terça-feira, 31 de março de 2020

Cancro do pulmão e alimentação: melhorar e manter um bom estado nutricional

A prevalência de malnutrição em doentes com cancro do pulmão varia entre 45% e 69%, estando a mesma relacionada com piores resultados clínicos.cancro do pulmao

Em doentes com cancro, a malnutrição prejudica o sistema imunitário e a capacidade funcional para a realização das atividades do dia-a-dia, dado que afeta a função muscular. Além disso, contribui para a depressão, para o cansaço, para uma diminuição da resposta à quimioterapia, para um aumento dos efeitos secundários desse tratamento e para um aumento da frequência e da gravidade das complicações. Tudo isto, resulta numa sobrevivência mais reduzida.

Assim, o que pode ser feito para melhorar e manter o estado nutricional dos doentes? Existe algum alimento que ajude a tratar a doença?

Cancro do pulmão: “super-alimentos” e “super-suplementos”

Apesar de existir muita publicidade a “super-alimentos” e a “super-suplementos”, o facto é que não existe evidência científica de que algum alimento ou suplemento alimentar específico possa curar ou ajudar a curar o cancro do pulmão.

Uma alimentação rica em vegetais, fruta, cereais integrais e fontes magras de proteína pode contribuir para que o doente se sinta melhor, tolere melhor os tratamentos e aumente as possibilidades de levar até ao fim os tratamentos oncológicos propostos e, deste modo, melhorando o prognóstico.

Cancro do pulmão: qual a melhor alimentação?

Fundamentalmente, é importante que sejam seguidas algumas recomendações gerais, as quais devem ser ajustadas de acordo com a situação clínica e características individuais. Eis alguns princípios básicos:

– comer com regularidade, de 3 em 3h, não esperando para ter fome

– incluir proteínas, hidratos de carbono e gorduras, em cada refeição, optando por refeições ricas em proteínas e em energia, com base em alimentos saudáveis

– ao acordar, ingerir 1-2 copos de água e outro copo ao deitar, além da ingestão frequente ao longo do dia, de modo a evitar a desidratação. Aromatizar a água ou variar as infusões de ervas pode ser uma alternativa à água ingerida de forma isolada. Optar por fazê-lo fora das refeições, de modo a contrariar possíveis sensações de enfartamento.

– evitar alimentos processados, preferindo os vegetais frescos, os cereais integrais e a fruta

– optar por lanches ricos em proteínas

– evitar fritos, alimentos açucarados e limitar a ingestão de sal

– optar por ter alimentos na carteira, secretária e no carro, para que se tenha sempre alguns disponíveis, evitando-se ter fome em momentos em que a aquisição é difícil

Contudo e em muitos doentes, surgem efeitos secundários dos tratamentos que tornam difícil a ingestão alimentar. As náuseas e os vómitos, a falta de apetite e as alterações do paladar podem prejudicar a alimentação e, em consequência, o estado nutricional dos doentes.

A intervenção de um nutricionista é fundamental no controlo destes sintomas, bem como na orientação da suplementação alimentar, já que muitos suplementos poderão interferir com os tratamentos. Contudo e de acordo com a avaliação efetuada, o nutricionista poderá prescrever suplementação específica para complementação da dieta, nomeadamente os chamados suplementos nutricionais orais.

Cancro do pulmão: a alimentação é um aspeto individual

A alimentação de um doente com cancro do pulmão depende de uma série de fatores que devem ser avaliados. Assim, devem ser consideradas as necessidades nutricionais individuais, o estado nutricional, os tratamentos, os efeitos secundários dos mesmos e todo o historial clínico (outras condições, doenças ou intolerâncias, além do cancro).

Não há dúvida de que não “existe uma receita” para alimentação do doente com cancro do pulmão, devendo esta ser adaptada às características individuais do doente e elaborada sempre com base na evidência científica atual. Apenas nestas condições a nutrição poderá dar o seu contributo como adjuvante no tratamento oncológico.

