quinta-feira, 27 de junho de 2019

Períodos prolongados em frente a um ecrã promovem o ganho de peso

tempo em frente a um ecrã,

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Com a expansão das tecnologias digitais, o tempo em frente a um ecrã aumentou significativamente em poucos anos. Uma das maiores diferenças entre as tecnologias anteriores e as digitais é que os ecrãs de computador, tablet e smartphones monopolizam a nossa atenção por muitas mais horas do que as que dedicávamos a assistir televisão.

Um dia de trabalho dura cerca de oito horas e é passado frente a um monitor, os momentos de lazer são gastos diante de outros ecrãs. Em simultâneo, o tempo despendido em trabalhos de rotina manuais, que requerem força física, diminuiu drasticamente os níveis de atividade física. A estas alterações do estilo de vida estão outras associadas: somos transportados por veículos, não percorremos regularmente longas distâncias a pé, o que seria um contributo para o equilíbrio energético no final do dia.

O tempo excessivo passado nas tarefas digitais pode afetar o peso corporal de acordo com o relatório mais recente da World Cancer Research Fund e avisa: quanto maior é o tempo de exposição aos ecrãs, mais inativos ficamos e menos energia gastamos. Portanto, períodos prolongados em frente a um ecrã promovem o ganho de peso, o sobrepeso e a obesidade. E a obesidade é, atualmente, identificada como fator de risco para o aumento de pelo menos 12 tipos de cancro: boca, faringe e laringe; adenocarcinoma do esófago, estômago; pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino; mama (pós-menopausa); ovário; endométrio; próstata e rins.

Com esta realidade, como podemos quebrar este padrão de inatividade? Que hábitos positivos podemos introduzir para contrapor o atual estilo sedentário?

É importante ter uma abordagem mais equilibrada do uso de dispositivos tecnológicos. As crianças precisam dos elementos básicos do desenvolvimento infantil, como os jogos e as brincadeiras ao ar livre e a interação social.

Para promover a saúde e o desenvolvimento da criança no novo mundo digital, os pais e os educadores das crianças pequenas devem ser aconselhados sobre o uso apropriado das tecnologias, para regular o tempo de exposição.

Regular o tempo de exposição aos ecrãs

A Sociedade de Pediatria do Canada dá algumas recomendações específicas:

1- Reduza o tempo de exposição aos ecrãs:

  • crianças menores de 2 anos não é recomendado
  • crianças de 2 a 5 anos -1 hora por dia no máximo
  • crianças com mais de 5 anos – 2 horas no máximo.

Defina regras para o uso digital e estabeleça horários livres de qualquer dispositivo ou ecrã, por exemplo às refeições em família e para ler livros. Exclua todos os dispositivos 1 hora antes de dormir.

2 – Diminua os riscos associados ao tempo de exposição aos ecrãs: esteja presente e, sempre que possível, partilhe esse tempo com as crianças.

  • filtre o conteúdo e dê prioridade a programação educativa e interativa, adaptada à idade.
  • use estratégias indutoras da auto-regulação e fixe limites.

3- Faça um plano familiar para o uso dos dispositivos em casa: realize uma autoavaliação dos hábitos para o uso apropriado dos ecrãs: quando, como e onde  podem (ou não) ser usados.

  • ajude as crianças a reconhecer e a questionar mensagens publicitárias e outros conteúdos problemáticos.
  • lembre-se: muito tempo em frente a um ecrã significa oportunidades perdidas para aprender.
  • convença-se: não há evidências que apoiem a introdução de tecnologia em idades precoces.

4- Os adultos devem utilizar as tecnológicas de modo saudável:

  • escolha alternativas saudáveis, como leitura, brincadeiras ao ar livre e atividades manuais e criativas.
  • desligue os seus dispositivos em casa, nos momento de família.
  • desligue os ecrãs quando não estiver a usar, evite a TV em segundo plano.
Referências: World Cancer Research Fund/American Institute for Cancer Research. (2018). Third expert report: diet, nutrition, physical activity and cancer: a global perspective.; Alice Charach, M. D., Bélanger, S. A., McLennan, J. D., & Nixon, M. K. (2017). Screen time and young children: Promoting health and development in a digital world. Paediatrics & child health461, 468.

