sábado, 30 de dezembro de 2017

Os 10 mais lidos em 2017 no Stop Cancer Portugal

Antes do ano acabar, divulgamos a lista dos 10 artigos mais lidos em 2017, através do Google e publicados durante o ano.

Consulte conteúdos diversos relacionados com a prevenção do cancro, a promoção da saúde e bem-estar.

  1. É a arte que nos salva?!
    A arte em geral e a música em particular desempenham um importante papel de nos fazer sublimar o sofrimento existencial e de certo modo salvam-nos.
  2. Urtiga: ou sabe colher ou vai doer
    A urtiga é uma planta selvagem. Não pode ser cultivada. Aprenda a conhecer e a identificar a planta na natureza e, depois de algumas picadas e algum ardor, saiba o que pode fazer com ela.
  3. Açúcares escondidos à vista desarmada
    Veja o vídeo que esclarece sobre os açúcares escondidos que se encontram em quase todos os produtos embalados que compramos e comemos ao longo do dia.
  4. Há diferenças entre a prática de Yoga e Pilates?
    Este artigo explora a diferença da prática dos dois métodos, yoga e pilates.
  5. Recorrência do cancro da mama: dieta para prevenir
    A intervenção dietética assenta em duas grandes abordagens: dieta pobre em gordura e dieta pobre em gordura mas rica em fruta e vegetais.
  6. Acupunctura no tratamento de cancro 
    A acupunctura pode auxiliar no cancro como uma técnica complementar de tratamento. Ajuda na redução da dor e dos efeitos colaterais da quimioterapia.
  7. Probióticos e cancro: efeitos e segurança no tratamento
    Alguns probióticos têm um papel importante no equilíbrio das células do intestino e na resposta imunitária, apresentando atividade anticancerígena.
  8. Ritmo circadiano: respeite os horários do seu relógio biológico
    A desregulação do relógio biológico e o descontrolo do ritmo circadiano contribuem para o ganho de peso, obesidade e outros distúrbios. Acerte o relógio.
  9. Impacto da doença oncológica na família
    A doença oncológica conduz com frequência a uma crise no sistema familiar. Esta crise pode tornar-se uma ameaça ou um desafio. Existem quatro etapas que descrevem as várias fases de adaptação da família à doença.
  10. Diarreia em doentes oncológicos: recomendações alimentares 
    Em doentes oncológicos, a diarreia é frequente, afetando a qualidade de vida e até colocando a vida em risco. Como deverá ser a dieta destes doentes?

Se pretender ler mais sobre promoção da saúde nas suas diferentes áreas, pode aceder a todos artigos publicados pelos diferentes colaboradores.
Pesquise por temas, por palavras ou navegue por categorias e descubra o trabalho que tem sido realizado ao longo do ano 2017.

Partilhe os mais lidos em 2017, informação útil para adotar uma vida ativa e saudável.

The post Os 10 mais lidos em 2017 no Stop Cancer Portugal appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2Cqbc1z
via IFTTT

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Dieta e inflamação: influência na mortalidade por cancro

A inflamação é uma resposta do organismo a agressões nos tecidos ou provocada por agentes inflamatórios, podendo ser aguda ou crónica. A primeira representa um importante passo para a recuperação dos tecidos, enquanto a segunda tem sido associada ao risco e à progressão de alguns tipos de cancro.

Inflamação e dieta

A dieta pode ter um papel determinante na inflamação, pela sua importância como fator modelador. Alguns componentes alimentares parecem influenciar a inflamação e a mortalidade em casos de cancrinflamaçãoo colo-retal, do pâncreas, do esófago, do endométrio, hepatocelular e da próstata, modificando as respostas inflamatórias e os resultados na saúde.
Assim, foi desenvolvido o conceito de Índice Inflamatório da Dieta (DII) para avaliar o potencial de determinados hábitos alimentares em provocar inflamação, variando do máximo anti-inflamatório ao máximo pró-inflamatório.

Num estudo de coorte prospetivo com 12366 participantes, o consumo de uma dieta indutora de inflamação esteve associada ao aumento de risco de mortes por cancro e, especificamente, por cancros digestivos. Verificou-se que aqueles que consumiam uma dieta mais pró-inflamatória eram 46% mais propensos a morrer de cancro, aumentando para 110% no caso especifico dos cancros do trato digestivo.

Componentes da dieta no controlo da inflamação

Existem vários fatores dietéticos que têm diferentes efeitos na inflamação.
Por exemplo, o consumo de carne vermelha parece aumentá-la e os vegetais de folhas verdes parecem reduzi-la. No estudo anteriormente citado, o consumo de carne vermelha não esteve associado a um DII elevado mas sim ao nível mais baixo de potencial inflamatório da dieta. Segundo os autores, esta observação pode ser justificada pelo facto de, os consumidores de carne vermelha incluídos no estudo terem ingerido quantidades suficientes de outros alimentos que contribuíram significamentemente para o efeito anti-inflamatório da dieta.

Os estudos realizados sobre a relação entre alimentação e mortalidade têm mostrado uma associação inversa entre a ingestão de parâmetros alimentares anti-inflamatórios, como o selénio e o magnésio, e a mortalidade. De um modo muito genérico, a alimentação deve apresentar um valor calórico capaz de manter um peso adequado, devendo ser moderada em gordura, baixa em açúcares simples, gorduras trans e saturada e rica em frutas, hortaliças e alimentos integrais. Todavia, é importante ter em conta a influência específica de diferentes elementos dietéticos nos níveis de marcadores inflamatórios (ex: proteína C-reativa, interleucina-6 e fator de necrose tumoral -α).

Um dos possíveis mecanismos para justificar a relação entre uma dieta pró-inflamatória e a mortalidade pode envolver o efeito deste tipo de alimentação na resistência à ação da insulina, por aumento da inflamação sistémica. O consumo de carne vermelha e manteiga, por exemplo, tem mostrado aumentar a inflamação sistémica, por aumento de proteína C-reativa, selectina E e molécula de adesão celular vascular-1, as quais são responsáveis pelo aumento da resistência à insulina. Esta insulino-resistência está associada a cancros digestivos, podendo resultar na progressão da doença e, se não controlados, na morte.

Em conclusão

Os doentes oncológicos que fazem uma alimentação pró-inflamatória parecem ter um risco aumentado de morte, comparativamente aos doentes que optam por uma alimentação anti-inflamatória. Deste modo, parece ser útil introduzir o cálculo do DII como ferramenta de intervenção nutricional na prevenção e tratamento do cancro, com perspetivas de controlo da inflamação.

Referências: Cavicchia et al.. A New Dietary Inflammatory Index Predicts Interval Changes in Serum High-Sensitivity C-Reactive Protein. J. Nutr. 2009; doi: 10.3945/jn.109.114025. Shivappa N et al.. Designing and developing a literature-derived, population-based dietary inflammatory index. Public Health Nutr. 2014 Aug;17(8):1689-96. Shivappa N et al.. Inflammatory potential of diet and all‑cause, cardiovascular, and cancer mortality in National Health and Nutrition Examination Survey III Study. Eur J Nutr. 2017;56:683–692. Keibel A et al.. Inflammation, microenvironment, and the immune system in cancer progression. Curr Pharm Des. 2009; 15(17):1949–1955. Pan MH et al.. Modulation of inflammatory genes by natural dietary bioactive compounds. J Agric Food Chem. 2009; 57(11):4467–4477. Terzic J et al.. Inflammation and colon cancer. Gastroenterology. 2010; 138(6):2101–2114. de Mello VD et al.. A diet high in fatty fish, bilberries and wholegrain products improves markers of endothelial function and inflammation in individuals with impaired glucose metabolism in a randomised controlled trial: the Sysdimet study. Diabetologia. 2011; 54(11):2755–2767. Khoo J et al..  Comparing effects of a low-energy diet and a high-protein low-fat diet on sexual and endothelial function, urinary tract symptoms, and inflammation in obese diabetic men. J Sex Med. 2011; 8(10):2868–2875. Luciano M et al.. Depressive symptoms and diet: their effects on prospective inflammation levels in the elderly. Brain Behav Immun. 2012; 26(5):717–720. Nikiteas NI et al.. Serum IL-6, TNFalpha and CRP levels in Greek colorectal cancer patients: prognostic implications. World J Gastroenterol. 2005; 11(11):1639–1643. Bruce WR et al.. Mechanisms linking diet and colorectal cancer: the possible role of insulin resistance. Nutr Cancer. 2000; 37(1):19–26. Festa A et al.. Chronic subclinical inflammation as part of the insulin resistance syndrome: the Insulin Resistance Atherosclerosis Study (IRAS). Circulation. 2000; 102(1):42–47. Fontes de imagens: http://ift.tt/2DlwqwX; http://ift.tt/2CccoFY  

The post Dieta e inflamação: influência na mortalidade por cancro appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2BIJqfG
via IFTTT

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Erva-cidreira: um bom chá para hidratar depois das festas

Em época de cheiros e sabores intensos, com refeições ricas em especiarias, é inevitável hidratar o corpo e a alma. Um chá de erva-cidreira pode ser uma boa opção para o fim da festa.

A erva cidreira é uma planta bastante aromática com um ligeiro sabor a limão e pode ser a nova aquisição da sua mini-horta.

Melissa, Anafa, Coroa-de-rei, Citronela-menor são também nomes para a erva-cidreira e cientificamente identificada por Melissa officinalis L., da família Lamiaceae.

A cidreira é uma herbácea perene, quer dizer que é uma planta que consegue viver por mais de dois ciclos sazonais sem queda de folhas. Pode atingir um metro de altura. Tem folhas verde-escuras na parte superior e mais claras na parte inferior, pecioladas, ovais e com nervuras salientes. As suas flores são brancas ou róseas. Tem um caule macio e facilmente maleável para ser cortado à mão, sem grande dificuldade.