Como focos podemos considerar que o doente deverá manter um peso saudável, obter os nutrientes que o organismo precisa, principalmente tendo a alimentação como fonte, e evitar os alimentos que agravam os efeitos secundários dos tratamentos, como, por exemplo, a mucosite.

Cancro do pulmão: a higiene alimentar

Outro aspeto importante é a higiene alimentar. Quando em tratamento para o cancro do pulmão, o sistema imunitário dos doentes poderá estar afetado, aumentado o risco de infeções. Assim, é importante:

– lavar as mãos antes e durante a confeção das refeições, bem como antes da ingestão alimentar

– lavar rigorosamente a fruta e os vegetais

– a higiene das mãos é fundamental, antes e após a manipulação de produtos crus e de ovos

– todos os utensílios que entraram em contacto com os produtos crus não devem ser usados para preparar, guardar e/ou consumir os produtos cozinhados

– evitar utensílios de madeira (tábuas de preparação, colheres de pau, entre outros), que facilitam a proliferação dos microrganismos, por apresentarem poros onde estes de acumulam

– os alimentos crus e os confecionados sejam conservados às temperaturas recomendadas (<5 ºC, se refrigerados, e -18 ºC, se congelados) e consumidos num prazo adequado, variando este com a natureza do alimento

– evitar os alimentos de maior risco: sushi, saladas ingeridas fora de casa, carnes mal passadas e todos os pratos em que exista manipulação após a confeção -frango desfiado, por exemplo.

– dar atenção à qualidade microbiológica da água, evitando-se aquela de furos, poços e fontes e preferindo-se a água municipal ou engarrafada.

Referências: American Lung Association. Disponível em www.lung.org. Atualizado a 22/3/2020 e acedido a 28/3/2020. Kiss NK et al. The effect of nutrition intervention in lung cancer patients undergoing chemotherapy and/or radiotherapy: a systematic review. Nutr Cancer. 2014; 66(1): 47-56. Van Cutsem E & Arends J. The causes and consequences of cancer-associated malnutrition. European Journal of Oncology Nursing 2005;9:S51–S63. Suppl 2:S51-63. Fontes de imagens: https://ift.tt/3ccwktQ; https://ift.tt/3aHJduZ

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sábado, 28 de março de 2020

O Yoga e a pandemia Covid-19

Pode o yoga ajudar na gestão física e emocional da situação atual de pandemia do novo coronavírus (COVID-19)?

Ocupar os nossos dias com as notícias sobre a evolução da doença e a forma como deve ser gerida, tornou-se para a grande maioria de nós uma quase rotina. Mas esta rotina pode criar um elevado grau de incerteza sobre a melhor forma de gestão e de angústia em relação ao futuro, ou seja, gera-se stress, ansiedade e estados depressivos. O yoga oferece algumas alternativas a estes estados emocionais, tal como afirma um artigo publicado no Harvard Health Blog, da Harvard Medical School.

Quando a preocupação aumenta, o corpo ressente-se. Surgem tensões musculares, desconforto físico, dores difusas e muitas vezes um agravamento das dores recorrentes. Ao nível emocional quando as preocupações aumentam, surge alguma irritabilidade, pensamentos recorrentes, pessimismo, ou seja, manifesta-se em ansiedade e angústia.

Este é um momento para perceber que a capacidade de ultrapassar estes estados está em nós. É preciso confiar nas nossas capacidades e saber quem somos e aquilo que temos a defender. A defesa a uma ameaça confere um enorme poder de luta e resiliência, sobretudo quando esse poder é dirigido ao bem comum. Fazer bem a nós próprios cria sentimentos de conforto e quietude emocional, mas quando se sente o bem que se faz ao outro é revigorante.

Um dos caminhos a seguir para ajudar a ultrapassar o isolamento físico, a que estamos sujeitos é criar uma rede de contactos: amigos e familiares, através das redes sociais, por telefone, mensagens ou e-mail. A força das suas relações com amigos e familiares permite sentir apoio e conforto emocional. Procure também manter-se ativo, descobrir coisas novas, procurar outros temas de motivação.

Como pode a prática do yoga ajudar agora?

