sexta-feira, 30 de junho de 2017

Cancro colo-retal e flora intestinal: uma estratégia de tratamento

O cancro colo-retal tem diversos fatores de risco associados. São conhecidos fatores genéticos, ambientais, estilo de vida e, atualmente a flora intestinal pode contribuir para o aparecimento da doença. As estratégias que tenham como alvo a relação cancro colo-retal e flora intestinal têm sido propostas para prevenir e tratar este tipo de cancro.

Uma estratégia interessante pode ser a suplementação com ácidos gordos de cadeia curta. Os seus efeitos benéficos são reconhecidos ao nível das funções de barreira exercida pelo epitélio intestinal e na resposta imune da mucosa do intestino, além das atividades anti-inflamatória e anti-cancerígena.

A administração deste tipo de ácidos gordos tem mostrado inibir a inflamação do cólon e diminuir os níveis de marcadores de crescimento das células cancerígenas, levando a uma redução do aparecimento de cancro do cólon, conforme estudos em ratos predispostos para a doença.

Cancro colo-retal e flora intestinal: inibir toxinas por microrganismos

Os compostos produzidos ou induzidos por bactérias também podem ser um alvo estratégico de prevenção do cancro colo-retal. Por exemplo, verificou-se que, inibindo o catabolismo de certas substâncias (poliamina), havia diminuição do crescimento de células cancerígenas induzido pela bactéria Bacteroides fragilis (produtora de toxinas). Além disso, verificou-se redução da inflamação crónica e do aparecimento de tumores, em ratos de laboratório.

Outro estudo incidiu sobre a colibactin, uma toxina produzida por certas bactérias, a qual favorece o aparecimento e o crescimento de células cancerígenas do cólon. Os autores identificaram dois compostos como sendo capazes de inibir os danos no ADN provocados pela colibactin, tanto em células humanas, como em animais experimentais. O mesmo estudo revelou que os mesmos compostos podem inibir o crescimento das células cancerígenas, reduzindo o crescimento do tumor. Assim, outra estratégia no tratamento do cancro colo-retal poderá passar por ter como alvo a colibactin.

Cancro colo-retal e flora intestinal: a modelação como estratégia

A modelação direta da flora intestinal é também considerada uma possível estratégia e pode ser acionada a três níveis: com prebióticos, probióticos e pela composição da flora intestinal.

Entende-se por prebióticos os compostos que induzem o crescimento e/ou a atividade de microrganismos, influenciando positivamente a flora intestinal. As estratégias de tratamento do cancro colo-retal também podem passar por estas substâncias. O galacto-oligossacárido e a inulina, dois prebióticos, mostraram inibir a formação de focos de criptas aberrantes, que são estruturas tidas como precursoras de adenomas colo-retais e usadas como marcadores de carcinoma colo-retal. Além disso, a inulina parece diminuir os danos no ADN nas criptas intestinais de ratos de laboratório.

Vários probióticos também mostraram ter um grande impacto na prevenção do desenvolvimento de cancro colo-retal.

O consumo de probióticos que contêm Lactobacillus podem prevenir os danos no ADN provocados pelas aminas heterocíclicas (mutagénicas e carcinogénicas), além de induzirem a morte celular programada de células cancerígenas, levando à inibição do seu desenvolvimento. Por outro lado, uma espécie de Lactobacillus parece diminuir o nível de dano e o número de tumores colo-retais, em ratos.

Além de tudo o que já foi referido, as bactérias produtoras de ácido lático podem ser usadas para inibir o ambiente inflamatório associado ao cancro colo-retal e, numa maior extensão, para o prevenir, em doentes com inflamação crónica intestinal com elevado risco de desenvolvimento de cancro colo-retal.

A composição da flora intestinal tem mostrado influenciar a resposta à quimioterapia e à imunoterapia. Um estudo  que analisou o crescimento de melanoma, em ratos com diferentes floras intestinais, concluiu que havia tipos de flora que facilitavam uma maior atividade anti-tumor (mediada imunologicamente). A administração de Bifidobacterium diminuiu o crescimento do tumor, comparativamente a ratos em que esta bactéria não foi administrada.

Adicionalmente, os autores concluíram que as Bifidobacterium melhoraram a resposta dos animais à imunoterapia. Outro estudo veio confirmar esta conclusão, mostrando que a diferença de respostas a este tratamento está grandemente associada à composição da flora intestinal, sugerindo que a manipulação da mesma pode aumentar a eficácia da imunoterapia.