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segunda-feira, 24 de junho de 2019

Bulgur: uma experiência culinária do Médio-oriente

bulgur,

O bulgur é uma preparação feita do trigo duro e é obtida cozendo os grãos em água. Depois de adquirida uma consistência gelatinosa, seca-se ao sol ou pela secagem mecânica. Os grãos secos são parcialmente descascados e partidos em pequenas partículas.

Atualmente, o acesso a alimentos típicos de outras regiões do mundo é tão fácil que isso pode ajudar-nos a experimentar alimentos e preparações diferentes. O bulgur é um destes casos. É muito utilizado no Médio-oriente, sobretudo na culinária Sírio-Libanesa, como é o caso do quibeum bolo de massa de bulgur recheado com carne, e do tabule uma salada com bulgur, legumes e especiarias.

O bulgur é um grão integral que mantém intactas todas as partes do trigo duro: germe, endosperma e farelo. Quando o consome pode receber todos os benefícios nutricionais que provêm das fibras dietéticas (12,5 g por 100 gramas) e das proteínas vegetais (12,3 g), além dos hidratos de carbono, nomeadamente do amido, que como em todos os cereais, são os nutrientes presentes em maior quantidade (75,9 g/100 g). Também recebe algumas vitaminas: B3 (5,1 mg), K (1,9 mg), B6 (0,3 mg), B1 (0,2 mg) e alguns minerais: potássio (410 mg), fósforo (300 mg), magnésio (164 mg), cálcio (35 mg) e ferro (2,46 mg), todos estes valores em 100 gramas de alimento.

Existem duas vantagens para incluir este grão na alimentação: é economicamente acessível, comprado a granel consegue um preço de 3,50 euros/kg; é de confeção fácil e rápida, basta cozinhá-lo como se fosse arroz ou quinoa, contudo o tempo de cozedura depende da espessura do grão e pode variar entre 10 a 20 minutos. Uma sugestão para tornar o bulgur saboroso é adicionar especiarias como o caril, a curcuma ou uma mistura de especiarias indianas.

O bulgur como outros cereais e pseudocereais tem um valor proteico significativo. Por essa razão, e especialmente para quem é vegetariano, ao consumi-lo juntamente com uma leguminosa melhora a qualidade e a quantidade total de proteínas.

Desenvolva a sua curiosidade e experimente utilizar o bulgur em receitas que já conhece. Como estamos no início do verão, prepare uma salada mediterrânea juntando bulgur, lentilhas, legumes salteados e algumas ervas aromáticas.

Referências: Unal, H. and Sacilik, K. (2009). Milling quality of hulled wheat bulgur stone mil. Journal of Food Process Engineering 34 (2011) 893–904. ; Caba, Z. et al. (2012). Bioactive healthy componentes of bulgur. International Journal of Food Sciences and Nutrition, March 2012; 63(2): 250–256.; Suhasini, A. and Malleshi, N. (1994). Studies on preparation, popping and fuctional properties of bulgur wheat. Die Nahrung 38 (1994) 6, 568 – 577.; http://bit.ly/2B9JuH0., acedido a 25-01-2019. http://bit.ly/2KAVUhq, Acedidoa 20-06-2019; National Nutrient Database for Standard Reference. Acedido em 19 de junho de 2019 no website do United States Department of Agriculture , Agricultural Research Service : https://ndb.nal.usda.gov/ndb/foods/show/20012?fgcd=&manu=&format=&count=&max=25&offset=&sort=default&order=asc&qlookup=BULGUR+WHEAT%2C+UPC%3A+890352001554&ds=&qt=&qp=&qa=&qn=&q=&ing=; Créditos da imagem: Catarina Santos

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sexta-feira, 21 de junho de 2019

Controlar o aumento do peso na cessação tabágica

controlar o aumento de peso na cessação tabágica,

Muitas pessoas querem parar de fumar, mas adiam essa decisão por recear não controlar o aumento do peso.  Na verdade, o medo de aumentar o peso é uma das principais razões citadas pelos fumadores em desistir de fumar.