Mesmo que nunca tenha experimentado e possa não ter interesse, talvez tenha, agora, chegado o momento de fazer coisas diferentes, sabendo os benefícios que essa descoberta pode dar: flexibilidade, concentração, serenidade, assertividade, autoconfiança, tónus muscular, entre outros benefícios.

A respiração é o alicerce da prática de yoga. Respire de uma forma tranquila, prolongando a inspiração e a expiração. Faça respirações completas, inspire, sinta o diafragma a alargar e toda a caixa torácica até à zona das clavículas. Expire sentindo a caixa torácica a voltar ao seu tamanho natural a partir da parte superior do abdómen. A meditação faz parte do esquema tradicional das aulas de yoga, sendo reconhecido o seu efeito calmante e assertivo no pensamento. Pode prolongar mais os seus momentos de meditação, procurando na internet vídeos sobre o tema.

Pode também criar um momento divertido para toda a família: uma aula de yoga online, organizando momentos de felicidade, momentos saudáveis.

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terça-feira, 24 de março de 2020

Avaliação auditiva infantil: os diferentes exames de diagnóstico

A avaliação auditiva infantil permite estabelecer um diagnóstico quanto à capacidade auditiva da criança e deve ser feito o mais precocemente possível, facilitando, assim, o processo de re(h)abilitação.

Todas as crianças após o nascimento deveriam ser submetidas ao Rastreio Auditivo Neonatal Universal (RANU). Se existirem dúvidas, ou claros indicadores de risco, deve existir uma monitorização adequada e uma avaliação mais aprofundada. Toda a criança diagnosticada como tendo alguma deficiência auditiva, (unilateral ou bilateral) deve ser encaminhada para uma consulta de intervenção precoce, para colocação de próteses auditivas. Ao fim de seis meses de utilização das próteses, pode haver necessidade de orientação para implante coclear.

Bebés com atresia auditiva congénita, num ou em ambos os ouvidos, ou com deformidade visível do pavilhão auricular e/ou canal auditivo externo, devem ser encaminhados para avaliação audiológica diagnóstica.

A avaliação auditiva infantil comporta testes comportamentais (subjetivos) que necessitam da participação e interação das crianças, e testes objetivos que não necessitam da sua participação ativa.

Relativamente aos testes subjetivos podemos considerar, de acordo com a idade da criança: audiometria de observação comportamental (entre o nascimento e os seis meses); audiometria de reforço visual (a partir do 5º mês até aos dois anos) audiometria lúdica condicionada (entre os dois-três e seis anos) e audiometria tonal e vocal convencional (a partir dos cinco anos).

Os testes objetivos não são dependentes da resposta da criança. Apenas se exige que esteja bem tranquila, o que pode ser obtido por meio de sono natural, sedação ou de distração. No contexto infantil, dentro dos testes objetivos, temos os testes fisiológicos (Impedanciometria e Otoemissões acústicas) e os eletrofisiológicos (Potenciais evocados auditivos precoces do tronco cerebral e potenciais auditivos de estado estável).

Os aspetos chave da avaliação audiológica para crianças são:

  • A avaliação comportamental estabelece métodos com base em respostas condicionadas ao som, permitindo uma estimativa dos limiares auditivos da criança.
  • A Impedanciometria agrega o timpanograma (medida da mobilidade da membrana timpânica) com a pesquisa dos reflexos acústicos estapédicos (inserindo uma sonda no canal auditivo externo, que emite umestímulo sonoro de forte intensidade, é possível medir a contração muscular do músculo do estribo, um dos três ossículos do ouvido médio e o mais pequeno do corpo humano).Estes testes embora não determinem o tipo ou grau de surdez, permitem detetar mudanças na pressão do ouvido médio, informação esta muito útil para complementar a avaliação audiológica.
  • As Otoemissões acústicas fornecem informações sobre a integridade das células ciliadas externas da cóclea.
  • Os Potenciais evocados auditivos precoces do tronco cerebralfazem a avaliação da atividade eletrofisiológica do ouvido, desde que o som é captado no canal auditivo externo até ao tronco cerebral. No entanto, o estimulo mais utilizado nestes potenciais é o click, por ser considerado como o mais eficaz para evocar uma melhorsincronia neural, avaliando apenas uma gama frequencial à volta dos 3kHz. Assim sendo, não fornece informações sobre a configuração da curva audiométrica.
  • Os Potenciais Auditivos de Estado Estável utiliza estímulos específicos, possibilitando a avaliação de quatro frequências (500Hz, 1kHz, 2kHz e 4kHz) complementando, assim, a informação obtida pelos Potenciais anteriores.
Referências: American Academy of Audiology. Assessment of Hearing in Infants and Young Children. Reston, 2012. https://ift.tt/2xq3mGP.; Créditos da imagem:http://www.aparelhoauditivo.com/exame-bera/