Habitualmente, o cancro colo-retal é tratado com cirurgia, quimioterapia e radioterapia de elevada toxicidade e resistência ao tratamento, sendo essencial que novas propostas estratégicas menos agressivas. Um exemplo é através do controlo da flora intestinal, o qual pode beneficiar a forma como o intestino, o sistema imunitário e a flora intestinal se relacionam. Assim, pode haver um efeito protetor contra o cancro colo-rectal, através da produção de ácidos gordos de cadeia curta, da inibição de microrganismos patogénicos produtores de toxinas, de atividade anti-proliferativa, da redução de focos de criptas aberrantes e da produção aumentada de enzimas anti-oxidantes e de respostas anti-inflamatórias.

Deverá, ainda, ser considerada a identificação de outros microrganismos associados a benefícios clínicos e/ou de microrganismos a serem usados como marcadores preditores de resposta à imunoterapia.

Referências: Lucas et al.. Microbiota, Inflammation and Colorectal Cancer. Int J Mol Sci. 2017; 18: 1310. Van der Beek et al.. Role of short-chain fatty acids in colonic inflammation, carcinogenesis, and mucosal protection and healing. Nutr. Rev. 2017; 75:286–305; Tian et al. P112 Short-chain fatty acids administration is protective in colitis-associated colorectal cancer development. J. Crohns Colitis. 2017; Goodwin et al.. Polyamine catabolism contributes to enterotoxigenic Bacteroides fragilis-induced colon tumorigenesis. Proc. Natl. Acad. Sci. 2011; 108:15354–15359; Cougnoux et al.. Small-molecule inhibitors prevent the genotoxic and protumoural effects induced by colibactin-producing bacteria. Gut. 2016; 65: 278–285; Qamar et al.. Novel Combination of Prebiotics Galacto-Oligosaccharides and Inulin-Inhibited Aberrant Crypt Foci Formation and Biomarkers of Colon Cancer in Wistar Rats. Nutrients. 2016; 8:465; Mauro et al.. Evaluation of the antimutagenic and anticarcinogenic effects of inulin in vivo. Genet. Mol. Res. 2013; 12:2281–2293; Del Carmen et al.. Anti-cancer effect of lactic acid bacteria expressing antioxidant enzymes or IL-10 in a colorectal cancer mouse model. Int. Immunopharmacol. 2017; 42:122–129; Iida et al.. Commensal bacteria control cancer response to therapy by modulating the tumor microenvironment. Science 2013; 342: 967–970; West et al.. Immunotherapy Not Working? Check Your Microbiota. Cancer Cell. 2015; 28:687–689. Fontes de imagens: http://ift.tt/2sXY9l9 ; http://ift.tt/2stLRxm

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terça-feira, 27 de junho de 2017

Yoga e massa muscular na mulher

A prática de yoga promove a utilização da proteína e pode ser uma alternativa para manter o tónus e a massa muscular nas mulheres.

A prática de yoga promove a utilização da proteína, mantendo a consistência muscular durante mais tempo de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Connecticut e publicado no “Journal of Aging and Physical Activity”. Este estudo teve o propósito de avaliar o yoga como uma prática alternativa na manutenção do tónus e da massa muscular ao longo de anos de pratica regular.

É também o primeiro estudo a procurar estabelecer a relação entre yoga e a utilização da proteína pelo corpo. O modo como a proteína é utilizada é um fator chave para que os músculos permaneçam saudáveis e fortes à medida que a idade avança. A perda de tónus e massa muscular é conhecida como sarcopenia.

O estudo acompanhou e avaliou dois grupos de mulheres saudáveis com idades entre os 50 e os 65 anos, durante 6 meses. Um dos grupos não foi sujeito a qualquer tipo de exercício durante um ano. O outro grupo englobou mulheres que praticavam yoga pelo menos duas vezes por semana e no mínimo durante um ano. A prática obedecia ao estilo Vinyasa, mais intenso que outros estilos de yoga.

Numa primeira fase do estudo, encontraram-se diferenças na utilização das proteínas, da força, do equilíbrio e da composição corporal entre os praticantes de yoga e o grupo de não praticantes. Os investigadores também analisaram diferenças na ingestão de calorias e proteínas entre os dois grupos.

O uso das proteínas pelo organismo foi avaliado através do nitrogênio do aminoácido glicina. A força dos participantes foi testada pela firmeza da mão. O equilíbrio avaliado usando testes cronometrados, ficando o praticante, sobre um pé, três vezes seguidas, por três segundos, com as mãos nos quadris. A dieta avaliada e monitorizada por registos alimentares semanais, para a ingestão energética, dos hidratos de carbono, das gorduras e das proteínas.

Embora o peso e o índice de massa corporal fossem semelhantes, o estudo indicou que o grupo de yoga apresentou uma percentagem menor de gordura corporal e uma massa muscular maior. Também apresentaram maior capacidade de equilíbrio.

Por outro lado, os praticantes de yoga queimaram mais gordura em repouso comparativamente com o outro grupo e apresentaram taxas mais baixas de síntese e de degradação das proteínas. A taxa reduzida de perda de proteínas pode estar associada à manutenção da massa muscular resultante da prática rotineira do yoga.