Continuar a fumar é mais perigoso que ganhar algum peso, que pode ser visto como um pequeno preço a pagar pelos múltiplos benefícios de parar de fumar. A cessação tabágica diminui a morbilidade e a mortalidade relacionada com doenças do foro oncológico, vascular, respiratório e aumenta a expectativa de vida em mais de 10 anos. É um componente essencial da prevenção primária e secundária das doenças cardiovasculares.

De facto, um dos efeitos da cessação tabágica é o ganho de peso. A maioria das pessoas quando ficam livres do tabaco e da nicotina têm mais apetite e o seu metabolismo fica mais lento, havendo um ganho de peso na ordem dos 4 a 5 kg até aos 12 meses e em que o maior aumento acontece nos primeiros 3 meses após cessação tabágica. No entanto, isso só acontece quando o ex-fumador não toma medidas para evitar o ganho de peso.

Um programa de gestão de peso, com aconselhamento personalizado para a adoção de um novo estilo de vida é o suporte adequado para travar o aumento de peso e alcançar um peso saudável. O programa ajuda-o a construir novos hábitos de alimentação e exercício físico, a controlar o apetite e a aprender a comer de modo consciente e a praticar uma atividade física que goste. É, também, a melhor forma de sentir-se confiante e orientado no primeiro ano de cessação tabágica, permitindo diminuir preocupações com o ganho de peso durante um período delicado da cessação tabágica e prevenir uma recaída.

parar de fumar,

Referências: Harris, K. K., Zopey, M., & Friedman, T. C. (2016). Metabolic effects of smoking cessation. Nature Reviews Endocrinology12(5), 299.; Jha, P., Ramasundarahettige, C., Landsman, V., Rostron, B., Thun, M., Anderson, R. N., … & Peto, R. (2013). 21st-century hazards of smoking and benefits of cessation in the United States. New England Journal of Medicine368(4), 341-350.; Rigotti, N. A., & Clair, C. (2018). Weight gain after smoking cessation: more data to refute concerns. European heart journal.; Photo by Ryan Tauss on Unsplash ; http://bit.ly/2FmCGYQ

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quarta-feira, 19 de junho de 2019

Obesidade Sarcopénica: maiores riscos na doença oncológica

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Obesidade sarcopénica corresponde à coexistência de sarcopenia e obesidade, isto é, baixa massa magra em especial massa muscular em indivíduos obesos.

Este tema é importante, porque este síndrome tem um impacto negativo maior na saúde do que a obesidade e a sarcopenia isoladamente. Na população idosa, a existência de obesidade sarcopénica corresponde a um maior risco para desenvolver doenças cardiovasculares, hipertensão, doenças metabólicas, maiores dificuldades de mobilidade e maior mortalidade.obesidade sarcopénica,

Obesidade sarcopénica e cancro

À semelhança do que acontece com a população idosa, em doentes oncológicos, a obesidade sarcopénica também está associada a maiores riscos, sendo alguns dos riscos reportados, o desajuste na dose de quimioterapia utilizada, maior risco de complicações pós-cirúrgicas, maior incidência de efeitos secundários e menor sobrevivência.

São diversos os fatores que favorecem o surgimento deste síndrome nos doentes oncológicos, tal como acontece em situações de sarcopenia. Esta questão torna-se cada fez mais pertinente, já que se tem verificado um aumento da prevalência da obesidade em doentes oncológicos, com estimativas a apontar para 40% a 60%, mesmo na presença de doença metastática. Por outro lado, devido à presença de obesidade, a identificação da baixa massa magra é dificultada, podendo mesmo ficar por identificar.

À semelhança do que acontece em situações de sarcopenia, a intervenção na obesidade sarcopénica, também requer uma abordagem multidisciplinar que inclua atividade física e adequada ingestão de proteina. A intervenção nutricional deverá ter como objetivo a preservação da massa muscular e o não aumento da massa gorda, prevenindo o agravamento de complicações decorrentes da obesidade.