Na sua constituição bioquímica encontram-se alguns compostos fenólicos como o ácido cafeico, o ácido rosmanirico e o ácido litospermático A, os responsáveis pela atividade antibacteriana, antioxidante e anticancerígena que a erva-cidreira apresenta.

Anote como plantar erva-cidreira para a ter um vaso ou na horta caseira:

  1. Instale por sementeira direta: adquira as sementes em qualquer loja agrícola ou faça mesmo uma compra online
  2. Coloque as sementes a uma profundidade de 6 mm, a uma distância de 30 a 40 cm entre plantas e 70 a 80 cm entre linhas. Num metro quadrado de terra pode colocar 3 sementes e uma por vaso.
  3. A planta necessita de um solo bem drenado, fértil, rico em matéria orgânica. Embora seja uma planta pouco sensível a geadas, em dias mais frios deve recorrer às técnicas de proteção das plantas, que pode consultar aqui. Regue a planta diariamente, quando se justificar, isto porque a planta necessita de água moderadamente.
  1. A parte da planta que se utiliza são as folhas, estas devem ser colhidas entre os 90 a 120 dias após o plantio e antes da floração.

Neste tempo frio, a erva-cidreira faz um excelente chá, mas também pode servir para condimentar, pelo seu sabor agradável a limão. Assim pode polvilhar saladas, alguns peixes, certas carnes brancas, ou mesmo adicioná-la a sobremesas ou sumos. Vai experimentar?

Boas festas!

Referências: Clevely Andy, Katherine Richmond. Manual completo de Plantas e Ervas Medicinais. Lisboa: Editorial Estampa; Carocho, M. et al. Melissa officinalis L. decoctions as functional beverages: a bioactive approach and chemical characterization. Food Funct., 2015, 6, 2240. Ehsani, A. et al. Phytochemical, antioxidant and antibacterial properties of Melissa officinalis and Dracocephalum moldavica essential oils. Vet Res Forum. 2017 Summer; 8(3): 223–229.Published online 2017 Sep 15

The post Erva-cidreira: um bom chá para hidratar depois das festas appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2Bpa9h2
via IFTTT

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

O yoga é ser, sentir e estar

O yoga é mais do que um exercício. O yoga é ser, sentir e estar. No yoga ensina-se a ser humano como um todo, em vez de se exercitar apenas partes do corpo humano.

O corpo não é uma máquina, não é uma montagem de várias peças, que juntas formam um todo. Somos organismos que evoluíram em ecossistemas complexos, com camadas de interdependência construídas sobre outras camadas de interdependência. Não há unidades que atuem sozinhas ou que tenham algum sentido de autonomia; tudo está em conexão.

O corpo humano reage como um todo, os músculos apenas estão no final de uma longa cadeia de acontecimentos que definem a vida e a história pessoal de cada um. Por isso não podemos olhar o músculo dorido ou em tensão, como algo isolado. O músculo é o mensageiro, não o ponto de partida do desconforto.

Padrões de angústia, ansiedade ou medo, são sempre expressos através da contração ou tensão muscular. Quando há um quadro persistente destes sintomas, os músculos vão estar persistentemente em tensão e contração. Isto vai influenciar a maneira como caminhamos, nos curvamos, sentamos ou nos movemos em qualquer atividade, porque esses movimentos terão sido aprendidos e praticados no contexto da vida que vivemos, individualmente.

Esta contração ou tensão muscular, não pode ser modificada ou corrigida apenas ao nível da zona da dor ou do desconforto. Deve ser pensada de forma holística, ou seja, pode-se admitir que uma parte da história emocional dessa pessoa, exigiu uma contração ou rigidez muscular, por algum motivo, e de tal forma, que se tornou parte integrante da forma de agir e de estar do corpo, ou da região do corpo, até ao ponto de já não ser notada e até ser considerada uma característica pessoal. Esta característica passa a patologia, quando surge dor ou deformidade.

Uma das tarefas do professor de yoga é ajudar a restaurar o movimento da região do corpo afetada. Para isso, é preciso definir um conjunto de asanas ( as posturas) que integrem a parte do corpo com lesão, na uniformidade e harmonia do movimento de todo o corpo. É importante que os movimentos tenham sentido para o indivíduo, mostrando a universalidade do movimento do seu corpo.

Quando se trabalha com exercícios específicos apenas para uma zona do corpo, um músculo ou uma articulação, consegue-se uma melhoria ou a perceção de uma melhoria dessa zona, mas na verdade, pode levar a um desajuste noutra zona do corpo. Ao trabalhar apenas uma zona específica, ou ao incrementar o tónus muscular dessa zona, esquecendo-se a complementaridade da flexibilidade e agilidade dessa zona do corpo, com o todo do corpo humano, pode-se criar desajustes e desequilíbrios na forma como o indivíduo se move e age.

Um exemplo comum é a flexão do tronco sobre as pernas. Muitas vezes a zona inferior da coluna permanece rígida, parecendo incapaz de participar na flexão. A flexão é apenas feita com a zona dorsal e cervical. Em vez de se insistir na flexão e comprometer ainda mais a rigidez da zona lombar e a contração dos isquiotibiais, pode-se optar por colocar as pernas na parede, e desta forma a zona lombar adapta-se naturalmente ao chão, sendo orientada a completar o movimento de flexão.

Para além dos benefícios físicos, o yoga é uma aprendizagem a vários níveis, aprende a respirar, a manter a mente focada no momento presente. Também incrementa a autoestima, a autoaceitação e a reconhecer os sinais físicos e mentais de desconforto, levando a uma estado de harmonia físico, psicológico e emocional. Procure um professor certificado para que o possa ajudar a conhecer-se melhor, dia após dia.

Referências: Manual do Curso de Professor de Yoga, Alexandra Pereira http://ift.tt/2BGucv7; Créditos das imagens: http://ift.tt/2AWu7zK; Photo by Farsai C. on Unsplash

The post O yoga é ser, sentir e estar appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2yWYvbv
via IFTTT

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Poemas para as quatro estações: partilhar valores e saberes a rimar

Poemas para as quatro estações é o segundo livro de poemas para crianças de Manuela Leitão.

Recentemente publicado pela Máquina de Voar, o livro saiu justamente a tempo de ser um presente de Natal, para durar o ano inteiro.

Por vezes, nesta época festiva, os últimos presentes a ser comprados, são aqueles que sentimos ser os mais valorizados.

O livro “Poemas para as quatro estações” é destinado à faixa infantil. No entanto, os seus poemas podem tornar-se deliciosos também para os adultos, pela oportunidade de revisitarem algumas boas memórias da infância.

Partilhar um poema ou dois por estação, depois de um jantar em família, como se fosse uma “sobremesa literária” abre um espaço de partilha de valores e culturas entre pais e filhos, avós e netos, tios, primos.

A linguagem poética e metafórica, com uma sonoridade deliciosa, que Manuela Leitão usa neste seu livro, é capaz de promover saudavelmente as tradições portuguesas e de família. Rimam os alimentos, as emoções, os costumes, dando um contributo imprescindível e positivo para unir gerações.

Todas as crianças gostam de poesia, os adultos também, basta alguém que os desperte.
Poemas para as quatro estações” e a sua linguagem poética entram facilmente, com potencial para criar os importantes diálogos familiares.

Desta vez, não contei quantos poemas tinha o livro, como fiz quando em 2104 Manuela Leitão publicou «Poemas da Horta e outras Verduras».
Desta vez, abstraí-me por completo. Comecei por ler um, depois outro e mais outro, para me deliciar com os frutos e os momentos únicos que Manuela Leitão escolheu para nos contar e nos ensinar a valorizar o quanto a Natureza nos oferece. Com “Poemas para as quatro estações” podemos agora partilhar valores e emoções, em cada poema, uma das quatro estações.

Procure nas prateleiras da Fnac ou da Bertrand, abra o livro, aprecie a sua ilustração e pesquise a página com o poema com o título “Uma noite em dezembro”, dedicado ao Natal. Tem um serão garantido e divertido.

The post Poemas para as quatro estações: partilhar valores e saberes a rimar appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2zev7Rs
via IFTTT

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Cereais integrais na prevenção do cancro colorretal

Adotar uma alimentação equilibrada e rica em cereais integrais reduz o risco de desenvolver cancro colorretal.

Comer três porções (90g) de cereais integrais diariamente, como arroz integral, pão de trigo integral, cevada, aveia, reduz o risco em 17 por cento. Esta é a mais recente evidência e a nova conclusão do Projeto de Atualização Contínua – CUP 2017 para o cancro colorretal.

Os cereais integrais, com os seus grãos inteiros, são uma fonte rica de fibras dietéticas e de vários compostos bioativos, incluindo a vitamina E, o selénio, o cobre, zinco, ligninas, fitoestrógenios e compostos fenólicos. Muitos desses compostos são encontrados sobretudo no farelo e germe do grão e possuem propriedades anticancerígenas.

O novo relatório, integrado no CUP do World Cancer Research Fund International, avaliou toda a investigação científica sobre a relação da dieta, nutrição, atividade física e do peso corporal com o risco do cancro colorretal.

À nova recomendação do consumo diário de cereais integrais, suportada agora por evidências científicas fortes, juntam-se outras já confirmadas.

Assim as principais recomendações para diminuir o risco de cancro colorretal são:

  • ser fisicamente ativo
  • consumir cereais integrais
  • consumir alimentos ricos em fibras dietéticas
  • consumir produtos lácteos
  • tomar suplementos de cálcio (uma dose de 200 a 1.000 mg por dia)

Há um risco aumentado de cancro colorretal quando:

  • consome em excesso carne vermelha (mais de 500 g de carne cozinhada por semana, como carne de vaca ou porco)
  • consome carne processada, como bacon ou salame
  • ter excesso de peso ou ser obeso
  • bebe duas ou mais bebidas alcoólicas por dia (mais de dois copos de vinho ou de bebidas espirituosas)

Registe estas medidas preventivas, adote hábitos alimentares protetores.

