sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Dieta mole e dieta pastosa: como enriquecer nutricionalmente?

dieta mole

O cancro e os tratamentos oncológicos podem causar sintomas que exigem uma adaptação da consistência da alimentação. Assim, alguns doentes não toleram uma dieta sólida, sendo necessária a adoção de uma mole ou até mesmo pastosa.

Por vezes, os doentes nestas condições ou os seus cuidadores sentem que é difícil incluir todas as calorias e proteínas necessárias, receando que o estado nutricional e, consequentemente, a tolerância e a resposta aos tratamentos, a qualidade de vida e o prognóstico sejam prejudicados. Contudo, é possível aumentar o teor calórico e proteico, usando algumas estratégias.

Dieta mole: estratégias para enriquecimento nutricional

Uma das sugestões é usar leite gordo, em substituição de leite meio gordo ou magro, e acrescentar leite em pó. Esta mistura (leite fortificado) pode ser consumida como bebida ou utilizada para a confeção de pratos. O café ou o chocolate quente pode também ser preparado com leite gordo ou natas. Embeber bolachas, deixando-as numa consistência que permita a sua ingestão, é uma sugestão.

As papas e os batidos são possibilidades que podem ser bastante nutritivas. Estas podem ser preparadas com leite gordo ou fortificado, acrescidas de natas, fruta e açúcar ou mel.

Aos purés de vegetais preparados com leite pode-se acrescentar queijo ralado e/ou ovo. Ainda sobre vegetais, a preparação de sopas pode ser feita com uma parte de leite e, na altura de servir, colocar queijo ralado por cima pode ser uma opção agradável e, certamente, mais nutritiva. Para enriquecer as sopas, sugere-se, ainda, a adição de carne moída, de leguminosas e de massas (se tolerado). Outra sugestão para consumo de vegetais é mergulhar os moles e já cozidos em cremes, como húmus.

Como alternativa às omeletas simples, pode-se optar pela adição de queijo, enriquecendo a dieta.

De referir que os alimentos transformados separadamente na consistência mole ou pastosa tornam-se mais atrativos e agradáveis do que misturados todos juntos.

No entanto, todos os casos devem ser vistos e tratados de modo individual. Um doente pode ser capaz de ingerir certos alimentos que são difíceis para outro doente consumir, além das preferências individuais de cada um variarem. Assim, poderá ser necessária a intervenção de um nutricionista, para que se consigam atingir as necessidades nutricionais, não pondo em causa o estado nutricional do doente.

Referências:Cancer Research UK. Adding energy and protein to a soft diet. Disponível em https://ift.tt/1CcrJwD. Acedido a 21/11/2018; Grupo de Assistência Multidisciplinar em Ostomias e Doença Inflamatória Intestinal. Dieta Pastosa. Disponível em https://ift.tt/2Rkcq57. Acedido a 21/11/2018. Fontes de imagens: https://ift.tt/2Q3gcTT; https://ift.tt/2RkcqC9

O conteúdo Dieta mole e dieta pastosa: como enriquecer nutricionalmente? aparece primeiro em Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal https://ift.tt/2Pa2oSr
via IFTTT

domingo, 25 de novembro de 2018

Efeito Hasini: impedir o desenvolvimento de metástases

desenvolvimento de metástases,

O desenvolvimento de metástases é responsável por 90% das mortes por cancro.

Quando as células cancerígenas se agrupam e formam um tumor, elas comunicam umas com as outras e coordenam os seus movimentos por todo o organismo, desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento de metástases.
E se fosse possível interromper esse processo?

Tudo indica que é possível através do efeito Hasini, uma descoberta da engenheira biomolecular Hasini Jayatilaka.

O efeito Hasini baseia-se numa nova estratégia para diminuir a capacidade metastática de células tumorais.
Hasani Jayatilaka investiga um método inovador para impedir que as células cancerígenas comuniquem entre si, interrompendo o desenvolvimento de metástases. A sua descoberta assenta nas vias de sinalização que controlam a comunicação das células cancerígenas e no seu movimento e é baseada na densidade celular.

Assista à Ted Talk completa. Hasani Jayatilaka explica a sua pesquisa e os processos biológicos complexos que estão por trás da disseminação do cancro.

Créditos da imagem:https://ift.tt/2KwxNhd

O conteúdo Efeito Hasini: impedir o desenvolvimento de metástases aparece primeiro em Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal https://ift.tt/2BwpCia
via IFTTT

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Exercício na leucemia aguda: responder à fadiga e depressão  

exercício na leucemia aguda,

Um programa de exercício físico pode aliviar alguns dos efeitos colaterais durante e depois do tratamento da leucemia aguda.