Referências: Arends J, et al. ESPEN expert group recommendations for action against cancer-related malnutrition. Clin Nutr. 2017 Oct;36(5):1187-1196. Lee DC, et al. Physical activity and sarcopenic obesity: definition, assessment, prevalence and mechanism. Future Sci OA. 2016 Jul 14;2(3):FSO127. Carneiro, I. P, et al. Clinical Implications of Sarcopenic Obesity in Cancer. Curr Oncol Rep. 2016 Oct;18(10):62. Ryan, A. M, et al. Cancer-associated malnutrition, cachexia and sarcopenia: the skeleton in the hospital closet 40 years later. Proc Nutr Soc. 2016 May;75(2):199-211.Prado, C. M, et al. Sarcopenia and cachexia in the era of obesity: clinical and nutritional impact. Proc Nutr Soc. 2016 May;75(2):188-98. Crédito das imagens: sarcifilippo e de Michal Jarmoluk por Pixabay

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sábado, 15 de junho de 2019

Sal e açúcares escondidos nos alimentos processados: os “Cavalos de Troia” da era moderna

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Deixo-vos aqui o meu artigo publicado na quinta-feira na LOOKmag, uma alerta sobre o sal e os açúcares adicionados nos alimentos processados.

O sal e os açúcares estão escondidos em quantidades excessivas nos alimentos processados; eles sequestram o nosso paladar e comprometem os comportamentos alimentares saudáveis. É preciso traçar limites sem demora!

Sabemos que a informação sobre a composição nutricional destes produtos é disponibilizada no rótulo alimentar, mas nem sempre nas melhores condições, dado que a indústria alimentar recorre a palavras indecifráveis para a grande maioria de nós que não domina os termos específicos próprios da química alimentar. Em função disto, o que recomendo é que consulte e aprenda a avaliar, nos produtos que mais consome, pelo menos, estes dois aspetos: a quantidade de sal (ou cloreto de sódio) e os açúcares.

Estes dois ingredientes são prejudiciais para a saúde de qualquer um de nós e, atualmente, eles impõem massivamente a sua presença. Analise qualquer informação acerca deste assunto e vai chegar a esta conclusão: quando a alimentação não é à base de alimentos frescos e integrais, estamos condenados a alimentos que nos invadem como “Cavalos de Troia”: parecem ser úteis, estruturados e muito nutritivos mas, na realidade, comprometem a saúde de quem os come.

A expressão “Cavalo de Troia” surgiu da mitologia grega e deu origem a outra expressão também conhecida como “presente de grego”; é um termo usado para qualquer coisa que aparenta ser boa e agradável mas que,  pelo contrário, produz consequências negativas, revelando-se, por isso, perigosa, neste caso, para a nossa saúde.  Na verdade, este termo encaixa que nem uma luva nos alimentos processados altamente ricos em sal ou em açúcares que estamos a comprar.

Parece-me a mim que estamos a ficar mais conscientes e críticos e, gradualmente, a despertar para opções verdadeiramente saudáveis, naturalmente caraterizadas pela ausência do sal e de açúcares artificialmente adicionados. Mas ainda há quem resista a estas verdades e não acredite que a indústria alimentar seja capaz de fabricar “presentes de grego”, convencidos pela máquina da publicidade que a toda a hora os leva a crer que os seus produtos preenchem os requisitos nutricionais adequados para tornar qualquer lanche num lanche saudável e que até são alternativas válidas aos alimentos naturais e integrais nas refeições principais.

A título de exemplo, e por várias razões, selecionei, entre dezenas de alimentos processados bastante consumidos, o pacote de batatas fritas. Arrisco a afirmar que não há criança, jovem ou adulto que lhe resista. Está em qualquer ponto de venda.

Analisemos então um pacote de batatas fritas com o peso de 120 g. Depois de consultar rótulos alimentares de três marcas, recolhi a seguinte informação: em média, em cada pacote há 1,92 g  de sal; detetei também a presença de açúcares adicionados (uma das marcas apresentava 16,8 g) e portanto, uma fonte escondida de calorias.

No que respeita ao consumo de sal, a Organização Mundial de Saúde recomenda que não se ultrapassem os 5 gramas diários. Na maioria dos países desenvolvidos, a ingestão de sal anda à volta dos 9 a 12 g/dia, sendo que  nas crianças com mais de 5 anos este valor geralmente já é superior a 6 g/dia, um valor que vai aumentando com a idade, sobretudo à custa do sal que se ingere nos alimentos processados.

