. 1989;38:348-51.; Irwin, M. L., Cartmel, B., Gross, C. P., Ercolano, E., Li, F., Yao, X., … & Harrigan, M. (2014). Randomized exercise trial of aromatase inhibitor–induced arthralgia in breast cancer survivors. Journal of Clinical Oncology33(10), 1104-1111.

 

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terça-feira, 15 de agosto de 2017

Os mais populares no Google em 2017

É na segunda quinzena de agosto que costumamos divulgar os 5 artigos publicados durante este ano e os mais populares e lidos do Stop Cancer Portugal.

Consulte a lista dos 5 temas mais visualizados através do maior motor de pesquisa, o Google. São conteúdos diversos relacionados com a saúde e o bem-estar.

  1. É a arte que nos salva?!
    A arte em geral e a música em particular desempenham um importante papel de nos fazer sublimar o sofrimento existencial e de certo modo salvam-nos.
  2. Urtiga: ou sabe colher ou vai doer
    A urtiga é uma planta selvagem. Não pode ser cultivada. Aprenda a conhecer e a identificar a planta na natureza e, depois de algumas picadas e algum ardor, saiba o que pode fazer com ela.
  3. Açúcares escondidos à vista desarmada
    Neste artigo pode ver um vídeo que esclarece sobre os açúcares escondidos que se encontram em quase todos os produtos embalados que compramos e comemos ao longo do dia.
  4. Probióticos e cancro: efeitos e segurança no tratamento
    Alguns probióticos têm um papel importante no equilíbrio das células do intestino e na resposta imunitária, apresentando, ainda, atividade anticancerígena na prevenção e no tratamento.
  5. Há diferenças entre a prática de Yoga e Pilates?
    Este artigo explora a diferença da prática dos dois métodos, yoga e pilates.

Agora que já leu os cinco mais populares, partilhe esta informação com os seus amigos e familiares. Contribua para criar uma sociedade informada, responsável e saudável.

Boas férias.

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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Dieta mediterrânica associada ao menor risco de pólipos colorretais

A adesão aos princípios da dieta mediterrânica tem sido associada a um menor risco de cancro colorretal.

Os benefícios anticancerígenos da dieta mediterrânica são atribuídos pela abundância de fruta e vegetais naturalmente ricos em fibras dietéticas, com um consumo moderado peixe e lacticínios, o que a torna energeticamente baixa em calorias. Por outro lado, o estilo mediterrânico regista ainda um consumo ocasional de carne, de bebidas alcoólicas e refrigerantes.

Os fatores de risco dietéticos estabelecidos para o desenvolvimento de pólipos colorretais e por inerência para o cancro colorretal incluem a ingestão elevada de carnes vermelhas e processadas, bebidas alcoólicas, alimentos altamente clóricos e um consumo pobre de alimentos de origem vegetal.

Os resultados de um estudo que avaliou a relação da adesão da dieta mediterrânica com o risco de pólipos colorretais foram apresentados recentemente no Congresso Mundial do Cancro Gastrointestinal que ocorreu em Barcelona (ESMO 19th World Congress on Gastrointestinal Cancer).

O estudo caso-controle seguiu 808 indivíduos com idades compreendidas entre os 40 e os 70 anos depois de submetidos a colonoscopia.

Todos os indivíduos foram sujeitos a uma avaliação antropométrica, a uma entrevista médica e de estilo de vida e completaram um questionário para aferir a alimentação habitual. Depois foram aconselhados a aderir à dieta mediterrânica onde se incluíram os seus principais alimentos: vegetais e legumes, fruta, nozes e sementes, cereais integrais, peixe, um consumo proporcional entre gorduras monoinsaturadas (MUFA) e saturadas (SFA) e de carnes brancas, superior à mediana encontrada na amostra do estudo. Os indivíduos participantes foram ainda instruídos para diminuir o consumo de carnes vermelhas, bebidas alcoólicas e refrigerantes.

As conclusões do estudo indicam que um maior consumo de peixe e fruta aliado a um consumo baixo de refrigerantes estão associados a um menor risco de pólipos colorretais.

Escolha prevenção, adote a dieta mediterrânica: faça mais refeições de peixe e legumes, coma fruta ao lanche, selecione a água como a bebida principal e afaste-se das bebidas açucaradas.