A leucemia é o cancro da medula óssea e das células do sangue. É uma doença agressiva de desenvolvimento rápido, exigindo hospitalização imediata e quimioterapia intensiva.

Atualmente, cerca de 213 844 portugueses tem diagnóstico de cancro. Cerca de 4 242 pessoas vivem com leucemia aguda ou estão em remissão, segundo dados do novo relatório Globocan 2018 da Agência Internacional de Investigação do Cancro.

Estudos de revisão no campo do cancro e do exercício mostraram vantagens da implementação do exercício durante e após a quimioterapia, por aliviar alguns efeitos do tratamento, na melhoria da condição física e na redução das taxas de mortalidade.

A fadiga, as náuseas, a perda de massa corporal, a anemia e a depressão estão entre os efeitos colaterais mais comuns da quimioterapia. Estes efeitos são observados nos doentes com leucemia submetidos à quimioterapia.
A fadiga é um dos sintomas mais persistentes durante e após o tratamento da leucemia.
A diminuição da atividade física durante o tratamento contribui substancialmente para a fadiga, exaustão e depressão, agravando a qualidade de vida.

Foram avaliados os benefícios de um programa de exercício progressivo intra-hospitalar ao longo de 4 semanas a adultos com leucemia aguda. Os seus resultados foram publicados na revista científica Integrative Cancer Therapies.

Dezassete adultos recém diagnosticados com leucemia aguda foram incluídos no estudo (8 participantes no grupo de intervenção e 9 no grupo de controlo), com idades entre os 28 e os 69 anos.

O programa de exercício progressivo supervisionado consistiu em sessões de treino aeróbico de 5 a 15 minutos (caminhada ou bicicleta estática) e treino de resistência de 10 a 20 minutos (diferentes forças de faixas de resistência), em quatro dias por semana, duas vezes por dia (manhã e tarde). Na sessão da manhã, o treino de resistência abrangia exercícios na parte superior do corpo. A sessão da tarde envolvia exercícios na parte inferior do corpo. Os exercícios foram adaptados com base nas limitações físicas de cada paciente.
No final de cada sessão, os pacientes recebiam 5 minutos de relaxamento com alongamentos.

No geral, observou-se uma redução em todos os sintomas: fadiga, ansiedade, depressão e distúrbios do sono, com melhorias na saúde física e mental no grupo de intervenção.

O exercício físico de intensidade moderada sem supervisão pode não ser apropriado para uma população em tratamento hospitalar. Uma intervenção de baixa intensidade pode ser viável, como os alongamentos e a caminhada para ajudar a manter ou melhorar a condição física dos pacientes e para aliviar os sintomas da quimioterapia.

Referências: Bryant, A. L., Deal, A. M., Battaglini, C. L., Phillips, B., Pergolotti, M., Coffman, E., … & Mayer, D. K. (2018). The Effects of Exercise on Patient-Reported Outcomes and Performance-Based Physical Function in Adults With Acute Leukemia Undergoing Induction Therapy: Exercise and Quality of Life in Acute Leukemia (EQUAL). Integrative cancer therapies17(2), 263-270.; Battaglini, C. L., Hackney, A. C., Garcia, R., Groff, D., Evans, E., & Shea, T. (2009). The effects of an exercise program in leukemia patients. Integrative cancer therapies8(2), 130-138.; http://gco.iarc.fr/today/data/factsheets/populations/620-portugal-fact-sheets.pdf ; Créditos da imagem: Larry D. Moore CC BY-SA 4.0.

O conteúdo Exercício na leucemia aguda: responder à fadiga e depressão   aparece primeiro em Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal https://ift.tt/2qYGTKx
via IFTTT

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Fatores de Risco para o cancro do pulmão: o fumo do tabaco

factores de risco,

Diferentes tipos de cancro têm diferentes fatores de risco. Há fatores de risco que são modificáveis, como por exemplo o tabagismo, o consumo de álcool e o padrão alimentar. Estes fatores dependem da nossa decisão, podem ser convertidos e controlados. Outros não podem ser alterados, como é a idade ou o histórico familiar.

Ter um fator de risco ou vários fatores de risco aumentam a probabilidade de ter cancro ou outras doenças. Significa maior propensão a desenvolver certas doenças, mas não determina que irá ter essa doença.

No desenvolvimento do cancro do pulmão há vários fatores de risco que aumentam a sua propensão. O fumo do tabaco é claramente o principal fator de risco.
Quanto mais tempo fuma e mais cigarros por dia fuma, maior o risco.

