quinta-feira, 31 de maio de 2018

Caquexia no cancro: nutrição, fármacos e exercício físico

A caquexia é uma condição complexa associada à presença de doença e caracterizada por perda de massa muscular com ou sem perda de massa gorda. Esta definição é suportada por: perda de peso superior a 10%, ingestão calórica inferior a 1500 kcal/dia e o doseamento de proteína C reativa maior que 10 mg/L. Assim, um doente caquético apresenta perda de peso, índice de massa corporal reduzido e diminuição da massa e da força musculares, em combinação com uma doença que manifesta índices bioquímicos de atividade inflamatória elevada.

A caquexia afeta até 80% dos doentes com cancro avançado, principalmente do trato gastrintestinal e da cabeça e pescoço, influenciando negativamente a tolerância e a resposta aos tratamentos, piorando a qualidade de vida e reduzindo a sobrevivência. Para além disso, sabe-se que 25% das mortes por cancro ocorrem devido à caquexia e não à doença em si.

A perda de massa muscular em doentes oncológicos é preditor da diminuição da tolerância aos tratamentos, da diminuição da capacidade de desenvolver as atividades quotidianas e da redução da sobrevivência. A perda da qualidade de vida é outra das consequências associadas à perda de massa muscular, independentemente das taxas de sobrevivência.

Em doentes oncológicos, a diminuição da massa muscular é atribuída a alterações no metabolismo energético e das proteínas, bem como no prejuízo da síntese muscular, os quais assentam na diminuição da ingestão alimentar, em alterações hormonais e num quadro de inflamação sistémica.

Face a todas as implicações referidas, é de extrema importância que sejam desenvolvidas estratégicas terapêuticas que permitam prevenir ou atrasar a perda muscular induzida pelo cancro. Os resultados de estudos experimentais e clínicos mostram que as terapêuticas focadas em apenas uma área de intervenção dificilmente conseguirão ser bem-sucedidas no tratamento da caquexia. Deste modo, a intervenção deverá ser sempre multidirecionada, para além de individualizada. Além do tratamento farmacológico e da intervenção nutricional, a prática de atividade física programada deve estar incluída.

Caquexia e intervenção farmacológica

A intervenção farmacológica assenta, essencialmente, em compostos com ação no aumento do apetite, no controlo da inflamação e na interferência com vias anabólicas e catabólicas envolvidas na modelação do músculo esquelético. Contudo, não existe um único agente que seja completamente eficaz, levando à necessidade de integrar a terapêutica farmacológica numa abordagem multidisciplinar.

A flora intestinal é outro dos campos de estudo. Em estudos animais, estratégias que interferem com os microrganismos existentes no intestino têm mostrado melhorar o quadro de caquexia, pelo que teremos de aguardar por mais resultados e mais estudos.

Caquexia e intervenção nutricional

A intervenção nutricional deve ser uma parte essencial da abordagem de prevenção e tratamento da caquexia. A avaliação do risco nutricional deverá ser efetuada a todos os doentes oncológicos, aquando o diagnóstico da doença, e todos aqueles que estejam em risco deverão ser encaminhados para a consulta de nutrição. Este é o primeiro passo para uma abordagem que se quer preventiva, podendo incluir o aconselhamento nutricional ou a nutrição artificial, passando pela prescrição de suplementos orais.

Um dos aspetos da definição de caquexia diz respeito ao facto desta não ser completamente revertida através de um suporte nutricional. No entanto, recentemente, a evidência científica tem sugerido que os doentes oncológicos têm um potencial anabólico explorável, antes de atingirem a fase refratária da caquexia, constituindo um fundamento para intervenções precoces.

Para além de responder às exigências proteicas e energéticas, a intervenção nutricional deverá representar uma estratégia para contrariar a inflamação e interferir com os mecanismos envolvidos na caquexia, através de nutrientes específicos.

