terça-feira, 28 de novembro de 2017

Cancro do pâncreas: o papel da nutrição

Novembro é o mês de sensibilização para o cancro do pâncreas, sobre o qual a nutrição tem um papel muito importante na prevenção, tratamento e controlo.cancro do pâncreas

No mundo, este tipo de cancro ocupa o 2º lugar entre os cancros do aparelho digestivo mais frequentes. O cancro do colon ocupa o 1º lugar.

Em Portugal, o cancro do pâncreas ocupa o 3º lugar, surgindo anualmente cerca de 500 novos casos. Como fatores de risco têm sido indicados a idade superior a 60 anos, o género masculino, os antecedentes familiares, a história de pancreatite crónica, a cirrose, a diabetes, a insulino-resistência, a obesidade, uma alimentação rica em gorduras prejudiciais e o consumo de tabaco.

Durante a fase de diagnóstico, mais de 80% dos doentes já apresenta uma significativa perda de peso. Sintomas como a dor abdominal, a perda de apetite, a saciedade precoce, os vómitos, a diarreia ou obstipação e no aumento da degradação das reservas de proteína do organismo e do gasto de energia são responsáveis pela perda ponderar acentuada.

Vários estudos mostram que a desnutrição leva à perda muscular, à degradação da gordura de reserva, a maiores tempos de internamento, ao aumento do risco de complicações, a uma menor resposta ao tratamento, à redução da qualidade de vida e a um aumento da morbilidade e da mortalidade. Por outro lado, a estabilização do peso e da composição corporal estão associadas a melhoria da sobrevivência e da qualidade de vida. Assim, se a ingestão alimentar não for suficiente, a terapêutica nutricional é absolutamente essencial em doentes com cancro do pâncreas.

Um dos possíveis tratamentos é a cirurgia. Nestes casos, a parte do pâncreas que não foi removida pode não ter capacidade para produzir os enzimas necessários para a digestão (lipase, protease e amilase), pelo que os doentes poderão não ser capazes de digerir os alimentos e absorver os seus nutrientes. Quando isso acontece, a sua permanência no intestino contribui para o aparecimento de diarreia, agravando a desnutrição. Além disso, os doentes poderão apresentar flatulência, distensão abdominal, cólicas e outros sintomas. Consequentemente, o objetivo primário para estes doentes é eliminar ou reduzir a diarreia, restaurar o estado nutricional, prevenir a perda de peso e controlar a sintomatologia.

Recomendações para doentes com cancro do pâncreas

Para controlo de sintomas, os doentes submetidos a cirurgia deverão:

– Tomar a dose prescrita de enzimas pancreáticos com todas as refeições, incluindo lanches

– Evitar gorduras, alimentos ricos em gordura e fritos

– Fazer 6 a 8 refeições diárias, espaçadas em 2 a 3 horas, preferindo as refeições pouco volumosas, dado que são mais fáceis de digerir

– Beber, pelo menos, 6 a 12 copos de líquidos não alcoólicos por dia

– Às refeições, beber pequenos goles, de modo a evitar as náuseas e a sensação de enfartamento. Optar pela ingestão de líquidos 1 horas antes ou depois das refeições

– As bebidas deverão ser ricas nutricionalmente, evitando as bebidas alcoólicas

– Se o doente está nauseado, deve ser dada preferência a alimentos secos

– Evitar os hidratos de carbono simples/refinados, se existir Síndrome de Dumping

– Discutir com o médico ou com o nutricionista o uso de suplementos vitamínicos. O cálcio e as vitaminas A, D, E e K poderão ser necessários, se existir malabsorção provocada pela diarreia

Compostos com possível efeito benéfico em doentes com cancro do pâncreas

Os ácidos gordos ómega 3 também parecem ter um papel benéfico, nomeadamente o ácido gordo eicosapentanóico (EPA). Os estudos que incidem especificamente no cancro do pâncreas são poucos, por se tratar de uma doença silenciosa, numa fase inicial, com uma progressão rápida e que está associada a uma taxa de sobrevivência reduzida. No entanto, os trabalhos realizados têm mostrado uma possível ação benéfica do EPA no peso, na massa magra, no apetite, na energia gasta em repouso e na qualidade de vida.

Apesar de apenas existir um estudo sobre a ação da L-carnitina em doentes com cancro da mama, a suplementação com este composto parece melhorar o estado nutricional e a qualidade de vida, comparativamente a um grupo de controlo sujeito a um placebo.

