
A linhaça é a semente do linho e é rica em vários nutrientes, como as fibras (1 colher de sopa tem cerca de 8 g de fibras), os ácidos gordos ómega-3 e os lignanos. Estes últimos são um tipo de fitoestrogénios, ou seja, são compostos vegetais similares aos estrogénios. Por este motivo, o consumo de lignanos e, logo, de linhaça por mulheres com cancro da mama com recetores estrogénio positivos (ER+) e com cancro do endométrio, bem como em homens com cancro da próstata, tem levado a alguma controvérsia.
Linhaça e desenvolvimento do cancro
Devido à “parecença” referida, os lignanos presentes na linhaça podem alterar o metabolismo dos estrogénios. Após a menopausa, influenciam a produção dos mesmos, levando a que o organismo sintetize formas menos ativas de estrogénio, o que parece reduzir o risco de cancro da mama. Vários estudos em mulheres têm confirmado esta hipótese, mostrando que a inclusão de lignanos na alimentação está associada a uma diminuição do risco da doença.
Alguns estudos também têm mostrado que a ingestão de ómega-3, outro componente da linhaça, está associada a uma redução do risco de cancro da mama.
Para além do referido, os lignanos da dieta parecem estar relacionados com tumores menos agressivos, em mulheres diagnosticadas com cancro da mama. Assim, mulheres que já os incluíam antes do diagnóstico parecem apresentar tumores com características associadas a menor agressividade.
Quando a doença já está instalada, adicionar linhaça à dieta pode diminuir o crescimento das células cancerígenas, através do aumento da apoptose e da inibição da metastização. Para este efeito, podem contribuir os ómega-3 (ácido alfa-linolénico) e os lignanos.
Estudos em animais mostraram que o ácido gordo ómega-3 alfa-linolénico pode diminuir o crescimento, o tamanho e a proliferação das células cancerígenas, aumentando, por outro lado, a apoptose.
Vários estudos com mulheres com cancro da mama concluíram que a linhaça parece reduzir o crescimento tumoral, principalmente em mulheres pós-menopausa.
Também em células cancerígenas com recetores estrogénio negativos (ER-), os lignanos podem diminuir o crescimento e disseminação do cancro da mama. Este facto sugere que a linhaça pode ter benefícios anti-cancerígenos para além dos relacionados com o efeito nos estrogénios ou no metabolismo dos mesmos.
Linhaça e tratamento para o cancro da mama
No tratamento do cancro da mama, o tamoxifeno é prescrito com frequência a mulheres com ER+.
A maioria dos estudos concluíram que a linhaça mantém ou aumenta a eficácia do tamoxifeno na diminuição do crescimento do tumor, na proliferação das células cancerígenas e no aumento da apoptose. Apesar de ainda não haver evidência científica suficiente que confirme esta associação entre linhaça e tamoxifeno, a adição da linhaça à dieta parece ser promissora.
Linhaça: que quantidade e como consumir?
Embora pareça haver benefícios no consumo de linhaça (pela sua riqueza em lignanos), são necessários mais estudos, especialmente, ensaios clínicos. Até lá, recomenda-se que a ingestão deva ser feita apenas através da alimentação e não de suplementação, numa quantidade de até 2-3 colheres de sopa por dia.
Quanto à forma de consumo, no mercado a linhaça pode ser encontrada inteira, em flocos, em farinha, triturada e em óleo, todas elas com benefícios para a saúde. Contudo, triturar ou moer a linhaça pode aumentar a absorção dos lignanos de 28 a 43 %. Em relação ao ácido alfa-linolénico, a forma inteira da linhaça disponibiliza menor quantidade que o óleo ou qualquer forma em que a semente tenha sido reduzida.
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