  1. Os ácidos gordos ómega 3 têm sido uns desses compostos. Apesar de existirem resultados acerca de um possível benefício, o facto é que são necessários mais trabalhos, nomeadamente que incidam em apenas um tipo de cancro, em fases iniciais da doença e com diferentes doses, dependendo da localização do tumor e do perfil inflamatório do doente.
  2. Aminoácidos de cadeia ramificada, bem como o beta-hidroxi-beta-metilbutirato (metabolito da leucina, um dos aminoácidos de cadeia ramificada), parecem atenuar a perda muscular. Todavia, também aqui são necessários mais trabalhos para confirmar os possíveis benefícios e indicar a dose ótima.
  3. L-Carnitina como  suplementação tem mostrado ser benéfica em estudos experimentais e em ensaios clínicos mas é necessária mais investigação para clarificar o seu potencial terapêutico na caquexia.

Caquexia e exercício

Considerando a heterogeneidade dos doentes e a possível presença de outras doenças associadas que limitem a capacidade individual, é importante que sejam investigados os efeitos de programas de exercício personalizados, de modo a assegurar a segurança e a eficácia das prescrições dos exercícios.

Por outro lado, o exercício tem mostrado impedir ou, pelo menos, retardar o crescimento do tumor.

Face ao referido, não existe, à luz dos conhecimentos atuais, nenhuma terapêutica efetiva contra a caquexia, devendo ser implementada uma abordagem multidisciplinar. Por esta razão, é mandatório implementar estratégias que previnam ou atrasem esta condição. Para tal, a avaliação do risco a todos os doentes oncológicos, na fase de diagnóstico, e a intervenção nutricional atempada são cruciais, para prevenir ou atrasar a caquexia. O exercício físico, estabelecido num plano de treino compatível com a capacidade dos doentes, é uma ferramenta importante para potenciar os efeitos anabólicos da intervenção nutricional, prevenindo as consequências negativas da inatividade física no músculo e na capacidade funcional.

Referências: Cederholm T et al. ESPEN guidelines on definitions and terminology of clinical nutrition. Clinical Nutrition. 2017; 36: 49-64; Evans WJ et al. Cachexia: a new definition. Clin Nutr 2008;27:793-9; Gullett NP et al. Nutritional interventions for cancer-induced cachexia. Curr Probl Cancer 2011;35:58-90; Muscaritoli M et al. Consensus definition of sarcopenia, cachexia and pre-cachexia: joint document elaborated by Special Interest Groups (SIG) “cachexia-anorexia in chronic wasting diseases” and “nutrition in geriatrics”. Clin Nutr 2010;29:154-9; Argilés JM et al.. Cancer cachexia: understanding the molecular basis. Nature Reviews Cancer. 2014; 14(11):754–762; Lavriv DS et al. Should omega-3 fatty acids be used for adjuvant treatment of cancer cachexia?. Clinical Nutrition ESPEN. 2018; 25: 18-25; Bindels LB et al. Synbiotic approach restores intestinal homeostasis and prolongs survival in leukaemic mice with cachexia. Thee ISME Journal. 2016; 10(6): 1456-70; Hojman P et al. Molecular mechanisms linking exercise to cancer prevention and treatment. Cell Metabolism. 2018; 27(1):10–21; Penna F et al. Modulating Metabolism to improve cancer-induced muscle wasting. Oxid Med Cell Longev. 2018 Jan 29;2018:7153610. Aversa Z et al. Cancer-induced muscle wasting: latest findings in prevention and treatment. Ther Adv Med Oncol. 2017; 9(5): 369–382. Fontes de imagens: https://ift.tt/2sjZzWu; https://ift.tt/2J5v0Kc

 

O conteúdo Caquexia no cancro: nutrição, fármacos e exercício físico aparece primeiro em Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal https://ift.tt/2sjYs8S
via IFTTT

terça-feira, 29 de maio de 2018

A Força das Palavras

O dom do poeta é clarificar sem simplificar. É quase exactamente o oposto do dom da ciência, que busca compreender mediante a simplificação.

Iona Heath

As nossas palavras podem ser, tranquilizantes, stressantes, clarificadoras, motivantes, analgésicas e decisivas. Porém, ao pronunciá-las, desconhecemos a sua repercussão, porque depende de quem as escuta, do momento, dos gestos que as acompanham e de muitos outros aspectos subtis, indivisíveis e inconscientes.