Os efeitos da prática do yoga relativamente ao uso das proteínas pelo organismo, parecem sugerir que o yoga oferece uma grande quantidade de benefícios para um envelhecimento saudável e ativo.

Quando se comparam os níveis de stress nas articulações, entre os praticantes de yoga e os praticantes de corrida, por exemplo, verifica-se que a prática do yoga permite uma maior consistência na capacidade da articulação, tornando-se e mais fácil e acessível para os adultos mais velhos se manterem ativos. E, é menos perigoso do que o treino com pesos, o que pode resultar em lesões se for praticado de forma incorreta.

Referências: Colletto, M., & Rodriguez, N. (2017). Routine Yoga Practice Impacts Whole Body Protein Utilization in Healthy Women. Journal of Aging and Physical Activity, 1-24. Créditos da imagem: http://ift.tt/2texiBN 

 

 

 

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sexta-feira, 23 de junho de 2017

Sardinhas ou barriguinhas? Descubra as diferenças

Sardinhas ou barriguinhas? Em qualquer churrasco há clientes para as duas. No entanto, uma grande parte dos amantes dos grelhados, sem pensar muito e com a devida exceção da época dos Santos populares, não vai resistir às barriguinhas.

Mesmo gostando muito de sardinhas assadas, as pessoas arranjam desculpas e optam pela carne gorda. Pensam em silêncio: as sardinhas têm muitas espinhas, fica um cheiro intenso nas mãos depois de comidas (e que sai quando lavadas com sabão azul), fica um cheiro penetrante na roupa, nos cabelos ou na casa toda! Não pensam: as barriguinhas têm mais gordura que proteínas, esta gordura é saturada e, mesmo grelhadas, têm um impacto na saúde cardiovascular. Na verdade, todas as desculpas possíveis para evitar comer sardinhas desaparecem com um duche refrescante, apropriado para a época de verão. E, estando em casa, abrem-se as janelas e lá se vai o cheiro da sardinhada.

Com este “discurso”, já sabe onde quero chegar.

Eu sei que gostaria que a minha resposta fosse: barriguinhas! Mas, ter a capacidade de tomar melhores decisões, quando escolhe o que come, e ter a consciência da importância que isso pode ter na sua saúde e na prevenção das doenças crónicas mais comuns é um objetivo maior e melhor.

Sardinhas ou barriguinhas? A sardinha ganha os pontos todos

As duas opções grelhadas originam resultados opostos quanto à qualidade nutricional e respetivos benefícios. A sardinha ganha os pontos todos! Vamos então comparar sardinhas com barriguinhas e avaliar as diferenças.

Uma vez que a noção de quantidade é extremamente relativa de indivíduo para indivíduo e que quase ninguém tem noção sobre quanto pesa uma sardinha ou uma fatia de carne da barriga do porco, primeiro há que definir o peso aproximado de cada uma. Uma sardinha pesa, em média, 50 gramas; uma fatia da barriga é cortada para pesar aproximadamente 100 gramas para serem acondicionadas nas cuvetes vendidas nas grandes superfícies comerciais). Posto isto, em termos práticos, duas sardinhas equivalem a uma barriguinha.

A diferença imediata verifica-se no conteúdo calórico das duas, devido à enorme distinção dos seus perfis nutricionais. Quando come duas sardinhas pode registar 208 calorias; a barriguinha ultrapassa-as largamente com 518 calorias. A superioridade da sardinha deve-se aos valores baixos em gordura, comparativamente à carne da barriga de porco (11.5 g e 53.0 g respetivamente) e também por disponibilizar mais proteína (24,6 g contra 9,3 da barriguinha).

Sardinhas ou barrigudinhas? Procure as gorduras benéficas

A comparação seguinte faz-se ao nível dos tipos de gordura existentes. A sardinha é rica em gorduras benéficas, conhecidas por ácidos gordos da série ómega-3 (total de 5,1 g em 100 g), com concentrações excelentes de ácido docosahexanóico (DHA), ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido alfa-linolénico (ALA). Já na carne de porco da barriga estes ácidos estão ausentes, sendo que a gordura é sobretudo do tipo saturada, que atinge um valor alto de 19.3 g por 100 g.

O consumo frequente e elevado de gorduras saturadas está associada ao risco real e aumentado de doenças do foro cardiovascular. As recomendações, apoiadas por décadas de pesquisa, realçam a necessidade de substituir as gorduras saturadas típicas das carnes vermelhas gordas por gorduras da série ómega-3 abundantes nas sardinhas. Como no perfil lipídico da sardinha abundam os óleos DHA, EPA E ALA, o seu consumo frequente pode contribuir para reduzir o risco de cancro do cólon, próstata e mama, por diferentes mecanismos de modulação. Conjuntamente, estes óleos ómega-3 evidenciam capacidade de exercerem efeitos imunosupressores e cardioprotetores.