Referências: World Cancer Research Fund International/American Institute for Cancer Research. Continuous Update Project Report: Diet, Nutrition, Physical Activity and Colorectal Cancer. 2017. Available at: http://ift.tt/2wRw5Ae.

 

The post Cereais integrais na prevenção do cancro colorretal appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2BX0Vsf
via IFTTT

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

O Sofrimento e o Tempo

É sempre difícil avaliar de uma forma precisa o sofrimento de outra pessoa. Por isso a única maneira de avaliar o sofrimento é perguntar ao doente. Mas perguntar o quê?

Para responder a esta pergunta decidi ir buscar ao baú um artigo publicado por um professor meu em 1995. O artigo, apesar de já ser velhinho responde perfeitamente à pergunta que coloquei no início.

Segundo o artigo, quando as coisas estão a correr bem, o tempo é percebido como mais rápido do que quando as coisas estão a correr mal. Para se chegar a esta conclusão pediram-se a 295 doentes com cancro avançado e VIH (Vírus da Imunodeficiência Adquirida): “Qual teria sido a percepção da duração da manhã, tarde ou noite?” Se o paciente respondesse “longo”, perguntava-se novamente “longo” ou “muito longo”?; se o paciente respondesse “curto” perguntava-se “curto” ou “muito curto”?
Também se avaliou o estado do doente no momento do inquérito. Daqui resultou a seguinte tabela:

O resultado demonstra que a sensação da percepção do tempo de uma forma lenta por parte de pessoas doentes pode significar grande dor, medo de morte, solidão ou angústia. Perguntar ao doente a percepção que tem do tempo é uma maneira fácil de iniciar uma conversa e isso não causará nenhum sofrimento ou preocupação.

Referências: Bayes, R., Limonero, J., Barreto, P., & Comas, M. D. (1995). Assessing Suffering. The Lancet, 346, 1492.Photo by Larm Rmah on Unsplash 

The post O Sofrimento e o Tempo appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2B02jhm
via IFTTT

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Cancro do pâncreas: o papel da nutrição

Novembro é o mês de sensibilização para o cancro do pâncreas, sobre o qual a nutrição tem um papel muito importante na prevenção, tratamento e controlo.cancro do pâncreas

No mundo, este tipo de cancro ocupa o 2º lugar entre os cancros do aparelho digestivo mais frequentes. O cancro do colon ocupa o 1º lugar.

Em Portugal, o cancro do pâncreas ocupa o 3º lugar, surgindo anualmente cerca de 500 novos casos. Como fatores de risco têm sido indicados a idade superior a 60 anos, o género masculino, os antecedentes familiares, a história de pancreatite crónica, a cirrose, a diabetes, a insulino-resistência, a obesidade, uma alimentação rica em gorduras prejudiciais e o consumo de tabaco.

Durante a fase de diagnóstico, mais de 80% dos doentes já apresenta uma significativa perda de peso. Sintomas como a dor abdominal, a perda de apetite, a saciedade precoce, os vómitos, a diarreia ou obstipação e no aumento da degradação das reservas de proteína do organismo e do gasto de energia são responsáveis pela perda ponderar acentuada.

Vários estudos mostram que a desnutrição leva à perda muscular, à degradação da gordura de reserva, a maiores tempos de internamento, ao aumento do risco de complicações, a uma menor resposta ao tratamento, à redução da qualidade de vida e a um aumento da morbilidade e da mortalidade. Por outro lado, a estabilização do peso e da composição corporal estão associadas a melhoria da sobrevivência e da qualidade de vida. Assim, se a ingestão alimentar não for suficiente, a terapêutica nutricional é absolutamente essencial em doentes com cancro do pâncreas.

Um dos possíveis tratamentos é a cirurgia. Nestes casos, a parte do pâncreas que não foi removida pode não ter capacidade para produzir os enzimas necessários para a digestão (lipase, protease e amilase), pelo que os doentes poderão não ser capazes de digerir os alimentos e absorver os seus nutrientes. Quando isso acontece, a sua permanência no intestino contribui para o aparecimento de diarreia, agravando a desnutrição. Além disso, os doentes poderão apresentar flatulência, distensão abdominal, cólicas e outros sintomas. Consequentemente, o objetivo primário para estes doentes é eliminar ou reduzir a diarreia, restaurar o estado nutricional, prevenir a perda de peso e controlar a sintomatologia.

Recomendações para doentes com cancro do pâncreas

Para controlo de sintomas, os doentes submetidos a cirurgia deverão:

– Tomar a dose prescrita de enzimas pancreáticos com todas as refeições, incluindo lanches

– Evitar gorduras, alimentos ricos em gordura e fritos

– Fazer 6 a 8 refeições diárias, espaçadas em 2 a 3 horas, preferindo as refeições pouco volumosas, dado que são mais fáceis de digerir

– Beber, pelo menos, 6 a 12 copos de líquidos não alcoólicos por dia

– Às refeições, beber pequenos goles, de modo a evitar as náuseas e a sensação de enfartamento. Optar pela ingestão de líquidos 1 horas antes ou depois das refeições

– As bebidas deverão ser ricas nutricionalmente, evitando as bebidas alcoólicas

– Se o doente está nauseado, deve ser dada preferência a alimentos secos

– Evitar os hidratos de carbono simples/refinados, se existir Síndrome de Dumping

– Discutir com o médico ou com o nutricionista o uso de suplementos vitamínicos. O cálcio e as vitaminas A, D, E e K poderão ser necessários, se existir malabsorção provocada pela diarreia

Compostos com possível efeito benéfico em doentes com cancro do pâncreas

Os ácidos gordos ómega 3 também parecem ter um papel benéfico, nomeadamente o ácido gordo eicosapentanóico (EPA). Os estudos que incidem especificamente no cancro do pâncreas são poucos, por se tratar de uma doença silenciosa, numa fase inicial, com uma progressão rápida e que está associada a uma taxa de sobrevivência reduzida. No entanto, os trabalhos realizados têm mostrado uma possível ação benéfica do EPA no peso, na massa magra, no apetite, na energia gasta em repouso e na qualidade de vida.

Apesar de apenas existir um estudo sobre a ação da L-carnitina em doentes com cancro da mama, a suplementação com este composto parece melhorar o estado nutricional e a qualidade de vida, comparativamente a um grupo de controlo sujeito a um placebo.

A ingestão alimentar, a curva de peso, a composição corporal, a frequência e consistência das fezes, as necessidades nutricionais, os tratamento oncológicos e outros parâmetros são todos eles considerados pelo nutricionista para uma correta intervenção nutricional. O plano alimentar deve ser baseado nessas características particulares de cada doente, com vista a uma melhor qualidade de vida, controlo dos sintomas e a uma maior sobrevivência.

Referências: https://www.pancan.org (acedido a 24/11/2017); http://oncomais.pt (acedido a 24/11/2017); Oncology, E. S. f. M. Pancreatic Cancer: a guide for Patients – Information based on ESMO Clinical Practice Guidelines. Annals of Oncology, 2013, 28; Gärtner S et al. Nutrition in Pncreatic Cancer: A Review. Gastrointest Tumors. 2016; 2(4): 195-202; Ferrucci LM et al. Nutritional status of patients with locally advanced pancreatic cancer: a pilot study. Support Care Cancer. 2011;19:1729–1734; Andersson R et al. Nutritional aspects in the management of pancreatic cancer. Ann Gastroenterol. 2000;13:221–224; Davidson W et al. Weight stabilisation is associated with improved survival duration and quality of life in unresectable pancreatic cancer. Clin Nutr. 2004;23:239–247; Kraft M et al. L-Carnitine-supplementation in advanced pancreatic cancer (CARPAN) – a randomized multicentre trial. Nutr J. 2012;11:52. Fontes de imagens: http://ift.tt/2AFqX71; http://ift.tt/2AcUsvK

The post Cancro do pâncreas: o papel da nutrição appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2naCzc9
via IFTTT

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Calêndula: mais cor no jardim nos dias de inverno, novos sabores no prato

Com os dias mais curtos, a escuridão visita-nos mais cedo. Podemos dar alguma cor ao jardim e plantar calêndula.

Calendula officinalis é vulgarmente conhecida por calêndula ou maravilhas e pertence à família Asteraceae.

Esta planta pode atingir uma altura entre os 40 e os 60 cm e caracteriza-se pelas suas flores que apresentam uma coloração amarelo-alaranjado.

A calêndula é uma planta bastante resistente, aguenta bem o frio do inverno, não perdendo a sua floração. As flores e as folhas têm um sabor amargo característico, com odor fraco e aromatizado.

É uma excelente planta para ter no jardim, além de colorida é bastante rica, com diversos componentes bioativos, como os compostos fenólicos e os flavonóides que apresentam propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antimicrobianas e anticancerígenas. Os flavonóides mais abundantes nas flores da planta são a rutina e a quercetina.

Cultivar calêndula

Aponte quatro passos para cultivar calêndula e torne o seu jardim mais colorido:

  1. Instale por sementeira direta: adquira as sementes em qualquer loja de produtos agrícolas, ou faça mesmo uma compra online
  2. Coloque as sementes a uma profundidade de 5 cm, a uma distância de 30 a 50 cm entre plantas. Num metro quadrado que aconselhamos, pode colocar 4 sementes ou uma por vaso.
  3. A planta necessita de um solo bem drenado, fértil, rico em matéria orgânica, contudo é uma planta que se adapta a qualquer tipo de solo, desde que esteja minimamente preparado. Em dias mais frios deve recorrer às técnicas de proteção das plantas, faladas aqui. Relativamente à rega, esta deve ser feita diariamente, se justificar, isto porque a planta necessita de água moderadamente.
  4. Todas as partes da planta são utilizáveis: folhas, flores e caule.