O psiquiatra Allen Frances descreveu uma experiência que retrata muito bem quando as palavras são usadas no momento preciso: “Na minha prática de psicoterapeuta tratei de um doente durante quatorze anos duas vezes por semana e não consegui influência alguma na sua vida. No entanto, na sala de urgência falei com algumas pessoas durante quinze minutos sem as conhecer. O que me surpreendeu, é que uma dessas pessoas anos mais tarde se aproximou de mim e disse-me: – as suas palavras mudaram a minha vida.”

Tal como a maioria dos meus colegas, podemos sentirmo-nos identificados com esta experiência. Concentramos os nossos esforços para provocar mudanças e não obtemos qualquer êxito, e um dia, de repente, as nossas palavras fazem um milagre. Milagres que se dão independentemente do nosso paradigma psicológico, que consideramos, até, como um factor comum.

Em alguns casos, os métodos científicos e clínicos são de “ vistas curtas”, são demasiados simplificadores ou analíticos. As emoções, as sensações, os pensamentos do outro devem ser captados na sua totalidade, sem análise. Devem ser sentidos. E se escutarmos sentiremos a sua poesia que, até, talvez, seja bem mais oportuna.

Sem darmos conta, poderemos, ou não, facilitar o que lhes permaneça oculto e assim abrir o que sempre esteve lá. Depende de nós o primeiro passo. Raramente saberemos se acertamos. Mas devemos tentar.

[fonteReferências: Bayés, R. (2016). Encontrar las palabras oportunas en el momento preciso. Ágora de Enfermería, 20 (4), 149-151. / Foto de Julie Waroquier “The weight of your words”

O conteúdo A Força das Palavras aparece primeiro em Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal https://ift.tt/2snd1I1
via IFTTT

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Nutrir a alma, alimentar sorrisos: um guia para todos os cuidadores

O livroNutrir a alma, alimentar sorrisos” pretende ser um guia para todos os cuidadores – formais e informais – desde a família cuidadora, passando pelos profissionais de saúde, até aos gerentes de instituições geriátricas, que cuidam de idosos e que enfrentam dificuldades que se revelam autênticos desafios ao nível da alimentação e nutrição da pessoa idosa.

Este guia surge do contacto diário com as imensas dificuldades relativas à nutrição e alimentação que familiares – cuidadores informais – sentem ao cuidar de um ente querido dependente, já idoso. Mas, também as lacunas encontradas em inúmeras instituições geriátricas impulsionaram a necessidade de escrever este livro.

Facilitar o dia-a-dia de quem cuida, ajudá-lo nessa tarefa e desmistificar algumas concepções, bem como contribuir para uma sociedade mais informada e assim, mais capaz de cuidar dos seus idosos são as propostas ao folhear este livro.

O livroNutrir a alma, alimentar sorrisos” encontra-se organizado em três partes. Na primeira parte pretende-se contextualizar o envelhecimento, apresentando sucintamente as características inerentes ao idoso e o impacto do processo de envelhecer na nutrição das pessoas desta faixa etária.

A segunda parte inicia-se com um breve esclarecimento sobre os nutrientes e as suas funções no organismo, seguindo-se os fatores que influenciam o estado nutricional dos idosos. Posteriormente desenvolve-se as temáticas da desnutrição, da desidratação e das úlceras de Pressão, com explanação do tratamento nutricional de cada uma destas situações clínicas.

Por fim, na terceira parte, apresenta-se uma explicação prática sobre alteração de consistência e textura alimentar, tão necessária nesta população, com a convicção de que os temas e a forma como são tratados, se revelam de extrema importância para dotar todos os cuidadores de conhecimentos e ferramentas estratégicas para o quotidiano do idoso dependente.

Numa abordagem simples, com linguagem acessível, descreve a problemática da desnutrição, da desidratação e das úlceras de pressão, tentando dar resposta aos problemas reais sentidos no ato de cuidar e alimentar alguém já idoso e dependente, na tentativa de, deste modo, contrariar o panorama nacional da desnutrição na terceira idade.