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sexta-feira, 20 de março de 2020

Cancro da Bexiga: reduza o risco

O cancro da bexiga é o oitavo mais prevalente no Mundo, com 549 393 casos em 2018, com a maioria dos casos (36,2%) a registar-se no continente asiático e no continente europeu (35,9%). É um cancro mais frequente em homens que em mulheres e em idade avançada. Em Portugal registaram-se 2340 novos casos em 2018.

Quanto aos fatores de risco, à semelhança do que acontece para diversos outros tipos de cancro, fumadores têm seis vezes maior probabilidade de desenvolver cancro da bexiga que aqueles que nunca fumaram. Há também a considerar os fatores ocupacionais, como a exposição a compostos químicos frequentemente usados nas indústrias química e do plástico.

A ingestão de água contaminada com arsénico é uma fator de risco para o desenvolvimento de cancro da bexiga. O arsénico e seus compostos derivados, estão classificados como agentes carcinogénicos de classe 1 pela International Agency for Research on Cancer. A contaminação da água poderá ocorrer através de depósitos naturais no solo, resultantes de práticas industriais e de agricultura.

O relatório do World Cancer Research Fund aponta a ingestão de vegetais e fruta como um fator para a redução do risco deste tipo de cancro. A evidência é no entanto limitada e por isso mais estudos serão necessários para confirmar esta associação.

As recomendações para redução do risco de desenvolver cancro da bexiga são as recomendações gerais para a prevenção do cancro. Tome nota:

– Reduza a ingestão semanal de carne vermelha para 350 – 500g (peso após confeção) e apenas ingira carnes processadas esporadicamente.
– Mantenha um peso adequado para a sua idade e estatura, limitando a ingestão de bebidas açucaradas e de alimentos ricos em açúcares de absorção rápida.
– Limite a ingestão de bebidas alcoólicas.
– Pratique um mínimo de 75 minutos de atividade física intensa ou 150 minutos de atividade física moderada por semana. A atividade física contribui para a manutenção de um peso saudável, por isso reduza os tempos sedentários e pratique uma atividade física que goste de forma regular.
– Aumente a ingestão de alimentos ricos em fibra como cereais integrais, oleaginosas, leguminosas e ingira um mínimo diário de 5 porções de vegetais e fruta (equivalentes a 400g).

Referências: Global Cancer Observatory (http://gco.iarc.fr/), International Agency for Research on Cancer 2018. World Cancer Research Fund/American Institute for Cancer Research.Continuous Update Project Expert Report 2018.Diet, nutrition and physical activity and bladder cancer. Available at dietandcancerreport.org.. Crédito das imagens: medscape.com

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quarta-feira, 18 de março de 2020

O que sabemos (e não sabemos) sobre o COVID-19

Em 2003, David Heymann liderou a resposta global da Organização Mundial da Saúde ao surto do síndrome respiratório agudo grave (SARS), conhecido também por epidemia de SARS.

Desde há 18 anos que se tem vindo a descobrir um grande número de coronavírus relacionados com a SARS no seu reservatório natural: os morcegos.
COVID-19 ou SARS-CoV-2 é o sétimo coronavírus conhecido por infetar seres humanos; SARS-CoV, MERS-CoV e SARS-CoV-2 podem causar surtos respiratórios graves. A infecção por COVID-19 está agora disseminada: 121.564 casos confirmados em mais de 110 países e 4.373 mortes no dia 11 de março de 2020.