Posto isto, temos que ponderar e fazer contas: se um mero pacote de batatas fritas atinge mais de 1/3 do valor diário aconselhado em sal (38%), restam 3,08 g para todos os outros alimentos e refeições de um dia inteiro. É fácil adivinhar que fica muito difícil ficar por aqui, já que a lista dos alimentos processados altamente salgados é extensa e bastante consumida; é o caso das bolachas, das pipocas, das pizas, dos fiambres, da mortadela, do bacon e das salsichas. Confirme também naqueles queijinhos portáteis que pode levar consigo e que, se comer dois por dia, o sal chega aos 0,7 g. Todos estes exemplos tornaram-se elementos presentes de forma assídua no atual padrão alimentar português.

Por que razão devemos reduzir o consumo de sal?

consumo excessivo de sal aumenta a pressão arterial, o que contribui em grande medida para o risco aumentado de doença cardiovascular e doença renal. Além disso, tem efeitos diretos no risco de morte por acidente vascular cerebral e na hipertrofia ventricular esquerda para além de, provavelmente, ser uma das principais causas de cancro do estômago. Há também evidências crescentes de que o consumo de sal está indiretamente relacionado com a obesidade infantil, por induzir ao consumo de refrigerantes.

Seja pelo sal ou pelos açúcares camuflados, a minha recomendação é que os elimine da rotina alimentar e os substitua por alimentos naturais, livres de rótulos. Pense em fruta e na sua grande variedade como uma opção verdadeiramente saudável para pequenos lanches. A fruta da época, de acordo com as 4 estações, afasta a monotonia imposta pelos “Cavalos de Troia” da era moderna e liberta-nos dos prejuízos devastadores para a saúde.

Não espere que a indústria alimentar baixe o sal ou os açúcares dos seus produtos, sem que a isso seja forçada. Encarregue-se de iniciar o processo de educar o seu ambiente familiar e seja o primeiro a desencadear essa mudança! Lembre-se que a saúde e a família são suas e o dinheiro também!

Referências:WHO. Guideline: Sodium intake for adults and children. Geneva, World Health Organization (WHO), 2012.;He, F. J., & MacGregor, G. A. (2010). Reducing population salt intake worldwide: from evidence to implementation. Progress in cardiovascular diseases52(5), 363-382.

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segunda-feira, 10 de junho de 2019

Millet: doce ou salgado, como vai preferir?

millet,

O millet é um cereal integral. É conhecido também por milhete, milho-miúdo ou milho painço. O millet é cultivado maioritariamente na Ásia e na África. Atualmente encontra-o à venda em Portugal, por exemplo nas modernas mercearias a granel.

É um cereal da família do milho e uma das suas características de relevo é não conter glúten, por isso é uma opção alimentar para doentes celíacos.

Os cereais integrais fazem parte dos alimentos base na alimentação saudável e representam uma das principais fontes de energia nas refeições. Sempre que possível devemos privilegiar o consumo de cereais integrais – aqueles que não sofrem refinação, mantendo a sua estrutura intacta, disponibilizando todos os nutrientes, como hidratos de carbono, fibras, proteínas, vitaminas e minerais.

O que podemos obter deste pequeno cereal de tom amarelo?

Uma riqueza nutricional que não fica atrás dos outros tipos de cereais, como a cevada, o centeio, a aveia ou o arroz. Os seus hidratos de carbono, nomeadamente o amido que é o nutriente com maior expressão no grupo dos cereais e também no millet, alcançam um valor de 72,9g, seguidos pelas proteínas vegetais com 11g e pelas fibras dietéticas com um valor de 8,5g. Tudo isto por 100 gramas de alimento.

No millet descobrem-se alguns minerais: fósforo (285 mg/100 g), potássio (195 mg/100g), magnésio (114 mg/100g) e cálcio (8 mg/100 g). Também se encontram algumas vitaminas:  B3 (4,7 mg/100 g), K (0,9 mg/100g), B1 (0,42 mg/100g), B6 (0,38 mg/100g) e vitamina B2 (0,29 mg/100g).

