sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Alimentos e bebidas a evitar durante o tratamento oncológico

tratamento oncologico

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Alguns alimentos e bebidas interagem com a medicação usada durante o tratamento oncológico, devendo ser evitados. Ter em conta estas interações e respeitar as indicações da equipa multidisciplinar que acompanha o doente é fundamental no combate ao cancro.

Durante o tratamento oncológico: enzimas do citocromo P450

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O grupo de enzimas do citocromo P450 (CYP) são uma importante parte do processo no qual os medicamentos são decompostos (ou metabolizados), após entrarem na corrente sanguínea. Algumas enzimas CYP atuam sobre os medicamentos contra o cancro (CYP2A, CYP3A, CYP4A e CYP5A), influenciando o modo como os mesmos atuam e os efeitos secundários possíveis.

Se uma grande parte do medicamento for decomposta, o mesmo pode não funcionar tão bem, havendo necessidade de aumentar a dose, o que aumenta a hipótese de ocorrência de efeitos secundários. Por outro lado, se apenas uma pequena parte for degradada, a restante permanece no organismo. Isto faz com que possam surgir consequências relacionadas com a toxicidade do medicamento, o que pode levar à necessidade de redução da dose da medicação.

Sabe-se que existem alimentos e bebidas/suplementos que podem influenciar o nível de enzimas CYP.

Durante o tratamento oncológico: alimentos e produtos alimentares a ter em conta

Alguns alimentos influenciam as enzimas CYP, como a toranja e o sumo desta, a laranja amarga, a carambola e o repolho.
A toranja contém naringina, naringenina e furanocoumarinas, os quais têm a capacidade de inibir a CYP3A4. Quando esta é bloqueada, os medicamentos usados no tratamento do cancro (por exemplo, vincristina, docetaxel e ciclosporina) não podem ser metabolizados, não “funcionando” como deveriam ou permanecendo na corrente sanguínea durante mais tempo, originando maior toxicidade.

A laranja amarga e a carambola também inibem a mesma enzima, interagindo com os mesmos fármacos e contribuindo para o aparecimento/agravamento dos efeitos secundários.

Por outro lado, o repolho interage com o irinotecano, reduzindo a eficácia terapêutica, através da indução do metabolismo do medicamento.

Durante o tratamento oncológico: derivados de plantas a ter em conta

Alguns derivados de plantas influenciam as enzimas CYP, como o hipericão, a cimicífuga (cohosh preto), o ginseng, o ginkgo biloba e o cardo de leite.

No caso do hipericão ou erva de S. João, tem a capacidade de indução da CYP3A4 e do CYP2C8, aumentando a degradação de medicamentos usados no tratamento do cancro (irinotecano, ciclosporina, docetaxel e imatinib), cuja ação terapêutica fica reduzida. O mesmo acontece com a cimicífuga ou cohosh preto, em relação ao fármaco cisplatina, usado em quimioterapia.

Quanto à ingestão concomitante de ginseng e imatinib, é totalmente desaconselhada, uma vez que se verifica um efeito tóxico para o fígado.

O Ginkgo biloba e o cardo de leite, por outro lado, parecem aumentar os efeitos tóxicos do tamoxifeno.

Assim e tendo em vista o sucesso do tratamento oncológico, é importante discutir com a equipa multidisciplinar que acompanha o doente todas as interações possíveis entre os medicamentos usados em quimioterapia e alimentos, suplementos e bebidas.

Referências:Briguglio et al. Food Bioactive Compounds and Their Interference in Drug Pharmacokinetic/Pharmacodynamic Profiles. Pharmaceutics. 2018; Vol 10: 277; Elfaki et al. Cytochrome P450: Polymorphisms and Roles in Cancer, Diabetes and Atherosclerosis. Asian Pacific Journal of Cancer Prevention. 2018; Vol 19(8): 2057-2070; Harkness R. & Bratman S. (2003). Mosby’s handbook of drug-herb and drug-supplement interactions. Mosby, Inc. Missouri; Koziolek et al. The mechanisms of pharmacokinetic food-drug interactions – A perspective from the UNGAP group. European Journal of Pharmaceutical Sciences, 2019. Issue 134: 31-59; Rahimi & Abdollahi. An update on the ability of St. John’s wort to affect the metabolism of other drugs. Expert Opinion on Drug Metabolism & Toxicology. 2012; vol 8(6): 691-708; Schink & Dehus. Effects of mistletoe products on pharmacokinetic drug turnover by inhibition and induction of cytochrome P450 activities. BMC Complementary and Alternative Medicine. 2017; Volume 17(1): 521. Fontes de imagens: https://ift.tt/2vvUONI ; https://ift.tt/2vvbK71