Recentemente, o Professor David Heymann deu uma conferência sobre a COVID-19, disponibilizada pelo canal TED, onde responde às questões mais pertinentes:

  1. O que acontece se for infetado pelo coronavírus?
  2. Quem está em maior risco? E que condições preexistentes aumentam o risco?
  3. Onde devemos procurar informação atualizada?
  4. Como pode proteger-se?
  5. Como devemos agir com as fronteiras e os aeroportos?
  6. Qual é o tempo de espera estimado para estar disponível uma vacina?
  7. Que perguntas sobre este surto ainda não há resposta?
  8. A resposta global à epidemia pode ser melhorada?
  9. No futuro haverá novos surtos?

David Heymann é professor de epidemiologia de doenças infecciosas na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. Assista agora à TED Talk completa, onde David Heymann partilha as últimas descobertas sobre o COVID-19 e o que pode o futuro trazer. Estão disponíveis legendas em português.

Referências: Zhou, P., Yang, X., Wang, X. et al. A pneumonia outbreak associated with a new coronavirus of probable bat origin. Nature 579, 270–273 (2020). https://doi.org/10.1038/s41586-020-2012-7; Andersen, K.G., Rambaut, A., Lipkin, W.I. et al. The proximal origin of SARS-CoV-2. Nat Med (2020). https://doi.org/10.1038/s41591-020-0820-9; Créditos da imagem:https://ift.tt/2TY5jTY

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segunda-feira, 16 de março de 2020

Sementes de linhaça: há cores diferentes mas com os mesmos benefícios

A linhaça castanha e a linhaça amarela ou dourada são sementes ovais de extremidades pontiagudas, apresentando uma textura crocante e mastigável, com um sabor a nozes. Atualmente, são cada vez mais utlizadas na alimentação e podem ser consumidas como sementes, sob a forma de óleo, farinha e flocos. Apesar das cores distintas, nutricionalmente não existem diferenças significativas.

Na sua composição nutricional podemos encontrar cerca de 18 gramas de proteínas por 100 gramas de sementes, destacando-se a albumina e a globulina. As fibras alimentares assumem um valor de 27g/ 100 g e as que se encontram em maior quantidade são as fibras insolúveis. Com elevado conteúdo em ácidos gordos ómega-3, encontra-se em maior quantidade o ácido gordo essencial α-linolênico, numa proporção entre os 40 a 60%. A presença do α-linolênico é importante em certos processos que ocorrem no organismo, nomeadamente no desenvolvimento cerebral e visual, em reações inflamatórias e carcinogénicas.

Para além destes nutrientes, as sementes de linhaça contém lignanos, fitoestrogénios, que são compostos vegetais semelhantes aos estrogénios. Estas substâncias podem ter um impacto positivo na redução da pressão arterial, na prevenção de doenças cardiovasculares e no cancro da mama.

Um dos desafios de quem é vegetariano são as fontes alimentares com bom conteúdo em ómega-3. As sementes de linhaça podem ser um dos alimentos a incluir.

Pode consumir as sementes de linhaça inteiras, como farinha e sob a forma de óleo. Saiba que, se as consumir inteiras, ao terem uma casca mais rígida são difíceis de digerir. Caso opte por consumir em farinha ou trituradas grosseiramente, estas devem ser conservadas no frigorífico num recipiente opaco.

Se comprar o óleo de linhaça deve ter em atenção algumas características importantes na preservação das suas propriedades nutricionais, especialmente se este é produzido por “pressão a frio” da semente de linhaça, a uma temperatura máxima de 35ºC. Deve estar engarrafado em recipientes à prova de luz, para evitar a oxidação fotoquímicae refrigerado para impedir a auto-oxidação.

Pode incluir a linhaça em receitas de pão, panquecas, em saladas, sumos naturais de fruta, batidos, iogurtes e no engrossamento de alguns molhos caseiros.

Quando adquirir as sementes de linhaça, não se esqueça: cores diferentes, mas os mesmos benefícios nutricionais.

