domingo, 30 de setembro de 2018

Enzimas pancreáticas no cancro do pâncreas

Uma das funções do pâncreas é secretar enzimas essenciais para a digestão dos alimentos: as enzimas pancreáticas. Mais precisamente, para “quebrar” as moléculas de gordura, proteínas e hidratos de carbono em compostos mais simples capazes de serem absorvidos.

Assim, a falha na produção enzimática poderá levar a um prejuízo na digestão e, como tal, na absorção de nutrientes. Uma das causas para essa falha corresponde ao cancro do pâncreas e, também, ao tratamento cirúrgico que o tratamento possa envolver.

Deste modo, se tomada de forma adequada, a suplementação com enzimas pancreáticas pode ajudar a prevenir a perda de peso e a controlar os sintomas associados a uma produção de enzimas insuficiente.

Enzimas pancreáticas: que tipos existem?

Existem três tipos de enzimas pancreáticas: lipase, protease e amilase.
A lipase é a enzima responsável pela digestão das moléculas de gordura, podendo a sua escassez resultar em carência de gordura e de vitaminas lipossolúveis e/ou em diarreia e/ou fezes gordurosas.

Outra das enzimas produzidas pelo pâncreas é a protease, responsável pela degradação das proteínas. A falta da mesma pode causar alergias ou a formação de substâncias tóxicas e o risco acrescido de infeções intestinais por bactérias, fungos ou parasitas.
Por último, tem-se a amilase, a qual degrada os hidratos de carbono em açúcares capazes de serem absorvidos. Em situações de escassez de amilase, poderá surgir diarreia.

Enzimas pancreáticas: que sintomas surgem, quando são insuficientes?

Na ausência de enzimas pancreáticos necessários à digestão, poderão surgir vários sintomas, como:

– indigestão

– cólicas após as refeições

– flatulência

– fezes que permanecem à superfície da água ou fezes gordurosas

– fezes claras (amarelas ou laranja)

– fezes frequentes

– fezes soltas

– perda de peso

Cerca de 25% dos doentes submetidos ao procedimento de Whipple terão malabsorção e irão precisar de ser suplementados com enzimas para toda a vida, principalmente aqueles submetidos também a radioterapia. Outros doentes poderão precisar de enzimas por alguns meses ou anos, após a cirurgia.

Normalmente, a absorção de gordura não volta ao normal, mesmo com a toma de enzimas. Neste caso, o objetivo da intervenção nutricional será eliminar a diarreia, adequar a alimentação às necessidades nutricionais e prevenir a perda de peso. Assim, a suplementação com triglicéridos de cadeia média pode auxiliar no controlo da perda de peso, pois fornecem calorias e ultrapassam a questão da absorção da gordura, já que são rapidamente absorvidos.

O nutricionista que acompanha o doente poderá, ainda, recorrer a suplementos nutricionais orais, com o objetivo de promover o aumento de peso, aumentar a força e, por conseguinte, a capacidade física e melhorar a qualidade de vida.

Em doentes com cancro do pâncreas inoperável, a prevenção da perda de peso e a melhoria dos sintomas pode ser prevenida com uma combinação de enzimas pancreáticas, intervenção nutricional apoiada pela consulta de Nutrição Oncológica e drenagem do ducto biliar.

Enzimas pancreáticas: que dose tomar?enzimas pancreáticas

O tipo e a dose de enzima devem ser sempre recomendados consoante a situação clínica de cada doente, podendo ser alterados com o tempo. Assim, os sintomas apresentados deverão ser sempre discutidos com o médico e com o nutricionista.

Enzimas pancreáticas: recomendações para otimizar o efeito?

Para que se consigam os melhores resultados com a toma de enzimas pancreáticas, a Pancreatic Cancer Action Network aconselha o seguinte:

– tomar as enzimas em todas refeições que contenham alguma gordura (no caso da lipase)

– começar com a dose mais baixa e ajustar de acordo com o nível de falha pancreática

– tomar no início da refeição e, caso sejam múltiplas enzimas, optar por tomar algumas no início e as restantes ao longo da refeição (não no fim)

– engolir as cápsulas inteiras com um líquido

– se as cápsulas forem difíceis de deglutir, deve-se abrir a cápsula e colocar o seu conteúdo numa colher previamente cheia com um alimento macio que não precise ser mastigado e que possa ser deglutido imediatamente. Os alimentos recomendados são: compota de maçã, gelatina, puré de pêssego, banana ou batata doce. Não misturar o conteúdo das cápsulas com leite, leite creme, gelado ou outros laticínios (o elevado pH destes produtos pode inativar estas enzimas)

– respeitar o prazo de validade das enzimas

Enzimas pancreáticas: existem efeitos secundários?