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segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

A dose diária de noz: 4 metades ou duas nozes inteiras

A noz é a semente da drupa, o fruto carnoso com apenas uma semente, da nogueira. Depois da casca rija e rugosa encontra no seu interior o miolo de noz. Dividida em 4 áreas, separadas por 2 septos perpendiculares, a sua conformação é semelhante ao cérebro.

O miolo de noz é revestido por uma fina pele que o protege do oxigénio e consequentemente da rancificação na wikipédia. Após a colheita, os frutos devem ser armazenados num local fresco e seco, para que não haja desenvolvimento de fungos. Esta preocupação das temperaturas baixas deve-se ao facto de a noz apresentar um elevado teor em gorduras que a torna mais suscetível a desenvolver ranço oxidativo.

Em Portugal a noz assume o 3º lugar de fruto oleaginoso mais cultivado, assumindo maior expressão na região Norte, seguida pelo Alentejo e Centro. Uma grande parte da produção é comercializada no mercado de proximidade, com vínculos tradicionais, como mercearias e mercados municipais.

Os frutos secos oleaginosos, normalmente conservam-se durante mais tempo que os frutos frescos. Apresentam maior resistência à contaminação pela maioria dos microorganismos, à atividade enzimática e a reações químicas, uma vez que têm um valor de atividade da água (aw) muito baixo, inferior a 0,7.

Do ponto de vista nutricional a noz é um fruto seco oleaginoso, muito prático para incluir na alimentação. Tem um valor proteico de 16,7 g em 100 g, em que sobressai o aminoácido essencial arginina, que está fortemente relacionado com a formação de óxido nítrico, um potente vasodilatador, capaz de reduzir a adesão e agregação plaquetária no endotélio vascular, contribuindo assim para a prevenção de doenças cardiovasculares. Existe uma alegação de saúde pela Autoridade Europeia para a Segurança alimentar (EFSA) que diz “As nozes contribuem para a melhoria da elasticidade dos vasos sanguíneos”.

Com um valor de gorduras elevado de 67,5 g em 100 g, a noz distingue-se pela qualidade nutricional das mesmas: a maioria são ácidos gordos polinsaturados (47 g / 100 g) e ácido linoleico (38 g / 100 g). No que diz respeito às fibras alimentares, o seu valor atinge 5,2 g em 100 g de noz, com as fibras insolúveis em maior quantidade.

Muitas vitaminas podemos encontrar na noz: niacina, a B3 com 1,13 mg/100 g), a piridoxina, a B6 (0,87 mg/ 100 g) a tiamina ou B1 (0,34 mg/100 g) e o ácido fólico (98 µg / 100 g). Este último, tem um papel importante no metabolismo da homocisteína, ao reduzir os seus níveis no sangue e por consequência, reduzindo o risco de arteriosclerose.

Os minerais presentes nos alimentos são importantes para o desenvolvimento e manutenção do esqueleto, do sistema nervoso e no controlo da pressão arterial. Assim, na noz encontra o potássio (500 mg / 100 g), o fósforo (290 mg / 100 g), o magnésio (160 mg / 100 g) e o cálcio (90 mg / 100 g).

A dose diária de noz é de 4 metades ou duas nozes inteiras. Não é difícil inclui-las na alimentação diária. Pode começar o dia, juntando-as aos cereais integrais no pequeno-almoço e à fruta fresca, a meio do manhã ou meio da tarde como um lanche simples. Porque não, de vez em quando adicioná-la numa salada ao jantar?