A ingestão alimentar, a curva de peso, a composição corporal, a frequência e consistência das fezes, as necessidades nutricionais, os tratamento oncológicos e outros parâmetros são todos eles considerados pelo nutricionista para uma correta intervenção nutricional. O plano alimentar deve ser baseado nessas características particulares de cada doente, com vista a uma melhor qualidade de vida, controlo dos sintomas e a uma maior sobrevivência.

Referências: https://www.pancan.org (acedido a 24/11/2017); http://oncomais.pt (acedido a 24/11/2017); Oncology, E. S. f. M. Pancreatic Cancer: a guide for Patients – Information based on ESMO Clinical Practice Guidelines. Annals of Oncology, 2013, 28; Gärtner S et al. Nutrition in Pncreatic Cancer: A Review. Gastrointest Tumors. 2016; 2(4): 195-202; Ferrucci LM et al. Nutritional status of patients with locally advanced pancreatic cancer: a pilot study. Support Care Cancer. 2011;19:1729–1734; Andersson R et al. Nutritional aspects in the management of pancreatic cancer. Ann Gastroenterol. 2000;13:221–224; Davidson W et al. Weight stabilisation is associated with improved survival duration and quality of life in unresectable pancreatic cancer. Clin Nutr. 2004;23:239–247; Kraft M et al. L-Carnitine-supplementation in advanced pancreatic cancer (CARPAN) – a randomized multicentre trial. Nutr J. 2012;11:52. Fontes de imagens: http://ift.tt/2AFqX71; http://ift.tt/2AcUsvK

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terça-feira, 21 de novembro de 2017

Calêndula: mais cor no jardim nos dias de inverno, novos sabores no prato

Com os dias mais curtos, a escuridão visita-nos mais cedo. Podemos dar alguma cor ao jardim e plantar calêndula.

Calendula officinalis é vulgarmente conhecida por calêndula ou maravilhas e pertence à família Asteraceae.

Esta planta pode atingir uma altura entre os 40 e os 60 cm e caracteriza-se pelas suas flores que apresentam uma coloração amarelo-alaranjado.

A calêndula é uma planta bastante resistente, aguenta bem o frio do inverno, não perdendo a sua floração. As flores e as folhas têm um sabor amargo característico, com odor fraco e aromatizado.

É uma excelente planta para ter no jardim, além de colorida é bastante rica, com diversos componentes bioativos, como os compostos fenólicos e os flavonóides que apresentam propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antimicrobianas e anticancerígenas. Os flavonóides mais abundantes nas flores da planta são a rutina e a quercetina.

Cultivar calêndula

Aponte quatro passos para cultivar calêndula e torne o seu jardim mais colorido:

  1. Instale por sementeira direta: adquira as sementes em qualquer loja de produtos agrícolas, ou faça mesmo uma compra online
  2. Coloque as sementes a uma profundidade de 5 cm, a uma distância de 30 a 50 cm entre plantas. Num metro quadrado que aconselhamos, pode colocar 4 sementes ou uma por vaso.
  3. A planta necessita de um solo bem drenado, fértil, rico em matéria orgânica, contudo é uma planta que se adapta a qualquer tipo de solo, desde que esteja minimamente preparado. Em dias mais frios deve recorrer às técnicas de proteção das plantas, faladas aqui. Relativamente à rega, esta deve ser feita diariamente, se justificar, isto porque a planta necessita de água moderadamente.
  4. Todas as partes da planta são utilizáveis: folhas, flores e caule.

A calêndula é uma planta comestível, as suas folhas e pétalas são edíveis, sendo as pétalas adicionadas a pratos como guarnição em substituição de alguns condimentos, como por exemplo, o açafrão. As folhas são geralmente amargas e também podem ser utilizadas como condimentos, principalmente em saladas.

Os caules, embora em menor escala também são utilizados como condimento e temperos de alimentos na indústria alimentar. Embora todas as partes da planta sejam utilizadas, a flor é a parte mais utilizada.

Com o inverno a chegar, a cor da calêndula vai fazê-lo lembrar o Sol a espreitar em dias mais escuros.

 

Referências: Clevely Andy, Katherine Richmond. Manual completo de Plantas e Ervas Medicinais. Lisboa: Editorial Estampa; Moreira, S. Estudo da aplicabilidade de pétalas de Calendula officinalis L. em produtos alimentares enriquecidos. Porto, 2015. http://ift.tt/2zVLN0x (acedido a 14/11/2017).