A autora deste livro, “Nutrir a alma, alimentar sorrisos“,  é a nutricionista Susana G. Arranhado. Licenciou-se em Ciências da Nutrição em 2009 pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz. Completou depois o Mestrado em Cuidados Paliativos pela Faculdade de Medicina do Porto e atualmente é doutoranda em Gerontologia e Geriatria, pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. É docente do ensino superior e desenvolve a sua atividade na área da nutrição clínica, especificamente em áreas como a geriatria, terapêutica nutricional artificial, desnutrição e feridas, cuidados continuados, cuidados paliativos e paralisia cerebral.

lançamento do livro nutrir a alma alimentar sorrisos

O conteúdo Nutrir a alma, alimentar sorrisos: um guia para todos os cuidadores aparece primeiro em Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal https://ift.tt/2sfWXrQ
via IFTTT

terça-feira, 22 de maio de 2018

Alimentação e atividade física na sobrevivência do cancro colorretal

Seguir recomendações adequadas de alimentação e atividade física durante e após o tratamento do cancro colorretal está associado a um menor risco de recorrência ou de morte.

Um estudo de coorte reuniu 992 doentes com cancro do cólon no estadio III. Foram seguidos ao longo de 7 anos e  avaliados pelo estilo de vida: alimentação e atividade física. Neste grupo de doentes, cerca de 430 eram mulheres e a média de idade rondou os 60 anos (intervalo de 21 a 85 anos). Concluiu-se haver benefícios significativos no aumento da sobrevivência.

Os doentes que aderiram às recomendações de alimentação e atividade física da American Cancer Society, reduziram o risco de morte em 42 por cento comparativamente com os doentes que não aderiram. Também se observou uma redução absoluta de 9% no risco de mortalidade a 5 anos. O estudo foi publicado na revista americana JAMA Oncology e a autoria pertence a investigadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco.

As recomendações atualizadas da American Cancer Society incluem a manutenção de um peso corporal saudável; ser fisicamente ativo, praticando atividade física regular; e seguir uma alimentação diária, rica em legumes, frutas e cereais integrais. Os princípios da alimentação saudável contribuem, ainda, para melhorar a sensibilidade à insulina, na diminuição da inflamação e no aumento dos níveis de vitamina D, biomarcadores associados à sobrevivência do cancro colorretal.

Referência:Van Blarigan, E. L., Fuchs, C. S., Niedzwiecki, D., Zhang, S., Saltz, L. B., Mayer, R. J., … & Atienza, D. (2018). Association of survival with adherence to the American Cancer Society Nutrition and Physical Activity Guidelines for Cancer Survivors after colon cancer diagnosis: the CALGB 89803/Alliance trial. JAMA oncology.

O conteúdo Alimentação e atividade física na sobrevivência do cancro colorretal aparece primeiro em Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal https://ift.tt/2IUM0pX
via IFTTT

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Programa de exercício no cancro da próstata: melhorias físicas e mentais

Um programa de exercício físico estruturado pode aliviar ou mesmo neutralizar muitos dos efeitos adversos relacionados com o tratamento do cancro da próstata.

O diagnóstico e o tratamento do cancro da próstata está associado a sequelas físicas e psicológicas, comprometendo a qualidade de vida dos indivíduos afetados. Independentemente do tratamento, muitos homens experimentam efeitos colaterais que podem ser muito debilitantes: disfunção sexual, incontinência urinária, aumento da adiposidade, feminização do corpo e sofrimento psicológico, interferindo com a masculinidade. A estes, adicionam-se a fadiga e a dor.

Com este quadro, torna-se altamente necessário reduzir o impacto negativo do tratamento hormonal a que a maioria dos homens estão sujeitos. A resposta mais significativa e estudada é o exercício físico, como um meio eficaz para aliviar esses efeitos negativos e melhorar a qualidade de vida.

Um estudo publicado na revista académica Oncology Nursing Forum revelou que os programas de exercício físico, supervisionados e em grupo melhoraram a saúde física e mental dos indivíduos afetados com cancro da próstata. Ao mesmo tempo proporcionam apoio emocional e social. O estudo fornece uma descrição detalhada da investigação que incluiu 12 homens com cancro da próstata e que participaram no programa de exercícios estruturados, em grupo e supervisionado por um fisiologista do exercício.
A participação no programa proporcionou benefícios consideráveis no grupo avaliado, sugerindo que este tipo de programas devem estar disponíveis para serem incorporados nos cuidados de suporte prestados aos doentes com cancro da próstata.