A calêndula é uma planta comestível, as suas folhas e pétalas são edíveis, sendo as pétalas adicionadas a pratos como guarnição em substituição de alguns condimentos, como por exemplo, o açafrão. As folhas são geralmente amargas e também podem ser utilizadas como condimentos, principalmente em saladas.

Os caules, embora em menor escala também são utilizados como condimento e temperos de alimentos na indústria alimentar. Embora todas as partes da planta sejam utilizadas, a flor é a parte mais utilizada.

Com o inverno a chegar, a cor da calêndula vai fazê-lo lembrar o Sol a espreitar em dias mais escuros.

 

Referências: Clevely Andy, Katherine Richmond. Manual completo de Plantas e Ervas Medicinais. Lisboa: Editorial Estampa; Moreira, S. Estudo da aplicabilidade de pétalas de Calendula officinalis L. em produtos alimentares enriquecidos. Porto, 2015. http://ift.tt/2zVLN0x (acedido a 14/11/2017).

The post Calêndula: mais cor no jardim nos dias de inverno, novos sabores no prato appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2hHWCZK
via IFTTT

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Seja curioso – tratamento da dor

A dor é um fenómeno complexo e com variantes multidimensionais, nomeadamente fisiológicas, bioquímicas, psicossociais e comportamentais. São muitas as causas que influenciam a existência da dor e a sua intensidade ao longo do tempo.

Podendo surgir como resultado de uma agressão ou lesão, é também um sintoma que acompanha de forma transversal a generalidade das situações patológicas que requerem cuidados.

Todos os tipos de dor provocam sofrimento, muitas das vezes intolerável, refletindo-se de forma negativa na qualidade de vida das pessoas, tornando-se assim uma das grandes causas de internamento.

A dor aguda é definida como uma dor de inicio recente e de duração provavelmente limitada, podendo ser superficial, somática ou visceral.

A dor crónica prolonga-se no tempo e normalmente com difícil identificação temporal e causal. O sofrimento provocado pode manifestar-se com várias características e gerar diversos estádios patológicos.

Existem várias escalas a nível internacional para medir a intensidade da dor. As mais conhecidas são a “escala numérica” e a “escala de faces”. Após explicação acerca da interpretação das escalas, a intensidade da dor deverá ser sempre referida pelo doente, e este tem que estar consciente para poder colaborar com o técnico de saúde que se encontra a fazer a avaliação. A escala de avaliação da dor deverá ser sempre a mesma para as sucessivas avaliações.

Relativamente aos tratamentos, estes são variados. Devem ser administrados ou efetuados com muito zelo. Deverão ser escolhidos de acordo com as necessidades de cada pessoa devendo-se optar pelo mais eficaz e com menos efeitos colaterais. Muitas vezes um analgésico ou anti-inflamatório são suficientes, porém noutras situações é necessário combinar vários tratamentos.

Tratamento da dor: com medicamentos e não medicamentoso

O tratamento da dor pode ser efetuado com medicamentos, nomeadamente:

– Analgésicos (mais utilizados na dor nociceptiva)

– Anti-inflamatórios (em causas inflamatórias)

– Antidepressivos (em causas emocionais)

– Ansiolíticos (para promover o relaxamento muscular)

– Anticonvulsivantes (para contraturas musculares)

– Bloqueio de nervos periféricos (quando os anteriores não são eficazes).

O tratamento não medicamentoso pode ser efetuado recorrendo a:

– Fisioterapia (alongamentos, rolfing e aparelhos elétricos)

– Apoio psicológico (situações de stress, ansiedade e depressão)

– Terapia cognitivo-comportamental (crenças, regras, emoções, aprender comportamentos adaptativos)

– Terapias complementares (acupuntura, meditação, ioga, espiritualidade, massagem, relaxamento)

– Outras estratégias (repouso, calor/frio).

Após a avaliação da dor nas suas várias vertentes, cabe aos profissionais de saúde em acordo com a pessoa com dor fazer a opção mais adequada para a situação decorrente.

Referências: K. Andreas & P. Nilesh. (2010). Guia para o tratamento da dor. ISAP.; N. Onofre. (2009).Dor: princípios e prática. Artmed Editora.;Photo by Cristian Newman on Unsplash  

The post Seja curioso – tratamento da dor appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2APJKcy
via IFTTT

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Água: não desperdiçar recursos também é um estilo de vida

A água é um bem essencial e indispensável para a vida. Mas a verdade é que muitas vezes a tomamos por garantida e esquecemo-nos que todos os recursos naturais podem escassear.

No panorama atual em que vivemos, que está a ser marcado pela seca, lembrarmo-nos de que devemos utilizar a água de forma responsável é fundamental e urgente.

No âmbito da alimentação, sempre que desperdiçamos comida, estamos também a desperdiçar água. Sim, porque foi necessária água para produzir um alimento que no final não vai ser consumido.

Assim, é importante questionarmo-nos: será que sabemos quanta água é necessária para a produção dos alimentos? Sabe qual a quantidade necessária para produzir um tomate?  Ou uma laranja? E um ovo?

O vídeo disponibilizado pela agência Food and Agriculture Organization das Nações Unidas, ajuda a esclarecer algumas dessas questões.

Incluir medidas para não desperdiçar recursos ao nosso estilo de vida pode ser um contributo valioso.

Créditos da imagem:http://ift.tt/2hvUTKS

The post Água: não desperdiçar recursos também é um estilo de vida appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2AF8OCT
via IFTTT

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Cancros da mama e próstata: plantas/suplementos aliviam afrontamentos?

Os afrontamentos e os suores noturnos são muito comuns em doentes e sobreviventes de cancro da mama e da próstata. No primeiro tipo de cancro, os afrontamentos podem ser causados pela menopausa química. No segundo, no cancro da próstata podem ser devidos a orquiectomia ou ao tratamento hormonal.

Concomitantemente, alguns fármacos também estão associados ao aparecimento de afrontamentos e de suores noturnos, como o tamoxifeno, os inibidores da aromatase, os opióides, os antidepressivos tricíclicos e os esteróides.

Compostos mais estudados no alívio dos afrontamentosAfrontamentos

Para tentar reduzir os afrontamentos, os doentes recorrem, muitas vezes, às plantas, através de tisanas, e a suplementos alimentares. No entanto, a atividade da maioria destas substâncias ainda não foi estudada no organismo, bem como, para a grande parte, não foram realizados ensaios clínicos rigorosos que permitam tirar conclusões com fundamentação científica. Os compostos mais estudados são: a soja, a Erva de São Cristóvão também conhecida por Acteia (Cimicifuga racemosa), a vitamina E e a linhaça.

No que diz respeito aos suplementos de soja têm sido objeto de interesse na redução dos sintomas de menopausa e de cancro da mama. Este interesse surgiu da associação entre uma dieta rica em soja e a redução de sintomas da menopausa ou de cancro da mama na Ásia.

A soja contém isoflavonas, flavonóides com uma estrutura semelhante aos estrogénios, podendo ter efeitos idênticos aos de estas hormonas. São, por isso, fitoestrogénios. Não existe consenso acerca da segurança das isoflavonas no cancro da mama. Em algumas células, parecem contribuir para o desenvolvimento e proliferação da doença, aumentando o risco de recorrência da doença. Noutras, parecem bloquear os efeitos estrogénicos, contribuindo para a morte dessas células cancerígenas.

Por outro lado, não há evidência do benefício e utilidade da soja na redução dos afrontamentos. A maioria dos estudos mostra que o efeito da soja não é melhor do que o efeito das substâncias de controlo, usadas como placebo, portanto sem efeito terapêutico.

Da mesma forma, os estudos randomizados controlados efetuados com a Erva de São Cristóvão/Acteia mostraram não haver efeito na redução dos afrontamentos e superior ao do placebo.

Quanto à vitamina E, existe evidência de apresentar uma ligeira melhoria no alívio dos afrontamentos, comparativamente à substância de controlo.

A linhaça é fonte de linhanos, um fitoestrogénio, tal como as isoflavonas. Na sequência de dados preliminares acerca de um possível efeito benéfico da linhaça nos afrontamentos, foi efetuado um estudo piloto com 30 mulheres para avaliar o efeito de 40 gramas desta semente na diminuição dos afrontamentos. Este trabalho mostrou uma redução em 57% na intensidade deste sintoma e de 50% na frequência dos mesmos. Todavia, um ensaio randomizado que envolveu 188 mulheres não mostrou qualquer benefício da linhaça (dose correspondente a 410 mg de linhanos), comparativamente ao placebo.

Afrontamentos e a sua relação com outros compostos

Outras plantas e produtos naturais são comercializados com a indicação de serem úteis no alívio dos afrontamentos. Alguns destes produtos são fitoestrogénios e alguns têm propriedades desconhecidas. Como exemplos, têm-se a dong quai (angélica-chinesa), o cardo mariano, o trevo vermelho, o alcaçuz ou regaliz e o Vitex agnus-castus. O conhecimento acerca destas plantas é ainda insuficiente, pelo que se desconhece se a sua toma pode ou não influenciar o risco de recorrência de cancro da mama, tanto de uma forma positiva como negativa.

Alguns dados científicos sugerem que estas plantas têm efeitos diferentes, dependentes da dose usada e do estado hormonal das mulheres, aquando a toma. Muito pouco se sabe acerca destas plantas/produtos, pelo que deve ser tida atenção ao seu consumo.