A obstipação é o efeito secundário mais comum, embora raramente também possam surgir náuseas, cólicas abdominais ou diarreia.

Referências:Othman MO et al. Introduction and practical approach to exocrine pancreatic insufficiency for the practicing clinician. Int J Clin Pract. 2018; 72(2); Pancreatic Cancer Action Network – pancan.org. Acedido a 28/9/2018. Fontes de imagens: https://ift.tt/2QjdcOW; https://ift.tt/2R8FNbf

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terça-feira, 25 de setembro de 2018

Yoga e qualidade de sono no cancro

Poderá a prática de yoga melhorar a qualidade de sono nos doentes com cancro, durante e pós-tratamento?

Um estudo publicado no Journal of Clinical Oncology, indica que sim. Esse estudo permitiu verificar não só a qualidade do sono, mas também a melhoria da qualidade da vigília, da eficiência do sono, como também na redução da medicação necessária para garantir a qualidade de sono.

Cerca de 30% a 90% dos sobreviventes de cancro relatam passar a ter uma má qualidade de sono após o tratamento. A ausência de qualidade no sono pode ser grave o suficiente, para aumentar a morbidade e a mortalidade. Por isso, são recomendadas alterações ao estilo de vida, como a prática de exercício conjuntamente com,medicação e terapia comportamental cognitiva no tratamento do sono.

Há evidências preliminares de que o yoga, uma prática que inclui, exercício físico, controlo da mente e da respiração, assim como a prática de relaxamento e meditação, podem melhorar a qualidade de sono nos sobreviventes de cancro.

Foi realizado um ensaio clínico randomizado e controlado com o objetivo de determinar a eficácia de uma intervenção padronizada de yoga, em comparação com os cuidados padrão na melhoria da qualidade do sono global em sobreviventes no pós-tratamento. Selecionaram-se aleatoriamente  410 sobreviventes de cancro (96% do sexo feminino; idade média de 54 anos; 75% tinham cancro da mama),que sofreram de moderada ou grande perturbação do sono entre 2 e 24 meses após cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia.

Estes indivíduos foram divididos em dois grupos. Um grupo seguiu o tratamento padrão, o outro grupo seguiu o tratamento padrão adicionado a uma prática regular de yoga durante 4 semanas. O grupo de yoga usou o programa de Yoga para Sobreviventes de Cancro (YOCAS), projetado por pesquisadores da Universidade de Rochester Medical Center. Este programa é composto pela prática de pranayama (exercícios respiratórios), 16 asanas (posturas) de yoga e meditação. Os indivíduos participaram em duas sessões de 75 minutos por semana. A qualidade do sono foi avaliada através do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh e por actigrafia, antes e depois do programa.

O grupo dos indivíduos do programa de yoga mostraram um aumento na melhoria da qualidade do sono global e na qualidade subjetiva do sono, na disfunção diurna, no início da vigília, na eficiência do sono e uso de medicação na pós-intervenção, comparativamente ao grupo do tratamento padrão.

O grupo do tratamento padrão apresentou um aumento no uso de medicação para dormir e relatou uma redução da qualidade do sono, maior fadiga e pior qualidade de vida.

Karen Mustian, a investigadora principal e professora assistente do estudo, considera que o “yoga é uma técnica segura e simples que pode ter múltiplos benefícios para os sobreviventes que estão procurando soluções.”

Também adianta que a combinação da respiração, posturas e atenção plena durante a prática suave de yoga, individualmente ou em grupo, contribuem para melhorar o sono, a fadiga e a qualidade de vida. Ainda sobre o estudo afirma: “Também é possível que o programa YOCAS® trabalhe através de muitos caminhos biológicos, psicológicos e sociais simultaneamente”,acrescentando que o stress e a redução da ansiedade ajudam a perceber como relaxar.

Fontes de informação: Texto adaptado de http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2012.43.7707; https://www.urmc.rochester.edu/news/story/2866/urmc-study-yoga-improves-sleep-quality-of-life-for-cancer-survivors.aspx; Créditos da imagem: https://ift.tt/2xO08tn

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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Treino da consciência: abandonar os maus hábitos

O treino da consciência pode ajudar a quebrar com hábitos nocivos, como fumar, comer excessivamente e outros comportamentos aditivos.