Um programa de exercício físico estruturado e conduzido por um fisiologista qualificado para homens com cancro da próstata conseguirá atingir os níveis de exercício recomendados semanalmente – pelo menos 150 minutos de exercícios aeróbicos e duas ou três sessões de exercícios de resistência.

Referências: Cormie, P., Turner, B., Kaczmarek, E., Drake, D., & Chambers, S. K. (2015, January). A qualitative exploration of the experience of men with prostate cancer involved in supervised exercise programs. In Oncol Nurs Forum (Vol. 42, No. 1, pp. 24-32).;Langelier, D. M., Cormie, P., Bridel, W., Grant, C., Albinati, N., Shank, J., … & Culos-Reed, S. N. (2018). Perceptions of masculinity and body image in men with prostate cancer: the role of exercise. Supportive Care in Cancer, 1-10.; Créditos da imagem AquaChara on Unsplash  

O conteúdo Programa de exercício no cancro da próstata: melhorias físicas e mentais aparece primeiro em Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal https://ift.tt/2rMmFVe
via IFTTT

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Garden of Hope: promover esperança aos sobreviventes de cancro

Garden of Hope [Jardim da Esperança] é um jardim comunitário criado para sobreviventes de cancro e seus cuidadores.

Quando a Universidade Estatal de Ohio, em colaboração com o Centro de Investigação Agrícola da mesma Universidade, desenvolveu o projeto Garden of Hope, teve como objetivo sensibilizar a comunidade a comerem mais fruta e produtos hortícolas para melhorarem a saúde. Paralelamente, o projeto Garden of Hope, investiga em que medida a jardinagem pode ajudar e apoiar as pessoas com um diagnóstico de cancro.

Em parceria com o James Cancer Hospital, na capital do estado norte-americano de Ohio,  os pacientes e sobreviventes de cancro recebem educação sobre alimentação saudável. Os estagiários de dietética da Universidade ajudam na produção, na colheita dos alimentos e esclarecem dúvidas sobre os métodos de preparação e confeção saudável, sobre segurança alimentar e dão orientações dietéticas.

Também desde 2013, a Universidade de Ohio investiga os efeitos da jardinagem sobre os vários grupos de sobreviventes de cancro. Os resultados da investigação sugerem que os participantes aumentaram a ingestão diária de fruta e legumes e referiram melhorias na saúde ao nível mental e físico.mais saúde por metro quadrado, hortas, plantar em casa

A jardinagem pode ser a melhor atividade física para os sobreviventes, uma vez que combina três vertentes: força, resistência e flexibilidade. A jardinagem promove exercícios que suportam o peso, o que contribui para ajudar a desenvolver ossos e músculos fortes, indispensáveis para evitar a osteoporose.

Tarefas simples como empurrar um carro de mão, recolher folhas da terra ou carregar sacos de terra, ajudam os sobreviventes a realizar exercícios de força e resistência. Movimentos como ajoelhar, curvar ou estender estão a treinar a flexibilidade e o equilíbrio.

O tempo passado no jardim oferece atividades relaxastes, tranquilas e produtivas, enquanto colhe fruta e legumes frescos.

Uma boa opção passa por construir uma pequena horta caseira. Comece por cuidar de um metro quadrado de terra ou com alguns vasos. Leia a explicação de como pode organizar uma mini-horta aqui.
Um pequeno espaço de terra proporciona o cultivo de alguns frutos como morangos, alguns hortícolas como brócolos, algumas plantas aromáticas como orégãos.