Referências: Barton DL et al. Prospective evaluation of vitamin E for hot flashes in breast cancer survivors. J Clin Oncol. 1998; 16 (2): 495-500. Carpenter JS et al. Hot flashes in postmenopausal women treated for breast carcinoma: prevalence, severity, correlates, management, and relation to quality of life. Cancer. 1998; 82 (9): 1682-91. Lau CB et al. Use of dong quai (Angelica sinensis) to treat peri- or postmenopausal symptoms in women with breast cancer: is it appropriate? Menopause. 2005; 12 (6): 734-40. Lethaby AE et al. Phytoestrogens for vasomotor menopausal symptoms. Cochrane Database Syst Rev (4): CD001395, 2007. Liu J et al. Evaluation of estrogenic activity of plant extracts for the potential treatment of menopausal symptoms. J Agric Food Chem. 2001; 49 (5): 2472-9. Newton KM et al. Treatment of vasomotor symptoms of menopause with black cohosh, multibotanicals, soy, hormone therapy, or placebo: a randomized trial. Ann Intern Med. 2006; 145 (12): 869-79. Pockaj BA et al. Phase III double-blind, randomized, placebo-controlled crossover trial of black cohosh in the management of hot flashes: NCCTG Trial N01CC1. J Clin Oncol. 2006; 24 (18): 2836-41. Pruthi S et al. Pilot evaluation of flaxseed for the management of hot flashes. J Soc Integr Oncol. 2007; 5 (3): 106-12. Pruthi S et al. A phase III, randomized, placebo-controlled, double-blind trial of flaxseed for the treatment of hot flashes: North Central Cancer Treatment Group N08C7. Menopause. 2012; 19 (1): 48-53. Tamir S et al. Estrogenic and antiproliferative properties of glabridin from licorice in human breast cancer cells. Cancer Res. 2000; 60 (20): 5704-9. Fonte de imagens: http://ift.tt/2yZZATS; http://ift.tt/2gYk8VK

The post Cancros da mama e próstata: plantas/suplementos aliviam afrontamentos? appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2xCxpX3
via IFTTT

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Como é que o yoga pode ajudar a aliviar a dor ciática

Quando a razão da dor ciática é uma hérnia de disco vertebral ou o abaulamento discal, a prática de poses simples e específicas de yoga para determinadas regiões do corpo, poderá permitir o alinhamento, alongamento e fortalecimento da zona inferior das costas.

O estiramento dos isquiotibiais tem um papel relevante no alívio da dor ciática. Ao contrário, o encurtamento dos isquiotibiais provoca um aumento da pressão sobre a zona lombar da coluna e, muitas vezes agrava algumas das condições que levam à dor lombar e/ou dor ciática.

A pressão sobre o nervo ciático também pode ser causada pelo encurtamento do músculo piramidal. Isso é quase sempre devido a meses ou anos de desequilíbrios musculares nos músculos rotadores da anca.

Se houver encurtamento do músculo piriforme, um músculo usado em quase todos os movimentos da anca e pernas, também se pode assistir ao aparecimento da dor do nervo ciático.

O yoga é uma ferramenta fundamental para a execução de exercícios de alongamento e de rotação da anca de forma a alongar os músculos da zona lombar e da zona pélvica. O yoga é considerado um caminho terapêutico, e deve ser realizado proporcionando uma execução fácil e sem exageros por parte do aluno. Não exagere.

O yoga garante o fortalecimento e o alongamento, componentes de um bom programa de tratamento de dor ciática. O objetivo da aula de yoga é restaurar o movimento da coluna vertebral, melhorando a sua função, enquanto diminui a dor e a inflamação.

Dependendo da causa da dor ciática, a aula de yoga pode criar condições para que a coluna vertebral adote uma postura correta, melhorando progressivamente a curvatura natural da coluna vertebral. Este reajustamento da coluna vertebral, contribui para que todo o corpo funcione de forma mais harmoniosa, criando equilíbrio de todas as funções motoras do corpo.

Referencias: Manual Curso de Professores de Hatha Yoga Ed. Vidya-Academia de Yoga do Porto, 2010. “El libro del yoga”, Swami Visnhu Devananda, Alianza Editorial, S. A., 2001; “Yoga y Medicina”, Dr. Timothy McCall, Paidotribo; 1º edição (January 1, 2009); “Yoga e Medicina” Créditos da imagem: http://ift.tt/2yPwC8y!; Imagem de Natalie Collins

 

The post Como é que o yoga pode ajudar a aliviar a dor ciática appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2yKP0xG
via IFTTT

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Alcaçuz, uma raiz-doce

O alcaçuz é uma planta naturalmente doce, ideal para este tempo meio verão meio outono, em que ora estamos cheios de vitalidade ora estamos com o pingo no nariz e a dor de garganta.

Planta da família Fabaceae, o seu nome botânico é Glycyrrhiza glabra. O alcaçuz pode crescer até um metro de altura, com folhas em forma de pena, flores de uma cor púrpura ou de um azul pálido. As raízes são estoloníferas, quer dizer que apresentam caules aéreos finos que crescem horizontalmente originando novas plantas.

Com raízes ricas em glicirrizina, este composto confere o sabor adocicado ao alcaçuz e que é o responsável pela atividade hepatoprotetora, pela ação nos problemas gástricos e renais. O alcaçuz é rico em flavonóides que emitem uma atividade antiexpetorante, no alívio da tosse, além de outras atividades, como a anticancerígena e a anti-inflamatória.

Veja como é simples cultivar alcaçuz na sua mini horta de um metro quadrado ou se preferir em vasos:

  1. Instale por sementeira direta: adquira as sementes em qualquer loja de produtos agrícolas, ou faça mesmo uma compra online
  2. Coloque as sementes a uma profundidade de 3 cm, a uma distância de 30 a 40 cm entre plantas. No metro quadrado pode colocar 4 sementes, ou uma semente por vaso.
  3. A planta necessita de um solo bem drenado, fértil, rico em matéria orgânica, contudo é uma planta que se adapta a qualquer tipo de solo, desde que esteja minimamente preparado. Em dias mais frios deve recorrer às técnicas de proteção das plantas. Consulte o que pode fazer aqui. Relativamente à rega, esta deve ser feita diariamente, se justificar, isto porque a planta necessita de água moderadamente.
  4. A parte da planta que se utiliza é a raiz, normalmente deve ser colhida 2 a 3 anos após plantio.

A raiz doce do alcaçuz pode ser utilizada de diversas formas: numa infusão, mastigando a sua raiz, como adoçante na confeção de alguns doces.

Neste outono, comece por plantar o alcaçuz para aproveitar os seus benefícios doces.

Referências: Clevely Andy, Katherine Richmond. Manual completo de Plantas e Ervas Medicinais. Lisboa: Editorial Estampa; Devesh Tewari et al. Ethnopharmacological Approaches for Therapy of Jaundice: Part II. Highly Used Plant Species from Acanthaceae, Euphorbiaceae, Asteraceae, Combretaceae, and Fabaceae Families. Front Pharmacol. 2017. published online 2017 Aug 10. doi:  10.3389/fphar.2017.00519

The post Alcaçuz, uma raiz-doce appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2zCNQ7f
via IFTTT

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Dia Mundial da Alimentação 2017: investir no futuro

Mudar o futuro da migração. Investir na segurança alimentar e no desenvolvimento rural” é o tema proposto para o dia mundial da alimentação de 2017. O assunto serve de inspiração para que possamos seguir o rumo de um futuro sustentável.

Dia Mundial da Alimentação 2017, rumo a um futuro sustentável

O objetivo mundial de alcançar a Fome Zero em 2030 não pode ser atingido sem a interligação do campo da segurança alimentar, do desenvolvimento rural e da migração.

Durante a Cimeira das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável 2015 em Nova Iorque, 193 países comprometeram-se a acabar com a pobreza e a fome, proteger o planeta e assegurar a prosperidade para todos. Um ano depois, as Nações Unidas realizaram uma Cimeira sobre Refugiados e Migrantes. Todos os participantes decidiram trabalhar num Pacto Mundial para uma migração segura, ordenada e regular, a ser adotado em 2018. O Pacto Mundial sobre a Migração tem o objetivo de abordar todas as dimensões da migração internacional, inclusive as humanitárias, de desenvolvimento e as relacionadas com os direitos humanos.

“O mundo está em constante movimento. Atualmente devido ao aumento de conflitos e instabilidade política, mais do que em qualquer momento, mais pessoas foram forçadas a fugir das suas casas desde a Segunda Guerra Mundial. No entanto, a fome, a pobreza e um aumento de eventos climáticos extremos, devido às mudanças climáticas, são outros fatores importantes que contribuem para o desafio de migração. Os grandes movimentos de população apresentam desafios complexos que requerem uma ação global. Muitos migrantes chegam a países em vias de desenvolvimento, onde os recursos já são escassos, criando tensões. Os indicadores da ONU mostram que há, aproximadamente 244 milhões de migrantes internacionais, enquanto 763 milhões migram dentro de seus próprios países. Se os 244 milhões constituíssem uma nação, estaria mais povoada do que o Brasil e seria um pouco menor que a Indonésia. Há 65 milhões de migrantes forçados, dos quais 21,3 milhões são refugiados, 40,8 milhões são pessoas deslocadas internamente e 3,2 milhões são solicitantes de asilo. Três quartos das pessoas em situação de extrema pobreza suportam a sua subsistência na agricultura e outras atividades rurais.

Ao investir no desenvolvimento rural, a comunidade internacional também pode aproveitar o potencial de migração para apoiar o desenvolvimento e aumentar a resiliência das comunidades de acolhimento e deslocados, lançando assim as bases para a recuperação a longo prazo com um crescimento inclusivo e sustentável. O trabalho da FAO tem por objetivo abordar as causas profundas da migração devido a situações de dificuldade, melhorando as condições, criando oportunidades alternativas de subsistência nos países de origem e aproveitando o potencial de desenvolvimento da migração para os países de origem e destino.