Referências: Peres, F, Gouveia, C. (2017). Composição química e propriedades bioativas da noz (Juglans regia L.) Agroforum nº 38 Ano 25. Almeida, C. (2017). Importância económica da nogueira para a produção de noz. Agroforum nº 38 Ano 25; Rebelo, I. (2017). A utilização de frutos secos portugueses na produção de gelados artesanais. Dissertação para obtenção do grau de mestre em Engenharia Alimentar. Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (2018). Tabela da composição de alimentos. Acedido em 18 de Janeiro de 2020 no website do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge: http://portfir.insa.pt/foodcomp/food?11682; Créditos da imagem: Catarina Santos

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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Audição: novas diretrizes no rastreio auditivo neonatal

A audição é fundamental para o desenvolvimento de qualquer criança. Os primeiros 2 anos de vida são cruciais e os mais críticos para a aprendizagem da linguagem, enquanto ocorre o processo de maturação do sistema nervoso central.

O “Joint Committee on Infant Hearing” (JCIH), composto por representantes de organizações americanas, nas áreas de Audiologia, Otorrinolaringologia, Pediatria e Enfermagem, desde a sua criação em 1969, emite diretrizes para garantir a identificação e intervenção precoce relacionadas com a audição.

As diretrizes do JCIH de 2007 sugeriam a regra de “1-3-6”, que significa que todas as crianças deveriam ser rastreadas até 1º mês de vida, que o diagnóstico de perda auditiva deveria ser feito até aos 3 meses e no caso de existir surdez, deveria haver uma intervenção até aos 6 meses. Naturalmente, um diagnóstico e uma intervenção mais precoces seriam aceitáveis e preferidos.

Novas diretrizes surgem em outubro de 2019 e fazem uma atualização às anteriores (2007), passando a regra de “1-3-6” para “1-2-3”, ou seja, antecipam o diagnóstico completo para 2 meses e a intervenção para os 3 meses de idade.

Esta antecipação na idade é justificada por duas razões essenciais: primeiro, quanto mais cedo for a intervenção, melhores resultados se esperam em termos de aquisição da linguagem; em segundo, porque se torna mais fácil fazer uma avaliação objetiva nos bebés, sem ter de se recorrer a sedação, dado que neste grupo etário consegue-se obter mais facilmente o sono natural, poupando, assim, a criança a uma anestesia.

As novas diretrizes sugerem também alterações à terminologia usada. Assim, o termo “perda auditiva” não deve ser aplicado a crianças que nasceram com surdez, pois se nunca tiveram audição não a podem ter perdido. Pode continuar a ser usado este termo se uma pessoa ouviu e passou a ter um problema de surdez.

Relativamente ao Rastreio Auditivo Neonatal Universal (RANU), os testes utilizados, tanto os potenciais evocados automáticos como as otoemissões acústicas, usam uma terminologia de “pass/refer”. O termo “refer” tem originado alguma confusão. Em Portugal, por exemplo, é traduzido para “passa/refere”, o que levanta algumas controvérsias. Então o JCIH 2019 sugere que se volte novamente a uma terminologia de “pass/fail” (passa/falha) por se entender que estes termos descrevem melhor o resultado desta triagem binária.

O resultado de “pass” no RANU significa que o bebé “passa” em ambos os ouvidos simultaneamente (na mesma sessão). Especificamente, um bebé que “não passa” em ambos os ouvidos na mesma sessão de seleção, mesmo que cada ouvido tenha “passado” separadamente noutra triagem, não constitui um resultado seguro de “passa”. Não é conveniente dizer aos pais “um ouvido passou e o outro não passou”.

Nestas situações, o audiologista deve fazer os testes de diagnóstico mais completos, nomeadamente Potenciais evocados auditivos precoces do tronco cerebral.

O documento de JCIH 2019 baseia-se em publicações anteriores (suplemento JCIH 2013 sobre Intervenção Precoce e diretrizes JCIH 2007), atualizando as melhores práticas por meio de revisões de literatura e opinião de consenso de especialistas sobre triagem, identificação e gestão audiológica, médica e educacional de bebés e crianças pequenas e respetivas famílias.

Referências: JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING. Year 2007 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. Pediatrics, 102, p. 893–921, 2007.; JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention, v.4, n.2, p. 13–44, 2019.

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sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Cancro do rim: como fazer a prevenção

O cancro do rim é duas vezes mais frequente em homens que em mulheres, tendo-se registado em 2018 cerca de 403 262 novos casos. A maioria incidência de casos verifica-se no continente asiático (36,9%) e na Europa (33,9%). Em Portugal, registaram-se 1301 novos casos em 2018.