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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Seja curioso – tratamento da dor

A dor é um fenómeno complexo e com variantes multidimensionais, nomeadamente fisiológicas, bioquímicas, psicossociais e comportamentais. São muitas as causas que influenciam a existência da dor e a sua intensidade ao longo do tempo.

Podendo surgir como resultado de uma agressão ou lesão, é também um sintoma que acompanha de forma transversal a generalidade das situações patológicas que requerem cuidados.

Todos os tipos de dor provocam sofrimento, muitas das vezes intolerável, refletindo-se de forma negativa na qualidade de vida das pessoas, tornando-se assim uma das grandes causas de internamento.

A dor aguda é definida como uma dor de inicio recente e de duração provavelmente limitada, podendo ser superficial, somática ou visceral.

A dor crónica prolonga-se no tempo e normalmente com difícil identificação temporal e causal. O sofrimento provocado pode manifestar-se com várias características e gerar diversos estádios patológicos.

Existem várias escalas a nível internacional para medir a intensidade da dor. As mais conhecidas são a “escala numérica” e a “escala de faces”. Após explicação acerca da interpretação das escalas, a intensidade da dor deverá ser sempre referida pelo doente, e este tem que estar consciente para poder colaborar com o técnico de saúde que se encontra a fazer a avaliação. A escala de avaliação da dor deverá ser sempre a mesma para as sucessivas avaliações.

Relativamente aos tratamentos, estes são variados. Devem ser administrados ou efetuados com muito zelo. Deverão ser escolhidos de acordo com as necessidades de cada pessoa devendo-se optar pelo mais eficaz e com menos efeitos colaterais. Muitas vezes um analgésico ou anti-inflamatório são suficientes, porém noutras situações é necessário combinar vários tratamentos.

Tratamento da dor: com medicamentos e não medicamentoso

O tratamento da dor pode ser efetuado com medicamentos, nomeadamente:

– Analgésicos (mais utilizados na dor nociceptiva)

– Anti-inflamatórios (em causas inflamatórias)

– Antidepressivos (em causas emocionais)

– Ansiolíticos (para promover o relaxamento muscular)

– Anticonvulsivantes (para contraturas musculares)

– Bloqueio de nervos periféricos (quando os anteriores não são eficazes).

O tratamento não medicamentoso pode ser efetuado recorrendo a:

– Fisioterapia (alongamentos, rolfing e aparelhos elétricos)

– Apoio psicológico (situações de stress, ansiedade e depressão)

– Terapia cognitivo-comportamental (crenças, regras, emoções, aprender comportamentos adaptativos)

– Terapias complementares (acupuntura, meditação, ioga, espiritualidade, massagem, relaxamento)

– Outras estratégias (repouso, calor/frio).

Após a avaliação da dor nas suas várias vertentes, cabe aos profissionais de saúde em acordo com a pessoa com dor fazer a opção mais adequada para a situação decorrente.

Referências: K. Andreas & P. Nilesh. (2010). Guia para o tratamento da dor. ISAP.; N. Onofre. (2009).Dor: princípios e prática. Artmed Editora.;Photo by Cristian Newman on Unsplash  

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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Água: não desperdiçar recursos também é um estilo de vida

A água é um bem essencial e indispensável para a vida. Mas a verdade é que muitas vezes a tomamos por garantida e esquecemo-nos que todos os recursos naturais podem escassear.

No panorama atual em que vivemos, que está a ser marcado pela seca, lembrarmo-nos de que devemos utilizar a água de forma responsável é fundamental e urgente.

No âmbito da alimentação, sempre que desperdiçamos comida, estamos também a desperdiçar água. Sim, porque foi necessária água para produzir um alimento que no final não vai ser consumido.

Assim, é importante questionarmo-nos: será que sabemos quanta água é necessária para a produção dos alimentos? Sabe qual a quantidade necessária para produzir um tomate?  Ou uma laranja? E um ovo?

O vídeo disponibilizado pela agência Food and Agriculture Organization das Nações Unidas, ajuda a esclarecer algumas dessas questões.

Incluir medidas para não desperdiçar recursos ao nosso estilo de vida pode ser um contributo valioso.

Créditos da imagem:http://ift.tt/2hvUTKS

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