Dia Mundial da alimentação 2017, a migração e os objetivos de desenvolvimento sustentável

A migração passou a ocupar um lugar preponderante nos debates internacionais sobre o desenvolvimento social e económico. Mas a migração faz parte do comportamento humano há séculos. O que mudou? A melhoria do transporte e das comunicações facilitou a que muitas pessoas saíssem das suas cidades e dos seus países. Mas, para outros, a migração continua a ser uma atividade custosa, árdua fisicamente e às vezes mortal. Em 2015, mais de 65 milhões de pessoas foram deslocadas à força em consequência de conflitos e perseguição e mais de 19 milhões de pessoas foram deslocadas internamente devido a desastres naturais. Entre 2008 e 2015, uma média de 26 milhões de pessoas deslocaram-se, em cada ano, devido a desastres climáticos ou relacionados com eventos meteorológicos extremos.

Se for gerida de maneira humana e ordenada, a migração pode contribuir para o crescimento económico, tanto nos países de destino como nos de origem. Os migrantes podem proporcionar novas fontes de mão-de-obra nos seus países ou nas regiões de destino.

O Dia Mundial da Alimentação 2017 representa uma importante oportunidade para difundir esta mensagem: podemos acabar com a fome e tornarmo-nos na Geração Fome Zero, mas é necessário que todos trabalhemos juntos para alcançar este objetivo.

O vídeo promocional da FAO sobre a temática deste ano reforça a ideia de que a migração devia ser uma escolha.


Fonte da informação: Adaptação do texto acedido em http://ift.tt/2yq1ev8 imagem:WFD2017_Brochure_PT_Website.pdf

The post Dia Mundial da Alimentação 2017: investir no futuro appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2gJFzXv
via IFTTT

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Dia Mundial da Obesidade 2017: atuar agora para tratar e prevenir

A obesidade é agora mais comum do que a subnutrição. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam para cerca de 2 bilhões de adultos com excesso de peso. Desses, 670 milhões são considerados obesos (IMC ≥ 30 kg/m²) e 98 milhões têm obesidade severa (IMC ≥ 35 kg/m²). Se as tendências atuais continuarem, será a maior epidemia de sempre na história da humanidade: 2.7 bilhões de adultos terão excesso de peso, mais de 1 bilhão afetados pela obesidade e 177 milhões de adultos gravemente afetados pela obesidade até 2025.

Também as crianças em idade escolar estão acima do peso, cerca de 224 milhões de crianças, tornando esta geração a primeira a ter uma vida útil mais curta do que os seus pais.

Tratar a obesidade agora e evitar as consequências mais tarde

Investir na prevenção, gestão e tratamento da obesidade é uma ação económica para governos e serviços de saúde. O investimento nesta área pode ajudar a atingir os objetivos de 2025 estabelecidos pela OMS para travar o aumento e alcançar uma redução relativa de 25% na mortalidade por doenças não transmissíveis.

1º Atuar agora: investir em serviços de tratamento da obesidade e apoiar as pessoas obesas.

Para enfrentar a obesidade, é vital que todos os que procuram tratamento tenham acesso aos melhores serviços disponíveis. Os serviços de tratamento em todo o mundo devem ser fortalecidos. Isso exigirá:

  • reconhecer que a obesidade é uma doença, para a qual é necessária suporte profissional adequado
  • acesso universal, cobertura do seguro de saúde para tratamentos relacionados com a obesidade
  • cuidados de saúde facilitados para pessoas afetadas pela obesidade
  • equipas multidisciplinares para apoiar o tratamento da obesidade
  • acesso a produtos farmacêuticos e dispositivos médicos, apropriados às necessidades individuais
  • serviços abrangentes de acompanhamento.

2º Atuar agora: investir na intervenção precoce para melhorar o sucesso do tratamento.

Todos os que procuram apoio para o controlo do peso devem ter acesso a intervenções antecipadas. Intervenção precoce significa investir em:

  • diretrizes nacionais para o atendimento das pessoas afetadas pelo excesso de peso e pela obesidade, particularmente as populações vulneráveis
  • consulta de cuidados de saúde primários livremente disponíveis
  • profissionais de saúde treinados para evitar o aumento de peso
  • serviços para gestão do peso em grupo e individualmente
  • suporte pessoal, familiar, escolar e no local de trabalho
  • acesso universal a serviços de assistência contínua para apoiar as pessoas com obesidade.

3º Atuar agora: investir na prevenção para reduzir a necessidade de tratamento.

Prevenir o aumento de peso é essencial para atingir os objetivos de 2025 propostos pela OMS e também são importantes para garantir que o tratamento da obesidade seja efetivo. Na prevenção da obesidade é necessário incluir:

  • educação para garantir suporte para a criação de ambientes saudáveis
  • melhorar a oferta de alimentos locais para garantir um acesso fácil a alimentos saudáveis ​​acessíveis
  • mais locais que apoiem o lazer e a mobilidade ativa (a pé, de bicicleta, skate, trotinete)
  • intervenção do mercado alimentar para apoiar e melhorar as escolhas alimentares
  • promoção da saúde ao longo da vida para proteger a saúde das gerações atuais e futuras.

As proporções pandémicas da obesidade que se avizinham, têm consequências conhecidas que irão impor encargos sanitários, financeiros e sociais sem precedentes sobre a sociedade global, a menos que ações efetivas sejam tomadas para reverter a tendência.

Fonte da informação: http://ift.tt/2xyqddP das imagens: Illustration of Steve Cutts accessed at http://ift.tt/2yfJtQJ

The post Dia Mundial da Obesidade 2017: atuar agora para tratar e prevenir appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2xyf10X
via IFTTT

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O contributo da nanotecnologia no diagnóstico precoce do cancro

O diagnóstico precoce do cancro é um fator crítico para o sucesso terapêutico do mesmo. Melhoram as opções de tratamento, reduz-se o impacto emocional e os encargos financeiros, aumenta-se as hipóteses de cura ou de sobrevivência. É o melhor cenário depois de um diagnóstico de cancro.

Atualmente os métodos disponíveis de diagnóstico precoce são invasivos, dispendiosos, podem ser imprecisos ou lentos nos resultados. Também há certos tipos de cancro (ovários, fígado e pâncreas), para os quais não estão disponíveis rastreio precoces, deixando os pacientes á mercê de algum sintoma que surga e indique a presença de cancro. Mas neste caso, o diagnóstico do cancro será em estadios mais avançados, diminuindo as hipóteses de sobrevivência.

Joshua Smith é engenheiro na IBM. A sua investigação está centrada na aplicação da nanotecnologia no diagnóstico precoce do cancro. Nos últimos anos, desenvolve um “alarme do cancro”, um sistema de deteção e alerta precoce com biomarcadores denominados exossomas.

Os exossomas são microvesículas biológicas extracelulares, secretados por quase todos os tipos de células, desde células epiteliais até às células tumorais.

Os exossomas existem na maioria dos fluídos corporais humanos. São encontrados na saliva, urina, sangue, plasma, leite materno, lágrimas, sémen, entre outros. A presença dos exossomas pode indicar um papel importante tanto em condições celulares normais como patológicas. Com dimensões nanométricas entre 30 e 100 nm, têm a capacidade de transferir material e informação entre células, ao nível local ou mesmo sistémico. Os exossomas assumem uma função fundamental na homeostasia do organismo: mediar a comunicação intercelular.

O diagnóstico precoce do cancro é fundamental para a sobrevivência. A nanotecnologia pode contribuir no desenvolvimento de tecnologias que permitam ajudar os médicos com diagnósticos rápidos nos primeiros estadios de cancro.

A investigação de Joshua Smith estuda novos métodos mais convenientes por serem mais económicos, não invasivos, mais rápidos nos resultados, permitindo o acesso a rastros regulares e a funcionar como um alarme.

Veja a explicação completa do Eng. Joshua Smith no TED Institute. Legendas disponíveis em português.

Referências: Camoesas, M. M. G. M. (2016). Exossomas: uma nova abordagem terapêutica (Master’s dissertation).; Creditos da imagem:http://ift.tt/2wCpB7v

The post O contributo da nanotecnologia no diagnóstico precoce do cancro appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2fXv5GO
via IFTTT

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Ritmo circadiano: respeite os horários do seu relógio biológico

Chama-se núcleo supraquismático e é o seu relógio interno central. Comanda o ritmo circadiano, cuidadosamente calibrado para lidar com 12 horas de luz solar e 12 horas de escuridão, o ritmo natural da nossa espécie.

É uma pequena estrutura cerebral, com cerca de 50 mil células, alojada dentro do hipotálamo e adapta a nossa fisiologia às diferentes fases do dia.

O relógio biológico determina quando nos devemos sentir cansados, quando devemos estar em alerta, quando devemos ter fome. Também define tarefas noturnas de limpeza celular e de reparação do ADN.

Milhões de indivíduos em todo o mundo não obtém um sono regenerador para uma função metabólica saudável. O sono de má qualidade, o sono em atraso ou outras perturbações do sono comprometem diferentes aspetos da fisiologia complexa imprescindíveis para a regeneração do corpo humano.

Há evidências científicas, em modelos animais e humanos, robustas a sugerir que a desregulação do relógio biológico e o descontrolo do ritmo circadiano contribuem para o ganho de peso, para a obesidade e para uma saúde metabólica prejudicial.

Estão, agora, desvendados os mecanismos moleculares que controlam o relógio biológico interno e os ritmos circadianos por três americanos, Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W. Young, a quem foi atribuído o Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina 2017.
“O sono é vital para a função cerebral normal e a disfunção circadiana tem sido associada a perturbações do sono como a depressão, o transtorno bipolar, a função cognitiva, a formação de memória e algumas doenças neurológicas. Em casos raros, os distúrbios da fase do sono são devidos a mutações nos genes do relógio circadiano resultando em ciclos de sono-vigília avançados ou atrasados. Estudos indicaram que a desregulação crónica entre o nosso estilo de vida e o ritmo ditado pelo nosso relógio circadiano endógeno pode estar associado ao risco aumentado de várias doenças, incluindo o cancro, as doenças neurodegenerativas, os distúrbios metabólicos e a inflamação.”, adianta o documento publicado pelo comité do Nobel do Instituto Karolinska. Estas descobertas têm implicações profundas no nosso bem-estar e na vida quotidiana.