Referências: Fliss Isakov, N., Zelver-Sagi, S., Webb, M., Ivankovsky, D., Margalit, D., & Kariv, R. (2017). O-023Mediterranean diet components are negatively associated with advanced colorectal polyps in a population-based case-control study. Annals of Oncology28(suppl_3).; Créditos da imagem: http://ift.tt/2vpbIuX

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terça-feira, 8 de agosto de 2017

Deteção precoce do cancro no futuro: uma simples análise ao sangue

A resposta mais eficaz para a cura do cancro é a sua deteção precoce. Por esta perspetiva, é indispensável que a investigação e os investigadores se dediquem mais a pesquisar métodos capazes de detetar os diferentes tipos de cancro e antes de atingirem um determinado tamanho. Para os cientistas, esse tamanho, situa-se antes do tumor alcançar as 100 milhões de células.

Jimmy Lin é geneticista e defende a deteção precoce com uma teoria bastante simples. Em vez de esperar que os cancros sejam bastante grandes para causar sintomas, ou que sejam bastante densos para aparecerem na imagiologia, ou que sejam suficientemente volumosos para poderem ser visualizados por procedimentos médicos, é possível começar a procurar enquanto eles são relativamente pequenos, observando pequenas quantidades de ADN no sangue.

Jimmy Lin propõe uma nova tecnologia para a deteção precoce do cancro muitos meses ou anos antes dos métodos atuais. Ele está a desenvolver uma técnica revolucionária que procura pequenos sinais de presença do cancro através de um exame de sangue simples.
Segundo as suas pesquisas, as células cancerosas crescem e morrem mais depressa que as células normais e, quando morrem, o ADN é lançado no sistema sanguíneo. Como são já conhecidas as assinaturas das células cancerosas, pelo sequenciamento do genoma do cancro, é viável procurar por esses sinais no sangue para conseguir detetar precocemente esses cancros. Veja a explicação completa do Dr. Lin na sua TED talk em Vancouver com legendas disponíveis em português.

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terça-feira, 1 de agosto de 2017

Yoga e depressão: a prática ajuda a aliviar sintomas

É comum, hoje em dia, aparecerem pessoas nos centros de yoga, para praticar yoga, com a recomendação de psiquiatras e psicólogos. Esta recomendação relaciona-se com a ideia que a prática de yoga ajuda a aliviar os sintomas da depressão.

Em primeiro lugar, porque a respiração passa a ser consciente e fluída. Quando aprende a dominar várias técnicas de respiração, torna-se possível dominar a capacidade respiratória. A respiração torna-se mais profunda, mais suave. A sua execução passa a ser feita sem esforço, utilizando toda a capacidade da caixa respiratória. Quando a mente aprende a controlar a respiração, experimenta-se momentos de tranquilidade e bem-estar, uma experiência contrária ao que se vive num quadro depressivo.

A prática de relaxamento, também permite perceber as zonas de tensão no corpo. Concentrando-se no relaxamento dessas zonas, consegue relaxar e entra num processo que ajuda no controlo de certas dores físicas provocadas pela tensão muscular.

A prática de posturas de yoga como são as asanas, ajuda a conhecer o seu corpo e a percepcionar pequenas anomalias físicas, tais como, desconforto físico, as formas de se sentar ou dormir. Assim, pode compreender o que pode melhorar para que o corpo relaxe mais e possa melhorar a qualidade do sono.

Quando se sente conforto físico e se aprende a detetar e a dominar o desconforto, a mente começa a sentir um enorme bem-estar. Este estado da mente nada tem a ver com pensamentos depressivos ou angustiantes.

A meditação no yoga também permite identificar certos pensamentos, de modo a gerir melhor o processo mental o que leva a um distanciamento emocional. Ganha-se uma nova perspetiva sobre a forma como se encara a vida e o processo como a vivenciamos.

A depressão é um estado no qual se sentem emoções de angústia, tristeza, frustração, desânimo, desmotivação, resultantes de experiências que não nos conseguimos libertar. Um dos aspetos que o yoga desenvolve é o controlo da mente. Quando controlamos a mente, podemos dirigir os pensamentos para as coisas positivas que nos rodeiam.

Referências: Manual Curso de Professores de Hatha Yoga Ed. Vidya-Academia de Yoga do Porto, 2010. “El libro del yoga”, Swami Visnhu Devananda, Alianza Editorial, S. A., 2001; “Yoga y Medicina”, Dr. Timothy McCall, Paidotribo; 1º edição (January 1, 2009).; Créditos da imagem: http://ift.tt/2uTChqp

 

 

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