O ácido ferúlico e o ácido p-cumárico fazem parte dos principais compostos fenólicos do millet, além dos taninos e todos eles lhes concedem propriedades antioxidantes, um contributo na prevenção das doenças cardíacas e alguns tipos de cancro.

Procure pelo millet e por uma receita que lhe agrade. Saiba como o pode confecionar para uma refeição salgada, por exemplo usando cogumelos e espinafres ou outros legumes. Ou numa refeição doce, como papa de millet e fruta.

A junção da papa de millet e fruta é uma ótima opção para a confeção de papas caseiras infantis, livres de açúcares e conservantes e é muito simples de fazer. Basta cozinhar o millet na porção de uma medida de cereais para duas medidas e meia de água a ferver. Depois junte maçã ou aproveite outras frutas da época: cerejas, morangos, pêssego e após a cozedura, triture até ficar com a consistência desejada.

O millet é mais uma opção para melhorar a alimentação, a sua e dos mais pequenos e que se enquadra tanto num prato doce como salgado.

Referências: Shahidi, F. and Chandrasekara, A. (2013). Millet grain phenolics and their role in disease risk reduction and health promotions: a review. Journal of functional foods 5, 570-581.; Shandra, D. et al. (2016). Finger millet (Eleusine caracana(L.) C«Gaertn: A power house of health benefiting nutrientes, a review. Food science na Human Wellness, volume 5, issue 3, pages 149-155. Baryeh, E.(2002). Physical properties of millet. Journal of food engineering 51 (20029 39-46. National Nutrient Database for Standard Reference. Acedido em 6 de junho de 2019 no website do United States Department of Agriculture , Agricultural Research Service : https://ndb.nal.usda.gov/ndb/foods/show/20031?fgcd=&manu=&format=&count=&max=25&offset=&sort=default&order=asc&qlookup=Millet&ds=&qt=&qp=&qa=&qn=&q=&ing=; Créditos da imagem: Catarina Santos

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sexta-feira, 7 de junho de 2019

Cancro da mama recetores de estrogénio positivos: leucina e tamoxifeno

recetores de estrogénio positivos

Investigadores verificaram uma relação entre os níveis de leucina e o desenvolvimento de resistência ao tamoxifeno, em doentes com cancro da mama com recetores de estrogénio positivosrecetores de estrogénio positivos

Em Portugal, o cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres. Anualmente, são detetados cerca de 4500 novos casos de cancro da mama e 1500 mulheres ainda morrem com esta doença.

Recetores de estrogénio positivos e tamoxifeno

Os cancros positivos ao recetor estrogénio representam cerca de 75% dos casos de cancro da mama, em mulheres pós-menopáusicas, e cerca de 50 a 60%, em mulheres pré-menopáusicas. Assim, a maioria dos tumores da mama apresenta recetores de estrogénio positivos (ER+), sendo, frequentemente, tratados com tamoxifeno, o qual bloqueia o efeito da hormona nas células cancerígenas. Contudo, alguns tumores tornam-se resistentes a este fármaco, permitindo que o cancro recidive ou metastize. Assim, as doentes que desenvolvem este tipo de resistência apresentam pior prognóstico, pois os tratamentos disponíveis tornam-se mais limitados.

Recetores de estrogénio positivos e influência da leucina

Num artigo publicado na revista Nature os investigadores associaram a leucina a essa resistência. Esta é um dos 20 aminoácidos, estando entre os 9 que são essenciais, ou seja, que o organismo não é capaz de produzir, sendo necessário obtê-lo através da alimentação. Os alimentos mais ricos em leucina são aqueles que são mais ricos em proteína de origem animal como as carnes de vaca e de porco, galinha ou frango e peixe.

De acordo com o estudo, a diminuição dos níveis de leucina parece evitar a proliferação das células cancerígenas. Por outro lado, o aumento dos níveis foi associado ao favorecimento do desenvolvimento do cancro.

Os investigadores identificaram uma proteína (SLC7A5) existente na superfície das células que, em laboratório, “incorpora” a leucina nas células tumorais ER+, diminuindo a sensibilidade ao tamoxifeno. Quando essa proteína está presente em grandes quantidades nas células cancerígenas, estas absorvem mais leucina, favorecendo a resistência. Assim, o recurso a um inibidor químico da SLC7A5, como já foi testado com sucesso em animais de laboratório, pode vir a ser uma abordagem terapêutica possível no tratamento de cancro da mama ER+.