Está na hora de acertar o seu relógio biológico!

Referências: McHill, A. W., & Wright, K. P. (2017). Role of sleep and circadian disruption on energy expenditure and in metabolic predisposition to human obesity and metabolic disease. Obesity Reviews18(S1), 15-24.; Sachdeva, U. M., & Thompson, C. B. (2008). Diurnal rhythms of autophagy: implications for cell biology and human disease. Autophagy4(5), 581-589.; “The 2017 Nobel Prize in Physiology or Medicine – Advanced Information: Discoveries of Molecular Mechanisms Controlling the Circadian Rhythm “. Nobelprize.org. Nobel Media AB 2014. Web. 3 Oct 2017. Créditos da imagem: Nobel Committee

The post Ritmo circadiano: respeite os horários do seu relógio biológico appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2xYTOkv
via IFTTT

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Cancro da próstata: o efeito do chá verde

Vários estudos sugerem que o chá verde tem um papel na diminuição do risco de cancro da próstata e como adjuvante no tratamento do cancro da próstata. Pensa-se que muitos dos possíveis benefícios sejam atribuídos aos polifenóis. Estes correspondem a um vasto grupo de fitoquímicos que incluem, entre outros, as catequinas. A epigalocatequina-3-galato (EGCG) é a catequina mais ativa presente no chá verde e tem sido muito estudada em células, animais e humanos.

Em estudos laboratoriais

A EGCG parece bloquear o efeito estimulador do androgénio em células cancerígenas da próstata, desacelerando a progressão da doença e aumentando a morte celular. Além disso, os polifenóis presentes no chá verde parecem apresentar efeitos anticancerígenos, aumentando a morte celular, através do bloqueio das histona deacetilases, as quais foram encontradas em grandes quantidades nas células cancerígenas.

Em estudos com animais

Por outro lado e considerando modelos animais criados para desenvolveram cancro da próstata, um grupo de investigadores forneceu água a um grupo de ratos e água tratada com catequinas de chá verde (equivalente a 6 chávenas de chá verde/dia) a outro grupo. Passadas 24 semanas, os ratos que ingeriram apenas água desenvolveram cancro da próstata, ao passo que os que ingeriram água com catequinas de chá verde apenas mostraram lesões de neoplasia prostática intraepitelial (PIN). Num trabalho semelhante, foi fornecida água com EGCG a ratos com 12 semanas e com 28 semanas de idade. A EGCG preveniu as lesões PIN de alto grau em ratos que começaram o tratamento mais cedo.

Noutro trabalho, ratos implantados com células de cancro da próstata foram injetados com EGCG ou placebo três vezes por semana. Os primeiros apresentaram níveis mais baixos de proteínas necessárias para a atividade do androgénio, o qual é estimulador paras as células cancerígenas da próstata.

Num estudo em que se dividiram os animais em dois grupos, tendo um sido submetido a ingestão de água e outro de água com polifenóis do chá verde, aqueles pertencentes a este grupo viveram mais tempo livre de doença. Os autores consideraram o início da ingestão em idades diferentes, verificando que os animais que iniciaram a toma mais cedo foram os que mais beneficiaram.

Já noutro trabalho, os autores concluíram que, em ratos aos quais foi administrada uma quantidade de polifenóis equivalente a 6 chávenas de chá verde por dia, o desenvolvimento do tumor foi mais lento. Além disso, verificou-se que os polifenóis causaram maiores níveis de morte de células cancerígenas, atrasando a metastização.

O papel do chá verde na prevenção e no tratamento: estudos em humanos

Além de trabalhos em células e em animais sobre o papel do chá verde na prevenção e como adjuvante no tratamento do cancro, foram desenvolvidos alguns em humanos, quer estudos epidemiológicos, quer ensaios clínicos.

  • Estudos epidemiológicos
    No que diz respeito aos primeiros, os resultados são controversos, já que alguns sugerem um efeito protetor no risco de cancro da próstata e outros referem não existir qualquer relação. Fatores alimentares, a localização geográfica, o consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas, entre outros fatores podem estar na origem desta discrepância, requerendo-se mais investigação sobre o assunto.
  • Ensaios clínicos
    No que diz respeito a ensaios clínicos, foram realizados 2 trabalhos randomizados em homens com PIN de alto grau, em que aqueles que consumiram catequinas de chá verde apresentaram menores taxas de desenvolvimento de cancro da próstata que o grupo placebo. Estas conclusões sugerem que as catequinas podem diminuir o risco de cancro, em doentes de elevado risco para a doença.

Os trabalhos foram além da ação do chá verde na prevenção da doença, estudando-se, também, uma possível ação adjuvante no tratamento do cancro da próstata.

Doentes referenciados para prostatectomia radical foram divididos em três grupos; um ingeriu chá verde, outro chá preto e outro água com gás, todos cinco vezes por dia, durante cinco dias. Após análise das amostras de tecido da próstata, foram encontrados polifenóis biodisponíveis nas amostras dos doentes que beberam chá preto ou verde. Além disso, as células de cancro da próstata tratadas com sangue retirado de doentes após estes terem ingerido chá cresceram mais lentamente que as células tratadas com sangue de doentes antes destes o terem ingerido. Estes dados sugerem a importância da ação dos polifenóis na inibição do desenvolvimento da doença.

Noutro estudo, 50 doentes agendados para prostectomia radical foram direcionados para tomarem o equivalente a 800 mg de EGCG ou um placebo, diariamente, durante 3 a 6 semanas. Embora as diferenças não tenham sido significativas, o primeiro grupo de doentes apresentou níveis mais baixos de PSA e de IGF-1 (proteína associada ao aumento do risco de cancro da próstata) que o grupo tratado com placebo.

Doentes selecionados para prostatectomia radical foram divididos em três grupos de consumo diário de: chá verde, chá preto ou água. Verificou-se que, embora ligeira, apenas os homens que ingeriram chá verde mostraram uma redução dos níveis de PSA.

Por outro lado, um grupo de 19 doentes ingeriu cápsulas de extrato chá verde, numa quantidade equivalente a 375 mg de polifenóis/dia, durante 5 meses. Apesar do tratamento ter sido bem tolerado, não se verificou uma redução significativa dos níveis de PSA e todos os doentes viram a doença progredir passados 1 a 5 meses. Neste caso, o tamanho da amostra foi uma limitação importante.

Doentes com cancro da próstata metastizado consumiram extrato de chá verde (6 g/dia), até 4 meses. Os resultados sugerem que o extrato de chá verde pode ter benefícios limitados em doentes com cancro da próstata avançado. Contudo, também neste estudo, o tamanho reduzido da amostra foi uma limitação

Referências: PDQ Integrative, Alternative, and Complementary Therapies Editorial Board. Prostate Cancer, Nutrition, and Dietary Supplements (PDQ®): Health Professional Version. PDQ Cancer Information Summaries [Internet]. Bethesda (MD): National Cancer Institute (US). 2017. Disponível em http://ift.tt/2xH672G. Acedido em 26/9/2017. Fontes de imagens: http://ift.tt/2eOxrHd; http://ift.tt/2xH67zI

 

 

The post Cancro da próstata: o efeito do chá verde appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2k8oIl5
via IFTTT

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Dor no joelho e a prática de yoga

Podem surgir lesões ou dor no joelho durante uma aula de yoga. Alguns exemplos de lesões são: não conseguir dobrar o joelho num ângulo superior a 90º, dor ao colocar o joelho no chão, dor na parte interna do joelho quando cruza as pernas, entre outras.

Quando surge dor no joelho, durante a prática do yoga, o aluno deve parar imediatamente de fazer a postura e deve comunicar ao professor que sente dor. Assim, o professor poderá indicar uma variante dessa postura, permitindo a sua execução sem dor.

O joelho é constituido por muitos elementos e quando um aluno se queixa de dor no joelho, no caso de ser intensa e persistente, o conselho é ir a uma consulta médica. Só através de um diagnóstico preciso, é que se torna possível para um professor de yoga, organizar uma aula de acordo com o diagnóstico e com as recomendações médicas.

Tradicionalmente, o tratamento da dor na zona anterior do joelho focava-se no fortalecimento do músculo vasto medial oblíquo. Pensava-se que, o enfraquecimento deste músculo, levaria a um próvavel desalinhamento da patela, causando problemas. Novos estudos publicados no Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy  e no Journal of Athletic Training vieram mostrar que o fortalecimento da zona abdominal, dos abductores, dos glúteos e o alongamento dos músculos da zona pélvica, são mais eficazes no alívio da dor do joelho do que, apenas fortalecer o vasto medial oblíquo.

Para entender como estes músculos ajudam a corrigir e a melhorar a função do joelho, temos de pensar que o joelho faz parte da perna e da pélvis. Da mesma forma temos de pensar que o correto apoio do pé, vai permitir melhorar a função do joelho, já que contribui para uma maior eficácia no seu funcionamento.

A patela é um osso móvel, que se encontra entre o pé e a pélvis. Toda a disfunção que ocorra entre pélvis e pé, afeta a patela. Contudo, o maior índice de dor e de disfunção do joelho, ocorre maioritariamente por má prestação da zona pélvica. Assim é muito importante manter os músculos abdominais, glúteos e abdutores, fortes, equilibrados e estirados, para que a zona pélvica se mantenha estável e funcione em harmonia com as pernas, a coluna vertebral e restantes elementos do corpo.