Mais de 90% dos casos de cancro do pulmão devem-se ao tabagismo. O risco de cancro do pulmão para os fumadores é amplamente maior quando comparado com os indivíduos que não fumam.

cigarros light, Fumar cigarros light , termo indicador de baixo teor de alcatrão, ou fumar os cigarros comuns, o risco para o cancro do pulmão é igual.

Existem e estão à venda muitos tipos de cigarros e outros produtos para consumo do tabaco. Todas eles são perigosos para a saúde. Os chamados cigarros enrolados à mão são tão perigosos como as marcas comerciais. Na verdade, os consumidores de cigarros enrolados à mão têm um maior risco de cancro da boca e faringe, da laringe e do esófago,  quando comparados com os fumadores de cigarros comerciais.

Fumar cigarros com sabor a mentol pode aumentar ainda mais o risco. Estes cigarros não são mais seguros que os cigarros sem sabor, podem ser ainda mais perigosos. Ou melhor, o sabor torna-os “mais fáceis” de fumar. O sabor a mentol facilita a inalação do fumo, de modo mais profundo e mantendo o fumo durante mais tempo.

O fumo passivo é também fator de risco para o desenvolvimento do cancro do pulmão. Se não fuma mas respira o fumo dos outros no trabalho, em espaços públicos, no carro ou em casa,  está a aumentar o seu risco. Na América, o fumo passivo causa mais de 7.000 mortes por cancro do pulmão em cada ano. Com a nova lei anti-tabaco, Portugal iniciou uma medida preventiva e protetora, travando assim diversos ambientes que sujeitavam os portugueses ao fumo passivo.

Referências: Brooks, D. R., Palmer, J. R., Strom, B. L., & Rosenberg, L. (2003). Menthol cigarettes and risk of lung cancer. American journal of epidemiology, 158(7), 609-616.; American Cancer Society. Cancer Prevention & Early Detection Facts & Figures 2015-2016. Atlanta, Ga: American Cancer Society; 2015.; Max, W., Sung, H. Y., & Shi, Y. (2012). Deaths from secondhand smoke exposure in the United States: economic implications. American journal of public health102(11), 2173-2180.

O conteúdo Fatores de Risco para o cancro do pulmão: o fumo do tabaco aparece primeiro em Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal https://ift.tt/2PW2tOb
via IFTTT

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Alimentos ultra-processados e o risco de cancro: ponha-os de lado

alimentos ultra-processados,

Consumir regularmente alimentos ultra-processados contribui para um aumento no risco de cancro.

Os resultados de um estudo de coorte de base populacional, de grande dimensão, envolvendo 104.980 adultos sugerem que o consumo de alimentos ultra-processados, com uma proporção de 10% do total da alimentação diária, está associado a um aumento significativo em cerca de 12% para o cancro, em geral, e em 11% para o cancro da mama.

Outras investigações anteriores já tinham avançado sobre uma ligação concreta entre o consumo deste tipo de alimentos e o risco aumentado de distúrbios cardiometabólicos como a obesidade, a hipertensão e a dislipidemia.

Os ultra-processados foram ganhando terreno nas últimas décadas. Tornaram-se produtos de eleição pela sua longa duração e por facilitar as rotinas diárias. Um ultra-processado dá um lanche rápido, sem sujar nada. Dá uma refeição sem perder tempo, que se come à mão e em qualquer lugar. Mas as vantagens destes produtos como a facilidade, a rapidez, não “perder” tempo na preparação das refeições, carregam outras características: maior densidade calórica e baixa qualidade nutricional.

Estes produtos contêm altos níveis de açúcares adicionados, gorduras saturadas, sal e aditivos. A estes, juntam-se compostos químicos formados durante o processamento industrial pela fritura e hidrogenação. Através desses processos, criam-se contaminantes com atividade cancerígena, como a acrilamida, as aminas heterocíclicas e os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Os alimentos naturais estão livres de todos estas substâncias.

Refrigerantes, pães adocicados, nuggets de frango e peixe (conhecidos por douradinhos), chips, bolachas, donuts, outras massas embaladas, flocos de cereais, batidos à base de leite, sopas instantâneas e molhos, carnes processadas, pizas pré-confeccionadas e tantas outras “coisas” industrialmente processadas, apresentam, por vezes, mais de 30 ingredientes que são químicos sintéticos.

Comece por observar atentamente a lista de ingredientes dos produtos alimentares que habitualmente compra. Estabeleça um objetivo familiar e reduza gradualmente o consumo destes produtos. E rompa com hábitos de consumo nefastos que põem em risco a sua saúde.