Em países desenvolvidos, a taxa de sobrevivência para este tipo de cancro é elevada, uma vez que são habitualmente diagnosticados em fases iniciais, no entanto o mesmo não acontece nos países em vias de desenvolvimento.

Alguns dos possíveis sinais de alerta são: hematúria (sangue na urina), dor na região lombar inferior ou no abdomen, fadiga, perda de peso, febre ou inchaço das pernas e tornozelos.

É reduzido o número de casos de cancro renal associados a causas genéticas. Por outro lado, fumar está associado a um aumento do risco de desenvolver a doença. Os fumadores atuais têm o risco aumentado em 52% e os ex-fumadores em 25%. Também neste caso os homens apresentam maior risco que as mulheres e quanto maior for o consumo de tabaco, maior é o risco.

O excesso de peso e a hipertensão arterial aumentam o risco de desenvolver cancro do rim. O excesso de peso é um fator de risco para o desenvolvimento de 12 tipos de cancro, entre os quais se encontra o cancro do rim. Quanto à hipertensão, a manutenção dos valores da tensão arterial dentro do recomendado, reduz o risco de desenvolver esta doença.

Para prevenção deste tipo de cancro, as recomendações são as que se aplicam à prevenção do cancro no geral:
– Reduza a ingestão semanal de carne vermelha para 350 – 500g (peso após confeção) e apenas ingira carnes processadas esporadicamente.

– Mantenha um peso adequado para a sua idade e estatura, limitando a ingestão de bebidas açucaradas e de alimentos ricos em açúcares de absorção rápida.

– Limite a ingestão de bebidas alcoólicas.

– Pratique um mínimo de 75 minutos de atividade física intensa ou 150 minutos de atividade física moderada por semana.

– Aumente a ingestão de alimentos ricos em fibra como cereais integrais, oleaginosas, leguminosas e ingira um mínimo diário de 5 porções de vegetais e fruta (equivalentes a 400g).

A atividade física contribui para a manutenção de um peso saudável, por isso reduza os tempos sedentários e pratique uma atividade física que goste de forma regular.

Referências: Global Cancer Observatory (http://gco.iarc.fr/), International Agency for Research on Cancer 2018. World Cancer Research Fund/American Institute for Cancer Research.Continuous Update Project Expert Report 2018.Diet, nutrition and physical activity and kidney cancer.Available at dietandcancerreport.org. Tahbaz R, Schmid M, Merseburger AS. Prevention of kidney cancer incidence and recurrence: lifestyle, medication and nutrition. Curr Opin Urol. 2018 Jan;28(1):62-79. Crédito das imagens: www.alo.rs

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segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Alimentos altamente processados: chame-os pelos nomes

Os alimentos altamente processados ​​não fazem parte de uma dieta saudável.

A principal razão é que estes alimentos, a que prefiro chamar de produtos alimentares altamente processados, perdem a maioria de seus nutrientes naturais e são-lhes adicionados grandes quantidades de sal, açúcares (ou adoçantes) e gorduras refinadas.

Um consumo diário destes produtos, em quantidades excessivas, tornam-nos vulneráveis às doenças crónicas mais frequentes – diabetes, doenças do foro cardiovascular, e são responsáveis pelo aumento da obesidade, associada, atualmente, a pelo menos 12 tipos de cancro. Mais, uma das recomendações principais da prevenção do cancro é limitar a quantidade destes produtos altamente processados da rotina alimentar.

Mas o que é exatamente um alimento altamente processado? Como podemos identificar esta categoria de produtos?

Um aspeto comum a todos é que estão prontos a comer e são produzidos quase totalmente por ingredientes e aditivos industriais. Outro aspeto: duram muito e tem sabores intensos e são extremamente lucrativos para as empresas que os produzem. Por isso, são gastas somas avultadas na sua promoção e publicidade, comparativamente com os alimentos integrais, ​​frescos e perecíveis ou minimamente processados. Ocupam o melhor lugar das prateleiras de qualquer superficie comercial: ficam mesmo frente aos seus olhos.