Judson Brewer é psiquiatra e especialista em dependências. Dedica-se ao estudo da relação entre as técnicas de mindfulness ou atenção plena e as dependências, como o tabaco e outros hábitos excessivos. Segundo ele, o treino da consciência e a curiosidade contribuem significativamente para vencer os maus hábitos.

Com o treino da consciência, vemos claramente o que obtemos com um comportamento nocivo. Prestamos atenção ao ciclo repetitivo e exaustivo do mau hábito que adquirimos, tornando-se mais fácil romper com o processo cognitivo, cuja base é: estímulo, comportamento e recompensa.

Assim, Judson desenvolveu novos tratamentos para acabar com as dependências de todos os tipos. O seu método combina técnicas de mindfulness e treino da mente por neurofeedback para ajudar todos os indivíduos com dependências de substâncias e com distúrbios alimentares.

Compreenda o método simples que Judson Brewer propõe, assistindo à palestra Ted Talk.

Créditos da imagem: Judson A. Brewer and Lori Pbert, “Mindfulness: An emerging treatment for smoking and other addictions?”, Journal of Family Medicine, September 3, 2015

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terça-feira, 18 de setembro de 2018

Absoluta Simplicidade!

Actualmente, encontramos muitas pessoas insatisfeitas, temos excesso de coisas e de desejos. Não seria mais sensato livrarmo-nos das supostas “necessidades” e assim diminuir as preocupações? Não seria mais equilibrado estarmos em contacto com a Natureza e assim melhorar o nosso estado físico, mental e espiritual?

A absoluta simplicidade e o despojamento da vida que o Homem levava nos tempos primitivos tinham pelo menos a vantagem de deixá-lo ser parte da Natureza e livre. Quando sentia falta de alimento ou de sono, tinha a estrada novamente diante de si… Morava neste mundo vagueando por vales, planícies e cumes de montanhas. Os homens transformaram-se em instrumentos dos seus instrumentos. Aquele que na maior liberdade apanhava os frutos nas árvores quando sentia fome, tornou-se agricultor, fixando-se no terreno e aí construindo a sua própria casa.

Ao longo dos tempos, durante o nosso processo evolutivo fomos criando necessidades para o nosso conforto, mas também armadilhas… Muitos avanços tecnológicos tiveram um propósito benéfico, no entanto, por vezes, o progresso traz necessidades que dantes não existiam, sendo preciso distinguir o dispensável do essencial.

Assiste-se, hoje em dia, a uma nova escravatura, onde os “escravos” não têm consciência dessa condição e se encerram a eles mesmos em “gaiolas douradas”, tornando-os vítimas de uma inquietação permanente.

Créditos da imagem: Foto de Masao Yamamoto, 1999.

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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Acrilamida: conhecer para diminuir a exposição

A acrilamida é uma substância química encontrada no fumo do tabaco e em alguns produtos alimentares.

Esta substância só foi descoberta nos alimentos em 2002. Desde essa altura, vários estudos exploraram o potencial carcinogénico em humanos e atualmente, a acrilamida  é classificada pela Agência Internacional de Pesquisa em Cancro como “provavelmente carcinogénica para humanos”.

A acrilamida forma-se durante a fritura e a torrefação, através da reação química de Maillard. Os açúcares como a frutose e a glicose, que estão naturalmente presentes nos alimentos, reagem com o aminoácido asparagina, produzindo o aspeto dourado em certos alimentos.

As principais fontes alimentares de acrilamida são: batatas fritas e chips, bolachas, pão embalado e biscoitos, cereais de pequeno almoço, azeitonas pretas em conserva e café.
Os seus níveis variam muito de acordo com os métodos de processamento e a temperatura a que os produtos alimentares são sujeitos no processo de fabrico. O teor de acrilamida de alguns alimentos pode diminuir, quando se evitam alguns métodos de confeção como torrar, descascar as batatas antes de fritar ou usar batatas pré-fritas.

Os estudos com modelos animais mostraram  que a exposição à acrilamida aumenta o risco de vários tipos de cancro. No entanto, não há ainda evidências consistentes de que a exposição dietética esteja associada ao risco de cancro em humanos.