Contudo, os sobreviventes de cancro  devem ter alguns cuidados como:

  • Proteger-se do sol, aplicar protetor solar, vestir camisas de manga comprida e calças e usar chapéu de aba larga
  • No seu jardim exterior, manter-se hidratado, especialmente com temperaturas e humidade altas
  • Deve executar movimentos suaves e estáveis, evitando movimentos repentinos
  • Manusear ferramentas e pegar em sacos de terra, mantendo as posturas adequadas.
Fonte de informação: Texto adaptado de American Institute for Cancer Research disponível em : http://www.aicr.org/enews/2017/04-april/enews-spring-gardens-support-survivors.html, publicado em abril de 2017; Créditos da imagem:Photo by Benjamin Combs on Unsplash

O conteúdo Garden of Hope: promover esperança aos sobreviventes de cancro aparece primeiro em Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal https://ift.tt/2I06v4F
via IFTTT

sábado, 5 de maio de 2018

Hatha yoga: o yoga e a espiritualidade

Quando se pratica Hatha yoga, pensa-se muitas vezes que é apenas numa atividade física. De facto, as asanas ou posturas de yoga levam-nos por caminhos muito diversos. A forma como se entende o yoga e a sua prática depende muito da personalidade de cada um, dos objetivos e ideias pré-concebidas, daquilo que se espera encontrar.

O Hatha yoga não é apenas uma prática física. À medida que o praticante aprofunda a prática percebe a subtil ligação entre o corpo e a mente.

A atenção plena na asana (postura), a descoberta das possibilidades que o corpo experimenta na postura, conseguir ultrapassar os limites que a mente inconscientemente colocou na performance do corpo, são momentos únicos. É um encontro consigo mesmo.

S. K. Iyengar, um dos mais brilhantes professores de yoga do século XX, dizia: “O Yoga não muda apenas a maneira como vemos as coisas, transforma a pessoa que vê”.

Esta transformação é experienciada por todos os praticantes de yoga. Ao “conquistar” o corpo, “conquista-se” aquilo que se ambiciona ser. Da mesma forma que o corpo se fortalece, também a autoestima se fortalece. Ao aceitar o corpo tal como é, ao entender a forma como se transforma, inconscientemente instala-se um processo de autoaceitação e auto-valorização, aquilo que se é.

À medida que sente o corpo mais flexível, mais forte e mais dinâmico, percebe-se que também fica mais recetivo e adaptável ao mundo e às tarefas que se têm de realizar. Sente mais energia para as atividades diárias, aceitando-as com outra determinação e vontade.

O yoga não tem qualquer vínculo a religiões, cultos ou dogmas. O yoga pretende ser uma ciência abrangente de todas as formas de pensar e agir. A sua prática permite descobrir o melhor que há em cada um e aquilo que se deseja ser. Abre oportunidades de descoberta, de novas possibilidades para ser aquilo que deseja. Quando o equilíbrio se instala, abre-se um mundo de possibilidades e fica-se com a sensação que tudo é possível, basta ter disponibilidade mental.

Quando se pratica Hatha yoga, com atenção plena no corpo, na mente e no espirito, o ego deixa de ser importante. Apenas o verdadeiro eu (a nossa essência) importa. O ego e a necessidade de se afirmar, de ser protagonista dissipa-se. Desta forma encontra-se a paz e a tranquilidade, na forma de estar e de agir.

Indra Devi, considerada a mãe do yoga no ocidente dizia: “Yoga é um caminho para a liberdade. Através da sua prática constante, podemo-nos libertar do medo, da angústia e da solidão”.

Esta liberdade é sentida logo nas primeiras aulas, porque o corpo sente-se livre, sente-se ágil. E com essa forma de sentir, os medos também se vão dissipando. Os medos mais simples serão: o medo de cair, de tropeçar, o medo da dor. Quando se domina a dor, ultrapassa-se medos, angústias e sofrimento.

O yoga não se explica, tem de ser experimentado para ser entendido. Procure uma escola de yoga, com um professor certificado e fale com ele sobre as suas expectativas e objetivos.

Referências: Referencias: Manual Curso de Professores de Hatha Yoga Ed. Vidya-Academia de Yoga do Porto, 2010. “El libro del yoga”, Swami Visnhu Devananda, Alianza Editorial, S. A., 2001; “Yoga y Medicina”, Dr. Timothy McCall, Paidotribo; 1º edição (January 1, 2009).; Créditos da imagem: https://ift.tt/2wi1aAm

O conteúdo Hatha yoga: o yoga e a espiritualidade aparece primeiro em Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal https://ift.tt/2HQHjxA
via IFTTT