Referências: Tripathi, V. et al. (2013) Linseed and linseeed oil: health benefits – A review.International jornal of pharmacy and biological sciences, (e-ISSN: 2230-7605).Bjelková, M. et al. (2012) Comparasion of linseed (linum usitatissimum L.) genotypes whith respect to the contente of polyunsaturated fatty acids. Chemical Papers 66 (10) 972–976 (2012) DOI: 10.2478/s11696-012-0209-4. Bernacchia, R. et al. (2014). Chemical composition and health benefits of flaxseed. Austin J Nutri Food Sci – Volume 2 Issue 8- 2014 ISSN : 2381-8980. National Nutrient Database for Standard Reference. Acedido em 1 de Março de 2020; Créditos da imagem: Catarina Santos

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sexta-feira, 13 de março de 2020

COVID-19: tome as medidas necessárias e fique em casa  

A maioria de nós está a lidar com uma pandemia pela primeira vez, a COVID-19. Mas os surtos severos causados por determinadas estirpes de vírus regressam com alguma periodicidade.

Os vírus não são considerados organismos vivos; isolados são inertes, só quando encontram um hospedeiro adequado, prosperam ao sequestrarem o material genético de uma célula viva, reproduzindo-se desenfreadamente para invadir todas as células viáveis. O biólogo Peter Medawar, laureado com o Prémio Nobel, definiu os vírus como “um bocado de ácido nucleico rodeado de más notícias”.

O nosso atual estilo de vida convida às epidemias, facilitando a sua propagação por vastas áreas do planeta. No entanto, uma população informada, preparada e responsável que adote comportamentos individuais adequados pode ajudar a travar a pandemia de COVID-19.

Adote as seguintes medidas para minimizar os riscos de infecção e ajude a travar propagação do COVID-19:

  1. Não entre em pânico e esteja atento.
  2. Lave bem as mãos e com frequência. Cumpra as regras de etiqueta respiratória (quando tossir ou espirrar cubra a cara com um lenço de papel ou o cotovelo).
  3. Tente tocar na cara o mínimo possível, incluindo a boca, o nariz e os olhos.
  4. Limite os contactos sociais: não dê abraços, beijos, apertos de mão, nem o popular cumprimento “dá mais cinco”. Se tiver de o fazer, use alternativas seguras.
  5. Não vá a concertos, peças de teatro, eventos desportivos ou qualquer outro evento com muitas pessoas.
  6. Evite visitar museus, exposições, ir ao cinema, discotecas e outros locais onde se junte muitas pessoas.
  7. Afaste-se de ajuntamentos e reuniões sociais, como encontros de associações, cerimónias religiosas e festas privadas.
  8. Reduza ao mínimo as viagens. Não faça viagens de longa distância, a não ser que seja absolutamente indispensável.
  9. Não utilize os transportes públicos, a não ser que seja absolutamente necessário.
  10. Se pode trabalhar a partir de casa, trabalhe em casa. Peça à sua empresa/patrão para que permita trabalhar a partir de casa, se necessário.
  11. Substitua as suas interações sociais, sempre que possível por telefonemas ou chamadas-vídeo.
  12. Não saia de casa, a não ser que seja absolutamente necessário.

Estas medidas foram adaptadas do movimento #StayTheFuckHome que pretende travar a pandemia de COVID-19 ao promover a quarentena voluntária. Visite o site, colabore na divulgação das medidas para a quarentena voluntária nas suas redes sociais. 

Créditos da imagem:Lisa Fotios from Pexels

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segunda-feira, 9 de março de 2020

Aspetos psicológicos na comunicação com o doente com cancro

A relação entre fatores emocionais e o cancro é muito antiga. Mas é a partir dos anos 60 que esta temática tende a desenvolver-se. Nesta década o nome de Kubler-Ross surge chamando a atenção dos profissionais de todo o mundo. Passa-se a dar mais atenção aos aspetos psicológicos das pessoas com doenças graves, aos seus sofrimentos e também à forma de os ajudar.