Se o movimento do fémur, não se realizar de forma correta, vai causar uma rotação do joelho, durante a flexão e a extensão, que leva ao aparecimento de lesões acompanhadas de dor. Da mesma forma qualquer tipo de instabilidade pélvica, causa disfunção nos abdutores, encurtamento de tendões sacroilíacos e disfunção dos glúteos. Todas estas situações podem produzir dor crónica ao nível do joelho.
Por exemplo, quando surge um joelho valgo ou varo, acontece porque o fémur apresenta uma rotação interna ou externa, que leva a que os joelhos se juntem ou se afastem respetivamente. Este tipo de deformação do fémur, vai desalinhar completamente a perna em relação ao pé, criando problemas não só a nível dos joelhos mas também na forma como se coloca o pé no chão.

A título de exemplo, para corrigir e minorar a dor no joelho valgo, deve ser trabalhado em aula, a abertura pélvica, o fortalecimento dos músculos extensores da pélvis, que ajudam a rodar externamente o fémur e por conseguinte a minorar a dor no joelho.

Claro que não se deve descurar o trabalho com os músculos quadríceps nem com o vasto medial oblíquo, mantendo-os fortes, equilibrados e estirados para ajudarem a estabilizar o joelho

Nestas situações, por favor procure um professor devidamente certificado, para que o possa ajudar a ultrapassar qualquer problema ou lesão. Melhor ainda, promova um diálogo entre o seu médico e o professor de yoga para uma maior e mais rápida recuperação.

Referências:http://ift.tt/2jOI0fd; http://ift.tt/2xW3Unb ; Creditos da imagem: http://ift.tt/2jSutn5

 

 

The post Dor no joelho e a prática de yoga appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2xsDoAe
via IFTTT

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Alimentação saudável é sustentável? Não há uma resposta fácil

Nos últimos 50 anos a procura por alimentos triplicou. Neste momento, chegámos a um ponto em que o consumo alimentar humano é 30% superior aos recursos naturais do nosso planeta. Se por lado é importante que a alimentação seja saudável, por outro é igualmente importante que seja ambientalmente sustentável. Mas será que uma alimentação saudável é sustentável?

Numa revisão de literatura publicada na revista Proceedings of the Nutrition Society, os investigadores concluíram que nem sempre uma alimentação saudável é sustentável em termos ambientais. Isto porque as escolhas alimentares têm naturalmente um impacto ambiental nas mudanças climáticas, na terra, no uso de água e energia, assim como na biodiversidade.

Contribuição das escolhas alimentares para o meio ambiente

De acordo com a Food and Agriculture Organization, dietas sustentáveis são: “dietas com baixos impactos ambientais, que contribuem para a segurança alimentar e nutricional, assim como para uma vida saudável, tanto para as gerações presentes como futuras. Dietas sustentáveis são protetoras e respeitadoras da biodiversidade e dos ecossistemas, culturalmente aceitáveis, acessíveis, economicamente justas e acessíveis, nutricionalmente adequadas, seguras e saudáveis, pois otimizam os recursos naturais e humanos “.

Algumas das mudanças alimentares consideradas para ajudar a reduzir o impacto da alimentação nas mudanças climáticas incluem a redução da ingestão de carne e produtos lácteos. No entanto, a viabilidade de tais abordagens, bem como as suas consequências não desejadas, tanto para a saúde como para o meio ambiente, devem ser consideradas antes de se adotarem tais medidas.

Do ponto de vista do consumidor existe uma resistência à redução da ingestão de carne. Uma alimentação à base de alimentos vegetais é considerada insuficiente em proteínas, especialmente por parte dos homens. Além do mais, há uma tendência cada vez maior para o aumento do consumo diário de proteínas, apesar de muitas pessoas já terem um consumo superior ao recomendado, indicando uma interpretação errónea sobre as recomendações diárias de ingestão de proteínas. A razão para este fenómeno poderá ter como base a atual popularidade das dietas com baixo teor em hidratos de carbono.

Do ponto de vista ambiental, os estudos mostram que a substituição de carne por alimentos de origem vegetal não resulta necessariamente num menor impacto ambiental. Por exemplo, se a carne for substituída por frutas e vegetais, mantendo a energia alimentar total constante, haverá um aumento da emissão de gases com efeito de estufa. Além disso, é importante ter em atenção aspetos como o método de cultivo, a região geográfica, o método de transporte e as condições de crescimento, uma vez que afetam fortemente o impacto ambiental dos produtos alimentares.

Do ponto de vista nutricional, qualquer alteração na alimentação deve ser considerada no contexto de uma alimentação completa e sem consequências para a saúde. Por exemplo, os produtos lácteos são fonte de nutrientes essenciais, tais como, o cálcio. Deste modo, é altamente improvável que uma dieta baseada num baixo consumo de hidratos de carbono, mas como um elevado consumo de carne e produtos lácteos, reduza a emissão de gases com efeito de estufa.

Embora alterações na alimentação, como a redução do consumo de carne, possam ser benéficas tanto para a saúde como para o meio ambiente, existem outros possíveis conflitos entre a saúde e os objetivos ambientais. Por um lado, o é peixe considerado muito saudável por ser rico em ácidos gordos ômega-3. Por outro, a sobrepesca representa uma séria ameaça às atuais populações de peixes. Outro exemplo são os produtos com baixo teor de gordura, onde não há uso para a gordura removida e são necessárias soluções inovadoras para reduzir esse desperdício de alimentos.

A questão que se coloca é se os hábitos alimentares são, simultaneamente, saudáveis e sustentáveis. Embora isso seja viável, as evidências científicas mostram que dietas saudáveis ​​são muitas vezes dietas não necessariamente sustentáveis ​​e vice-versa.

A noção de alimentação sustentável continua a ser complexa e nem sempre é bem compreendida. Enquanto os consumidores estão conscientes de que a produção de alimentos tem um impacto nas mudanças climáticas, a maioria dos estudos mostra uma clara falta de conhecimento por parte do consumidor sobre uma alimentação sustentável, assim como muitos equívocos sobre o que são, o que são barreiras para a mudança dos comportamentos alimentares.

A verdade é que não há uma resposta fácil para a questão: se uma alimentação saudável é sustentável, em termos ambientais. Devido à complexidade do termo sustentabilidade e os potenciais conflitos quando pensamos na alimentação saudável é necessária uma abordagem conjunta. Para isso, devem ser incluídos todos os intervenientes ao longo da cadeia alimentar, desde o campo até ao prato. É necessária uma informação e uma comunicação transparentes para criar uma sensibilização dos efeitos das nossas escolhas alimentares diárias, não só sobre a obesidade e a saúde, mas também nas mudanças climáticas.

Fonte de informação: Tradução e adaptação de um texto publicado pela European Food Information Council (EUFIC) em abril de 2013 em http://ift.tt/2fwRkQj : Créditos da imagem: http://ift.tt/2xaRWVP

 

 

 

 

 

 

 

The post Alimentação saudável é sustentável? Não há uma resposta fácil appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2w50Ctd
via IFTTT

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Canónigos: cultivar a sua nova salada de inverno

Está a acabar o verão, mas com as férias as energias são renovadas para voltar a colocar as mãos na terra e cuidar da sua horta caseira. A sugestão deste mês: canónigos!

São vulgarmente conhecidos como alface-da-terra, alface-de-coelho ou alface-de-cordeiro, todos eles nomes engraçados e sugestivos. A sua família é a Valerianaceae, e é uma planta anual que normalmente atinge 15 a 30 cm de altura, de fácil adaptação. Pode portanto, ser cultivada em alguns vasos ou num pequeno metro quadrado de terra.

Para cultivar canónigos num pequeno vaso, faça assim:

  1. Instale por sementeira direta. Pode adquirir as sementes em qualquer loja de produtos agrícolas, como por exemplo na Agriloja ou no Jardim centro, com possibilidade da compra online.
  2. Coloque as sementes, 0,5 a 1 cm de profundidade na terra a uma distância de 8 a 15 cm. O número de sementes é ajustável conforme a preferência do utilizador.
  3. Para que a planta cresça é recomendável que o solo seja húmido mas não encharcado. Assim a rega deve ser feita todos os dias, de manhã ou ao final do dia.
  4. Os canónigos desenvolvem-se em clima ameno ou frio, por isso setembro é altura ideal para os cultivar, uma vez que com muito calor a floração é induzida.
  5. Tenha o cuidado de ir retirando as ervas daninhas, para não competirem com o alimento dos seus canónigos.
  6. Os canónigos estão prontos a colher em cerca de 1 mês e 1/2 a 2 meses após cultivo. No entanto, pode ir colhendo as folhas à medida que se vão desenvolvendo.

Os canónigos têm baixo valor calórico, com cerca de 19 calorias em 100 gramas e um teor médio de fibra  de 1,7g por 100g. Dão uma salada ideal para sair da rotina das alfaces. No que diz respeito ao teor em vitaminas, os canónigos são uma boa fonte de vitamina A, B9, C, B6 e E. Os valores de iodo, ferro, potássio e fósforo são de considerar.
Esta planta é também rica em compostos fenólicos, entre eles o ácido clorogénico e o ácido cafeico, que lhe confere alguma capacidade antioxidante.  

Os canónigos ficam deliciosos preparados em salada, talvez para acompanhar uma bela piza italiana.

Referências:  Clevely Andy, Katherine Richmond. Manual completo de Plantas e Ervas Medicinais. Lisboa: Editorial Estampa;  http://ift.tt/2ff1AfP, acedido a 5/09/2017. Photo creditsSchwäbin (Wikimedia)
License: CreativeCommons by-sa-3.0-de (deed) and Photo by Daniel Hjalmarsson on Unsplash

The post Canónigos: cultivar a sua nova salada de inverno appeared first on Stop Cancer Portugal.



from Stop Cancer Portugal http://ift.tt/2feUd8a
via IFTTT