Os ultra-processados ​​são feitos de substâncias processadas extraídas ou refinadas de alimentos integrais: óleos e gorduras hidrogenadas, farinhas e amidos, variantes de açúcar e partes ou restos baratos de alimentos de origem animal. A sua composição nutricional traduz-se no seguinte: grande densidade em energia, carga glicémica alta, são pobres em fibras alimentares, micronutrientes e fitoquímicos. Paralelamente, são ricos em gorduras do tipo trans, um grupo de gorduras não saudáveis, açúcares livres e sal.

Para fazer uma análise correta e escolher adequadamente o que come, deve conhecer o perfil nutricional e as características comuns destes produtos.

A investigação distingue os alimentos processados por um sistema de classificação baseado nos processo industriais aplicados. Podemos identificar 3 grupos:

Grupo 1. não processados ou minimamente processados – não alteram substancialmente os alimentos. Sofrem processos de secagem ou congelação. Podem ser picados ou ralados. São exemplos as bebidas de fruta e vegetais, água, ovos, farelo, cereais, arroz simples, leite de coco, peixe refrigerado, peixe congelado, frutos secos embalados, fruta congelada, legumes e verduras secos, legumes congelados não transformados.

Grupo 2. transformados por métodos culinários – usando a pressurização, trituração ou branqueamento. São bons exemplos a farinha, massas simples, massas frescas, açúcar, leite simples, leite de soja, óleos alimentares e molhos à base de óleos alimentares.

Grupo 3. produtos alimentares ultra-processados – é alterado significativamente o perfil nutricional dos alimentos através da salga, fritura e a cozedura a altas temperaturas.
A lista é grande: bebidas eletrolíticas, bebidas energéticas, misturas instantaneas de chocolate, de café e outros sabores para bebidas quentes, bebidas de chá gelado, refrigerantes e bebidas aromatizadas, produtos diversos de padaria, cereais de pequeno almoço, barras de cereais, massas com sabor embalados em pacote ou em lata, refeições preparadas congeladas, queijo-creme, sobremesas prontas, sorvete, leite condensado, leites aromatizados, leite em pó, refeições enlatadas, misturas de frutos secos e castanhas, fruta em calda, geleias de fruta, nozes salgadas, conservas de legumes, produtos à base de batata (como as populares batatas fritas de pacote), legumes congelados confecionados, salsicharia e produtos sucedâneos de carne processada como fiambres e hamburgueres, molhos e temperos preparados, salgadinhos, entre muitos outros.

Resumidamente: batatas fritas de pacote, pizza congelada, salsichas de lata, bolachas e outros biscoitos embalados são produtos altamente processados, incluidos no grupo 3. Estes alimentos não devem ser consumidos regularmente. Durante o processamento industrial, os nutrientes que faziam originalmente parte da sua composição foram eliminados e substituidos por aditivos que não fazem bem à saúde.

Não, não são considerados alimentos altamente processados o atum em lata, as leguminosas como o feijão e o grão cozidos e enlatados. Os vegetais congelados ou enlatados, requerem um processamento minimo e são absolutamente válidos no contexto de uma alimentação para a prevenção do cancro. Nestes alimentos o conteúdo nutricional foi preservado. Por fim, retenha a seguinte mensagem: nem todos os alimentos com algum processamento são necessarimente nocivos. Quanto aos ultra-processados limite-os ou ponha-os de lado!

Referências: Monteiro, C. A., Moubarac, J. C., Cannon, G., Ng, S. W., & Popkin, B. (2013). Ultra‐processed products are becoming dominant in the global food system. Obesity reviews14, 21-28.; Luiten, C. M., Steenhuis, I. H., Eyles, H., Mhurchu, C. N., & Waterlander, W. E. (2016). Ultra-processed foods have the worst nutrient profile, yet they are the most available packaged products in a sample of New Zealand supermarkets. Public health nutrition19(3), 530-538.

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

O que acontece quando alguém espirra dentro de um avião?

Quando uma pessoa espirra dentro de um avião, o fluxo de ar interno ajuda a espalhar os agentes patógenos para outros passageiros. Portanto, se alguém espirrar, o ar fica a circular várias vezes antes de sair pelo sistema de filtragem.

Cada vez viajamos mais de avião, durante pelo menos algumas horas. Por isso, é importante que dedique algumas centenas de segundos, ficando informado sobre o que acontece, com a palestra de Raymond Wang no canal TED. Além de uma gripe, existem ainda outras doenças que podem ser transmitidas na cabina de um avião.