Atualmente o doente com cancro já não tem o estigma social semelhante a uma doença infeciosa como acontecia no século XIX, embora continue a ser associada a uma doença má, que cresce e destrói.

O diagnóstico de cancro não é de imediato associado a uma sentença de morte. Tudo depende do estádio da doença, do tipo de diagnóstico, dos órgãos afetados e também da pessoa: idade, estado nutricional, imunidade, experiências vividas, crenças, valores e modo de reagir.

A comunicação entre profissionais de saúde e doente deve acontecer num ambiente calmo e acolhedor, com frases breves, mensagens simples, vocabulário percetível e numa relação de empatia.

As verdades devem ser ditas, mas as verdades possíveis, de acordo com o que o doente tolerar e desejar saber.

Numa primeira conversa, frequentemente quando é comunicado o diagnóstico é comum que a ansiedade e a falta de concentração do doente o impeçam de perceber e assimilar a informação que lhe está a ser fornecida.

Poderá ser necessário repetir a mensagem diversas vezes. Isto é importante principalmente se a decisão terapêutica estiver dependente desta conversa.

Se a conversa for verdadeira, efetuada com sensibilidade e empatia, dando sempre a entender que algo vai ser feito e que nunca o doente irá ser abandonado, a mensagem será recebida com mais calma. O diagnóstico tende a surgir como um acontecimento de vida. Irá implicar com a gestão de um turbilhão de emoções, mas irá também mobilizar todos os recursos e capacidades da pessoa para lhe fazer frente.

Na realidade algumas pessoas, geralmente com personalidades mais corajosas e afirmativas encaram o cancro como um desafio ou como um inimigo que se propõem enfrentar usando as armas/tratamentos disponíveis. No entanto outros aceitam o diagnóstico e entregam-se ao papel de doentes numa atitude passiva e outros ainda procuram uma causa, uma infeção, um traumatismo ou ainda um profissional de saúde que porventura não tenha atuado com eficácia a dada altura da sua vida, atribuindo-lhe toda a culpa.

De qualquer modo e face à doença, os sentimentos depressivos e ansiosos podem ocorrer em qualquer estádio da doença.

Para que as respostas adaptativas à doença tenham sucesso é importante que os profissionais de saúde sejam fixos, uma vez que isto lhes permite conhecer melhor o doente, as suas reações e emoções. Haja toda uma relação de continuidade e confiança a ser respeitada para que se verifique maior sentido de segurança e bem-estar do doente face á sua situação e á sua confiança nos profissionais de saúde.

E finalmente que a comunicação se faça de forma assertiva, num ambiente calmo e confortável.

Referências: Pereira, M. & Lopes, C. (2002). O doente oncológico e sua família. Climepsi Editores; Paúl, C. & Fonseca, A. (2001). Psicossociologia da Saúde. Climepsi Editores.

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quarta-feira, 4 de março de 2020

Dez anos de publicações para que se concentre na prevenção

Hoje festejamos dez anos de publicações.

Publicámos pela primeira vez no dia 4 de março de 2010, dando inicio a este projeto educativo e, desde então, publicamos regularmente conteúdos informativos, úteis e tanto quanto possível práticos, para o motivar a adotar um estilo de vida saudável.

As escolhas que fazemos hoje, determinam a nossa saúde no futuro. É emergente informação rigorosa e credível, suportada pela ciência, fácil de entender eacessível em qualquer tecnologia, para orientar todos aqueles que pretendem tomar decisões relacionadas com a alimentação, com a atividade física, sobre a prevenção do cancro ou até mesmo sobre questões que se colocam durante um tratamento oncológico.

O Stop Cancer Portugal foi o primeiro projeto na Web, em português, a motivar os internautas a adotarem hábitos de vida saudável e a colocar toda a atenção na prevenção do cancro e na promoção da saúde. Se é um novo leitor, o site apresenta uma estrutura de seis temas-chave: alimentação, oncologia, livros, prevenção, atividade física. Também poderá iniciar uma pesquisa sobre um determinado tema utilizando a barra de pesquisa localizada no canto superior direito.