Escolha alimentos naturais, frescos, de preferência locais e sazonais.

Referências: Fiolet, T., Srour, B., Sellem, L., Kesse-Guyot, E., Allès, B., Méjean, C., … & Hercberg, S. (2018). Consumption of ultra-processed foods and cancer risk: results from NutriNet-Santé prospective cohort. bmj360, k322.

O conteúdo Alimentos ultra-processados e o risco de cancro: ponha-os de lado aparece primeiro em Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal https://ift.tt/2DivPiN
via IFTTT

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Yoga e hipercifose: melhorar a qualidade de vida

yoga e hipercifose,

Um dos melhores métodos para ajudar ou mesmo corrigir uma hipercifose, é a prática do yoga. Aprender a esticar e saber colocar a coluna numa posição correta é fundamental. Esse é o trabalho do yoga, agir sobre a coluna e com a ajuda dos membros, garantir a correção postural de quem pratica. Basta comprar um livro sobre yoga, o mais básico que seja, para se perceber, quando se observa fotografias das posturas, como a coluna sempre deve estar esticada e respeitando as curvas naturais inerentes ao saber estar de pé, sentado ou deitado.

Mas no dia-a-dia também podemos ajudar.

Nas posições sentadas, sempre que possível sente-se no chão, com as pernas cruzadas, esticadas, ou dobradas, posições que estimulam a verticalidade da coluna.

Se necessário sente-se sobre um bloco, manta ou almofada de forma a elevar a pélvis acima da linha dos joelhos, criando espaço na zona pélvica, para garantir o estiramento da coluna.

A melhor forma de se sentar no chão, é dobrar o corpo pelas virilhas, mantendo a coluna esticada e se necessário, com a ajuda das mãos, colocar os joelhos no chão e rodar até à posição sentar.

Aqueles que praticam yoga e têm dificuldades em se sentar com a coluna em posição correta, também podem utilizar suportes, ou mesmo cadeiras. Quando se sentar numa cadeira procure ter os pés bem apoiados no chão. Os joelhos devem fazer um ângulo de 90 graus, o apoio das costas quando existir, deve pelo menos fazer um apoio total da zona lombar. Para se levantar, incline o tronco à frente, sem o dobrar e com a ajuda das pernas e braços, erga-se.

Na posição deitado, deve verificar se a coluna fica alinhada. Para tal, veja se o colchão não se deforma demasiado. A almofada deve deixar o pescoço no prolongamento da coluna. A posição de decúbito dorsal não é confortável para quem tem hipercifose, mas é vantajosa, pois força a correção da mesma.

Sempre que quiser sair da posição deitado, deite-se de decúbito lateral e sente-se com a ajuda das mãos. Coloque os pés no chão e inclinando o corpo à frente, levante-se com a ajuda das pernas.

A forma como pega pesos do chão também é importante. Se tiver dores ao desempenhar qualquer atividade, isso indica que o corpo não está a ser bem utilizado. Procure sempre dobrar primeiro as pernas e inclinar o tronco para a frente.

Não prenda a respiração quando executa tarefas ou pega em pesos. Isso irá contrair os músculos, criando tensões musculares e compressão das vértebras, criando dor de costas.

Sempre que praticar yoga ou executar uma tarefa, ou se sentar ou deitar para descansar, mantenha uma atenção constante no corpo. Perceba que ele está confortável, sem assimetrias. Escute a sua respiração e sinta-a calma e profunda. A respiração é um bom indicador de como a coluna se encontra esticada. Com a coluna esticada a capacidade respiratória é maior e mais regular.

Quem pratica yoga, desenvolve esta capacidade da plena atenção ao corpo. O ideal é que esta atenção, aumente ao ponto de ser permanente e automática. Isto é, o ideal é que a postura correta seja natural, faça parte da sua forma de estar na vida.