Os autores do estudo referem, também, que as células cancerígenas que se tornaram resistentes ao tamoxifeno adquiriram, ainda, a capacidade de se desenvolverem, mesmo quando os níveis de leucina eram baixos.

Recetores de estrogénio positivos: possível abordagem no tratamento

Os resultados deste artigo recente revelam uma potencial estratégia para ultrapassar a resistência de fármacos em doentes com cancro da mama ER+. Esta investigação abre a possibilidade de uma dieta pobre em leucina poder ser benéfica nestas doentes, devendo-se garantir, no entanto, um adequado aporte de proteínas.

Referência: Saito Y et al. LLGL2 rescues nutrient stress by promoting leucine uptake in ER+ breast cancer. Nature, 2019; DOI: 10.1038/s41586-019-1126-2; Serviço Nacional de Saúde – Prevenção do cancro da mama. Disponível em: http://bit.ly/2ZdbCms. Acedido em: 3/6/2019. Fontes de imagens: http://bit.ly/2EYROvf; http://bit.ly/2ZdbCTu

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quarta-feira, 5 de junho de 2019

Sarcopenia e a importância de preservar a massa muscular

sarcopenia,

A sarcopenia caracteriza-se pela baixa percentagem de massa magra, em especial de baixa massa muscular, com ou sem aumento da massa gorda. A sarcopenia pode surgir como parte do normal processo de envelhecimento ou como consequência da inatividade física ou de uma doença crónica.

Quando se verifica uma redução da massa muscular, seja devido a um processo de envelhecimento ou de uma doença, identifica-se também uma redução da força, um aumento do cansaço e numa fase mais extrema ou avançada, uma redução da capacidade funcional do indivíduo, que poderá pôr em causa a capacidade de realização de tarefas de forma autónoma e a sua qualidade de vida.

Em doentes com cancro especificamente, este síndrome tem uma prevalência elevada e surge como consequência das alterações metabólicas provocadas pela doença, aumento do gasto energético e pela redução no apetite. Nesta população, para além das alterações já mencionadas, a sarcopenia tem ainda influência na tolerância aos tratamentos, na sua toxicidade e na sobrevivência.

Por todas estas consequências, intervenções nutricionais e de atividade física que tenham em vista a preservação da massa muscular são essenciais.

Sarcopenia: intervenções nutricionais

As intervenções nutricionais têm como objetivo assegurar que a ingestão alimentar está adequada às necessidades nutricionais individuais, muitas vezes alteradas pela doença e que podem variar no decorrer dos tratamentos. Os tratamentos têm frequentemente efeitos secundários associados, com impacto tanto na ingestão alimentar como na absorção dos nutrientes e nesse sentido é necessário adequar as refeições para otimizar a ingestão alimentar.

Sarcopenia e a atividade física

sarcopenia,

As recomendações para a prática de atividade física incluem um mínimo de dois dias de treino de força por semana. É importante ter esta recomendação em consideração, já que parece ser o treino de força o que tem maior impacto na preservação da massa muscular. A prática de atividade física durante os tratamentos, deve ser adequada à capacidade física individual que pode estar alterada neste período, mas tem benefícios e sempre que seja possível deve ser incluída na rotina do paciente.

 

Referências:Pamoukdjian F, et al. Prevalence and predictive value of pre-therapeutic sarcopenia in cancer patients: A systematic review.Clin Nutr. 2018 Aug;37(4):1101-1113. Arends J, et al. ESPEN expert group recommendations for action against cancer-related malnutrition. Clin Nutr. 2017 Oct;36(5):1187-1196.Vega MC, Laviano A, Pimentel GD. Sarcopenia and chemotherapy-mediated toxicity. Einstein (Sao Paulo). 2016 Oct-Dec;14(4):580-584.World Health Organization. Global recommendations on physical activity for health. 2010. Crédito das imagens: Ichigo121212 e de rawpixel Pixabay

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