Enquanto o debate sobre o potencial efeito cancerígeno da acrilamida está em aberto, convém tomar algumas medidas para reduzir a exposição à acrilamida através dos alimentos que consumimos:

  • Evite fritar batatas fritas congeladas. Ou siga as recomendações do fabricante quanto ao tempo e temperatura para evitar a fritura excessiva. A fritura causa a formação de acrilamida.
  • Pão torrado: torre suavemente e evite áreas muito castanhas e queimadas.
  • Não guarde batatas no frigorífico, por contribuir para o aumento dos teores de acrilamida durante o processo de fritura. Conserve as batatas num local escuro e fresco (armário ou despensa).
  • Adote um plano de alimentação saudável: coma mais fruta, legumes, grãos integrais, leite e outros produtos lácteos com baixo teor de gordura, seguindo as porções recomendadas destes grupos alimentares. Inclua carnes magras, peixe, leguminosas como o feijão, o grão de bico e as ervilhas. Não se esqueça dos ovos e das nozes. Limite as gorduras saturadas, gorduras trans, o sal em excesso e os açúcares adicionados.
Referências: Virk-Baker, M. K., Nagy, T. R., Barnes, S., & Groopman, J. (2014). Dietary acrylamide and human cancer: a systematic review of literature. Nutrition and cancer66(5), 774-790.; Pelucchi, C., Bosetti, C., Galeone, C., & La Vecchia, C. (2015). Dietary acrylamide and cancer risk: An updated meta‐analysis. International journal of cancer136(12), 2912-2922; https://www.cancer.gov/about-cancer/causes-prevention/risk/diet/acrylamide-fact-sheet; Créditos da imagem: www.eufic.org 

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terça-feira, 11 de setembro de 2018

Prevenção aos Millennials: o risco de cancro colorretal duplicou para esta geração

O risco de cancro colorretal duplicou para os millennials, a geração Y. Por isso, o rastreio precoce deve começar mais cedo e as campanhas de prevenção devem ser acionadas, contínuas e adaptadas.

Nos anos 80, receber um diagnóstico de cancro cólon antes dos 50 anos era considerado um caso raro. Atualmente, enfrentamos uma outra realidade: o risco de cancro colorretal duplicou em 40 anos.

Um estudo epidemiológico americano concluiu que os jovens adultos são cada vez mais afetados por este tipo de cancro e está relacionado com o aumento de casos de obesidade na adolescência.  Os indivíduos que nasceram em 1990 têm duas vezes mais risco de serem diagnosticados com cancro do cólon, comparativamente com os nascidos na década de 50. Além disso, o risco de ser vítima de cancro do reto é quatro vezes maior para a geração Y.

Em Portugal, o cancro do cólon é o tipo de cancro mais incidente (14,5%) e é o maior responsável pela mortalidade em ambos os sexos (15,7%).

Só a prevenção, através de campanhas de educação e sensibilização e do rastreio precoce, pode contribuir significativamente para travar um problema que, agora, passa a ser dos adultos jovens da geração Y.

O diagnóstico precoce do cancro colorretal é particularmente eficaz e determinante para o sucesso do tratamento. Os experts recomendam uma reavaliação da idade mínima, uma vez que atualmente, a idade estipulada para a primeiro rastreio é aos 50 anos.

As campanhas de sensibilização e educação para a adoção de um padrão alimentar saudável e de um estilo de vida ativo são muito valiosas. O excesso de peso, um padrão alimentar pobre em fibras alimentares, o consumo excessivo de carnes processadas, o sedentarismo e os hábitos tabágicos são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do cancro colorretal, mas todos eles são modificáveis.

 Referências:Siegel, R. L., Fedewa, S. A., Anderson, W. F., Miller, K. D., Ma, J., Rosenberg, P. S., & Jemal, A. (2017). Colorectal cancer incidence patterns in the United States, 1974–2013. JNCI: Journal of the National Cancer Institute109(8).; WHO. Globocan 2012: Estimated cancer incidence, mortality and prevalence worldwide in 2012. 2012. Disponível em: https://ift.tt/2ObNc7P; Créditos da imagem: https://ift.tt/2x4rsnF

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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Sobreviventes de cancro: alimentação na redução do risco de recidiva

Estudos com sobreviventes de cancro mostram que aqueles que mantêm um peso adequado, seguem uma alimentação saudável e praticam atividade física de forma regular apresentam um melhor estado de saúde. Um estilo de vida assente nestes fatores parece ter um papel na prevenção ou redução do risco de recidiva, de cancrossobreviventes de cancro secundários e de outras doenças crónicas.