Referências: Manual Curso de Professores de Hatha Yoga Ed. Vidya-Academia de Yoga do Porto, 2010. “El libro del yoga”, Swami Visnhu Devananda, Alianza Editorial, S. A., 2001; “Yoga y Medicina”, Dr. Timothy McCall, Paidotribo; 1º edição (January 1, 2009). Créditos da imagem: https://ift.tt/2yXPxgU

O conteúdo Yoga e hipercifose: melhorar a qualidade de vida aparece primeiro em Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal https://ift.tt/2OwqB4V
via IFTTT

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Cancro do cólon: influência do café

Cancro do cólon e influência do café

Tendo em conta os fatores relacionados com a alimentação que podem contribuir para a melhoria do prognóstico dos doentes com cancro do cólon, surge o café. Esta hipótese baseia-se na associação que tem sido feita entre esta bebida e a diminuição do risco de diabetes tipo 2, através da redução dos níveis plasmáticos de péptido C e da elevação da adiponectina (sintetizador endógeno de insulina). Além disso, alguns mas não todos os estudos, demonstraram uma relação inversa entre o consumo de café e o risco de cancro colo-retal.Cancro do cólon e influência do café

Um estudo publicado em 2015, no Journal of Clinical Oncology, incluiu 953 doentes com cancro do cólon de estadio III e procurou estudar esta hipótese. Os autores concluíram que uma ingestão aumentada de café e de cafeína estava associada a uma melhoria significativa na recorrência e na mortalidade pela doença e por outras causas, independentemente da dieta e do estilo de vida dos doentes.

No entanto e apesar de este texto assentar no efeito do café no cancro do cólon, é de referir que vários trabalhos sugerem que uma dieta excessiva em calorias, a diabetes tipo 2, a obesidade, o sedentarismo, um padrão de dieta ocidental e um aumento da ingestão de bebidas açucaradas estão associados a um aumento do risco de recorrência e a maior mortalidade. Para além disso, uma mortalidade aumentada foi observada em doentes com este tipo de cancro de estádios I, II e III com elevação dos níveis plasmáticos de péptido C ou com baixos do fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1.

Café – Como atua?

A ciência refere que uma dieta rica em calorias está associada a um aumento do risco de recorrência e de mortalidade por cancro do cólon. E que existe uma relação inversa entre o consumo de café e de diabetes tipo 2. Assim, os autores do estudo referido sugeriram que a redução nas hipóteses de recidiva são consequência de um aumento da sensibilidade à insulina, com redução dos elevados níveis plasmáticos desta hormona. Contudo, o café e a cafeína podem afetar o cancro do cólon através de outros mecanismos, como anti-inflamatórios, antioxidantes, anti-angiogénicos, anti-metastáticos e anti-apoptóticos.

Apesar dos resultados do estudo em questão estarem associados apenas ao café e não ao descafeinado, não nos podemos esquecer que a bebida tem outros componentes, para além da cafeína, os quais poderão ter algum papel nos resultados (por exemplo, o ácido clorogénico).

Outra hipótese que não foi excluída pelos autores é a de que muitos doentes que consumiam café já o poderiam fazer antes do diagnóstico de cancro. Assim, pode haver a possibilidade de os consumidores de café poderem desenvolver cancros do cólon menos agressivos, influenciando os resultados deste estudo. Todavia, os autores não encontraram uma associação significativa entre a ingestão de café e as características do tumor associadas à recorrência da doença.

Em conclusão, o consumo aumentado de café e de cafeína parece estar associado a um melhor prognóstico em doentes de cancro do cólon, de estadio III, embora sejam necessários mais estudos para confirmar estes resultados.

Referências: Guercio BJ et al., Coffee Intake, Recurrence, and Mortality in Stage III Colon Cancer: Results From CALGB 89803 (Alliance). J Clin Oncol. 2015; 33(31): 3598-607; Demark-Wahnefried et al., The role of obesity in cancer survival and recurrence. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2012;21:1244–1259; Fuchs MA et al., Sugar-sweetened beverage intake and cancer recurrence and survival in CALGB 89803 (Alliance) PLoS One. 2014;9:e99816; Meyerhardt JA et al, Association of dietary patterns with cancer recurrence and survival in patients with stage III colon cancer. JAMA. 2007;298:754–764; Wolpin BM et al., Insulin, the insulin-like growth factor axis, and mortality in patients with nonmetastatic colorectal cancer. J Clin Oncol. 2009;27:176–185; Meyerhardt JA et al., Impact of physical activity on cancer recurrence and survival in patients with stage III colon cancer: Findings from CALGB 89803. J Clin Oncol. 2006;24:3535–354; Mills KT et al., Diabetes mellitus and colorectal cancer prognosis: A meta-analysis. Dis Colon Rectum. 2013;56:1304–1319; Ding M et al. Caffeinated and decaffeinated coffee consumption and risk of type 2 diabetes: A systematic review and a dose-response meta-analysis. Diabetes Care. 2014;37:569–586. Fontes de imagens: https://ift.tt/2ANTlTc; https://ift.tt/2JMeEai  

O conteúdo Cancro do cólon: influência do café aparece primeiro em Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal https://ift.tt/2AMdzg3
via IFTTT