Este é um momento de clara satisfação e de realização. Completamos dez anos de publicações, uma década de trabalho na criação de conteúdos, desenvolvidos diariamente por uma equipa de colaboradores, para cumprir a missão do Stop Cancer Portugal: alertar as pessoas para o cancro, de modo a contribuir na redução do aparecimento de novos casos. A melhor solução para travar as doenças que mais afetam o panorama português é a prevenção. Concentre-se na prevenção! Ela é a chave para cada um de nós, na promoção da nossa saúde.

Neste dia, saudamos todos os leitores e seguidores que nos apoiam nas redes sociais do Stop Cancer Portugal. E renovamos o nosso propósito de continuar a contribuir para a prevenção do cancro e da promoção da saúde em Portugal.

 

Créditos da imagem: Edu Lauton on Unsplash

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segunda-feira, 2 de março de 2020

Dia Mundial do Combate à Obesidade 2020: as raízes são profundas

Este ano o dia mundial do combate à obesidade assinala-se a 4 de março, quarta-feira. A alteração da data surgiu da união de diversas organizações mundiais, entre as quais a Associação Europeia para o estudo da obesidade, com o objetivo de unir esforços face a um desafio que afeta 650 milhões de pessoas no mundo.

A obesidade é uma doença com causas multifatoriais, entre as quais se encontram causas genéticas, endócrinas mas principalmente causas associadas a hábitos alimentares e de estilos de vida que favorecem o desequilíbrio entre as calorias ingeridas e as gastas que resultam na acumulação de gordura.

Um cidadão europeu passa em média 5h do seu dia sentado. Entre 1960 e 2010, verificou-se uma redução de 13% a 15% por dia no gasto energético durante as horas de trabalho, tendo aumentado o consumo de bebidas açucaradas e alimentos com elevada densidade calórica. O que significa que, em média, ingerimos mais cerca de 500 quilocalorias por dia e gastamos menos, já que se estima que 42% da população europeia não pratique qualquer atividade física.

O diagnóstico da obesidade faz-se através da avaliação da composição corporal, recorrendo a avaliação por bioimpedância, calculo do índice de massa corporal ou avaliação do perímetro abdominal.

Dia Mundial do Combate à Obesidade 2020: obesidade na Europa

Estes são alguns dados sobre a obesidade na Europa:
– estima-se que 23% das mulheres e 20% dos homens sejam obesos e que em 2030, mais de 50% de população europeia seja obesa
– anualmente 337 000 mortes prematuras são atribuíveis à obesidade
– 80% dos casos de diabetes tipo 2 ocorrem em consequência da obesidade e do excesso de peso
– os custos anuais associados à obesidade, rondam os 70 biliões de euros, tendo em conta os custos associados aos cuidados de saúde e à redução na produtividade.

É ainda importante lembrar que os hábitos alimentares e de estilos de vida adotados durante a infância têm uma grande influência nos hábitos adotados em idade adulta. Mais de 60% das crianças que apresentam excesso de peso antes da puberdade, tornam-se adultos com excesso de peso.

Como podemos constatar, o excesso de peso e a obesidade vão muito para além da estética, contribuindo para o desenvolvimento de diversas doenças crónicas não transmissíveis, tais como cancro, diabetes, doenças cardiovasculares, infertilidade, asma, doença hepática, entre outras. A presença de obesidade dificulta ainda o tratamento de diversas patologias, aumentando o risco de complicações cirúrgicas, assim como o risco de complicações durante o tratamento de doença oncológica.

O tratamento da obesidade requer uma abordagem multidisciplinar. Conte com os profissionais de saúde que o acompanham para a definição da estratégia que melhor se adequa às sua necessidades e ao seu estilo de vida.

Referências: Vasanth Rao VRB, Candasamy M, Bhattamisra SK. Obesity an overview: Genetic conditions and recent developments in therapeutic interventions. Diabetes Metab Syndr. 2019 May – Jun;13(3):2112-2120. https://ift.tt/32OZdbm, acesso em [29/02/2020]; www.worldobesityday.org, acesso em [29/02/2020]. Crédito das imagens: worldobesityday.org

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