Sobreviventes de cancro e peso

Para a redução do risco de recidiva, a ciência têm mostrado que é fundamental que os sobreviventes de cancro atinjam e mantenham um peso saudável. Todavia, há que ter em conta a composição corporal. Assim, o objetivo deverá ser um peso adequado e um nível de massa gorda o mais baixo possível, sem que haja défice da mesma. Este estado nutricional parece criar um ambiente desfavorável ao crescimento do cancro, minimizando o risco de recidiva e de aparecimento de outros cancros.

Sobreviventes de cancro e alimentação rica em vegetais

A ciência tem mostrado que uma alimentação rica em vegetais promove a saúde e pode reduzir o risco de cancro em sobreviventes da doença. Deste modo, as recomendações indicam que, pelo menos, 2/3 do prato incluam vegetais, frutos, cereais integrais, legumes e frutos secos. O terço restante (ou menos) deverá ser ocupado com aves, peixe, carnes magras, laticínios magros e/ou leguminosas.

Note-se que não se trata de uma alimentação vegetariana mas sim rica em vegetais. Apesar de uma alimentação vegetariana poder ser uma alternativa mais saudável às dietas ocidentais em geral, não existe evidência de que tenham um papel mais protetor contra o cancro que uma alimentação rica em vegetais que contenha pequenas porções de carne magra e de laticínios.

Sobreviventes de cancro e carnes vermelhas/processadas

As recomendações indicam que o consumo de carnes vermelhas não deve ultrapassar os 500 g por semana. Para além disso, a ciência tem mostrado que evitar o consumo de carnes processadas (por exemplo: bacon, salsichas, presunto, etc.) diminui o risco de alguns tipos de cancro. Estas recomendações também contribuem para a melhoria do estado de saúde em geral, uma vez que previnem algumas doenças crónicas (por exemplo: doença cardíaca) para as quais os sobreviventes oncológicos têm maior risco.

Deste modo, sugere-se que se façam refeições sem carne, optando, por exemplo, por vegetais salteados, sopas de feijão ou outros.

Sobreviventes de cancro e bebidas alcoólicas

O consumo moderado de álcool não tem um papel protetor contra alguns cancros, estando associado ao aumento do risco da doença no cólon e no reto, na mama, no esófago, na boca e no fígado, pelo que o American Institute for Cancer Research recomenda que se evite o consumo de bebidas alcoólicas, mesmo em pequenas quantidades. Caso os sobreviventes oncológicos optem por consumir, é importante que limitem a ingestão a 1 copo (bebida padrão) por dia, no caso de mulheres, e 2 copos por dia, no caso dos homens.

Sobreviventes de cancro e ingestão de bebidas açucaradas e de alimentos calóricos

Estes produtos alimentares estão associados ao aumento de peso, ao excesso de peso e à obesidade e o excesso de massa gorda, por seu lado, é a causa de vários tipos de cancro. Assim, as bebidas açucaradas (por exemplo: refrigerantes) e os alimentos com elevada densidade calórica (por exemplo: snacks ricos em gordura e em calorias; fast food; produtos de pastelaria, sobremesas e doces) deverão ser evitados.

Sobreviventes de cancro e alimentos salgados ou processados com sal

O consumo excessivo de sal pode ser prejudicial para a saúde, pois está associado à hipertensão arterial e ao aumento do risco de cancro do estômago. Assim, o consumo de alimentos processados (enlatados e charcutaria, por exemplo), de fast food, de refeições pré-cozinhadas, de snacks salgados e de outros ricos em sal deverá ser limitado.

Sobreviventes de cancro e atividade física

Para redução do risco de recorrência, os sobreviventes deverão ser fisicamente ativos, pelo menos, 30 minutos por dia (todos os dias), sendo o objetivo os 60 minutos. Adicionalmente e para aumentar ainda mais a atividade física, é importante caminhar, evitando um estilo de vida sedentário.

Deste modo, para reduzir o risco de recidiva, a alimentação deverá ser equilibrada, variada e completa, sem necessidade de suplementos alimentares. Os alimentos ricos nutricionalmente contêm substâncias importantes para a saúde (fibras, vitaminas, minerais e fitoquímicos). Além disso, uma alimentação rica em vegetais é fonte de muitos compostos que parecem ter importância como adjuvantes no tratamento do cancro.

Referências: American Institute for Cancer Research. www.aicr.org (acesso a 29/8/2018). American Institute for Cancer Research, Livestrong Foundation, Savor Health. HEAL Well: A Cancer Nutrition Guide. 2013. Fontes de imagens: https://ift.tt/2PA2y6e; https://ift.tt/2MPF3Jh

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