Raymond Wang ganhou o prémio de Ciência e Engenharia da Intel em 2015 com a invenção de um pequeno dispositivo que reduz a transmissão de germes entre os passageiros. O dispositivo aumenta o fluxo de ar fresco dentro do avião e redireciona o ar carregado de agentes patógenos para fora do circuito da circulação do ar.
Raymond Wang com a sua invenção ajudou a construir um futuro mais saudável.

Raymond é fundador da Sustainable Youth Canada, uma organização sem fins lucrativos dedicada a capacitar jovens a desenvolverem novas abordagens para a sustentabilidade ambiental e energética.

Assista à palestra que apresenta um filme animado de como um espirro viaja dentro de uma cabine de avião.

Créditos da imagem: Suhyeon Choi on Unsplash

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quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Resoluções de Ano Novo: perder peso, atividade física, deixar de fumar

As resoluções de ano novo fazem parte da tradição desta altura do ano e algumas das mais habituais passarão por perder peso, iniciar e praticar atividade física e deixar de fumar.

São múltiplas as vantagens de iniciar e, sobretudo manter qualquer uma destas resoluções. Por isso vamos olhar para cada uma delas com maior detalhe.

Resoluções de Ano Novo: perder peso

São inúmeros os benefícios de perder de peso. A obesidade é um problema de saúde pública no Mundo e está associado ao surgimento de diversas doenças, aumentando o risco de mortalidade.

A obesidade resulta da combinação entre falta de atividade física e ingestão excessiva de alimentos com elevada densidade energética e baixa densidade nutricional, tais como produtos alimentares ou bebidas ricos em açúcares de absorção rápida e produtos alimentares altamente processados.

Tendo em conta o envelhecimento da população mundial, a obesidade sarcopénica também deverá ser valorizada. A obesidade sarcopénica corresponde à coexistência de sarcopenia e obesidade, isto é, baixa massa magra em especial massa muscular em indivíduos obesos. Está associada a maior risco de desenvolvimento cardiovascular e diabetes. Em doentes oncológicos está associada a maiores riscos de complicações pós-cirúrgicas, maior incidência de efeitos secundários e menor sobrevivência.

Resoluções de Ano Novo: praticar atividade física

Quanto à atividade física, a sua prática, para além de outros benefícios, contribui para a manutenção de uma boa saúde cardiovascular, para a manutenção de um peso saudável e para a preservação da massa muscular.

A prática de atividade física é segura em situações de doença assim como durante os tratamentos de quimio e radioterapia, devendo ser adequada à capacidade física individual que pode estar alterada neste período.

As recomendações apontam para a prática de 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos por semana de atividade física intensa e treino de força e flexibilidade no mínimo de 2 vezes por semana.

É amplamente conhecido que fumar tem inúmeros riscos associados, aumentando significativamente o risco de desenvolver vários tipos de cancro, para além de contribuir para o aumento da pressão arterial, para o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, assim como para o risco de morte.

Lembre-se que mesmo uma moderada perda de peso pode ajudar a prevenir alguns dos efeitos adversos da obesidade e que todos os minutos não sedentários contam para que tenha mais saúde.

Quanto à eficácia das resoluções de passagem de ano, associar a definição de objetivos mais abrangentes a objetivos mais específicos parece trazer melhores resultados na difícil tarefa de manter as resoluções por longos períodos de tempo.

Bom Ano 2020!

Referências: Bosello, O, Vanzo, A. Obesity paradox and aging. Eat Weight Disord. 2019 Dec 21. World Health Organization. Global recommendations on physical activity for health. 2010. WHO Report on the Global Tobacco Epidemic, 2019. Geneva: World Health Organization; 2019. World Cancer Research Fund/American Institute for Cancer Research.Continuous Update Project Expert Report 2018. Höchli B, Brügger A, Messner C. Making New Year’s Resolutions that Stick: Exploring how Superordinate and Subordinate Goals Motivate Goal Pursuit. Appl Psychol Health Well Being. 2019 Jun 24. De Lorenzo A, et al. Obesity: A preventable, treatable, but relapsing disease. Nutrition. 2019 Oct 17;71:110615. Crédito das imagens: Free-Photos por Pixabay

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