Para apoiar a preferência sobre as sardinhas, em vez das barriguinhas, nos próximos churrascos, falta avaliar o perfil de vitaminas e minerais de cada uma. As vitaminas e os minerais são peças fundamentais da manutenção e equilíbrio celular da fisiologia humana.

Nas sardinhas encontram-se quantidade avultadas de vitamina B12 e de vitamina D (8,9 mcg e 272 UI por 100 g). As barriguinhas apresentam vestígios da B12 com apenas 0,8 mcg e a vitamina D é inexistente.

Selénio, fósforo e cálcio formam o trio mineral poderoso presente nas sardinhas, atingindo quantidades que contribuem significativamente para as necessidades diárias destes nutrientes. O selénio com 52,7 mcg corresponde a 75% das recomendações diárias, o fósforo com 490 mg chega aos 48% da dose diária recomendada e o cálcio chega aos 382 mg, o que equivale a 38% das necessidades diárias. As barriguinhas são pobres nos três minerais (selénio: 8,0 mcg – 11%, fósforo: 108 mg -11%, cálcio: 5,0 mg- 1% das doses diárias recomendadas).

O selénio é um dos constituintes de 4 enzimas chave, as glutationa-peroxidases selénio-dependentes (GSHPx), componentes do mecanismo de defesa do stress oxidativo, mecanismo este tão importante na prevenção do cancro e nas doenças cardiovasculares (Boosalis, 2008).

O fósforo é necessário para uma variedade de processos bioquímicos, incluindo a regulação do pH e a produção de energia (DRI livro página 363).

O cálcio, além do seu papel primário na formação do esqueleto e dos dentes, está envolvido na contração vascular e vasodilatação, na contração muscular, na transmissão neural e secreção glandular (DRI livro página 287).

Num churrasco, quando o anfitrião é nutricionista como eu, pondera todos estes aspetos. É por isso que, lá em casa, nas brasas se assam sardinhas, não barriguinhas! Quando muito para variar, disponibilizo algumas febras do lombo para os que torcem o nariz às sardinhas, mas sempre depois de comerem uma ou duas unidades de peixe, como ditam as regras dos banquetes.

No próximo churrasco que organizar em sua casa, pense no que ganha preferindo sardinhas e no que perde a comer barriguinhas.

Referências: Hruby, A., & Hu, F. B. (2016). Saturated fat and heart disease: The latest evidence. Lipid Technology28(1), 7-12.; Berquin, I. M., Edwards, I. J., & Chen, Y. Q. (2008).; Multi-targeted therapy of cancer by omega-3 fatty acids. Cancer letters269(2), 363-377.; Farooqui, A. A., Ong, W. Y., Horrocks, L. A., Chen, P., & Farooqui, T. (2007). Comparison of biochemical effects of statins and fish oil in brain: the battle of the titans. Brain research reviews56(2), 443-471.; United States Department of Agriculture. Agricultural Research Service. National Nutrient Database for Standard Reference Release 28; Boosalis, M. G. (2008). The role of selenium in chronic disease. Nutrition in Clinical Practice23(2), 152-160.; Otten, J. J., Hellwig, J. P., & Meyers, L. D. (Eds.). (2006). Dietary reference intakes: the essential guide to nutrient requirements. National Academies Press.

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quarta-feira, 21 de junho de 2017

Sustentabilidade e restauração dos oceanos começam no seu prato

Tudo o que comemos tem um impacto global na sustentabilidade do Planeta. Torna-se necessário criar capacidade de suportar e manter todos os recursos comuns, ao mesmo tempo que deve ser tida em conta a restauração dos mesmos, pela capacidade de reabastecer e progredir esses recursos.

Barton Seaver é Chef em Washington DC e defende a sustentabilidade do Planeta e a restauração dos recursos comuns. A sua preocupação é combater a pesca excessiva que prejudica os oceanos, pondo em risco a sustentabilidade e a restauração dos recursos alimentares.

Todos os dias o Chef Barton procura bons ingredientes para preparar os seus pratos mas procura minimizar o impacto que isso pode ter nos alimentos que vêm do mar. Usa porções menores de peixe e marisco, compensando a refeição com mais vegetais.

Todos os nutricionistas que apoiam a alimentação saudável estão do seu lado e aprovam a sugestão simples que o Chef Barton Seaver nos deixa: uma maneira simples de manter o peixe nas nossas mesas e salvar os jantares do futuro inclui a máxima preferida das nossas mães: “Come os vegetais!”.

Assista à Ted Talk com legendas disponíveis em português.

Photo credits:http://ift.tt/2sP8EaR

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sexta-feira, 16 de junho de 2017

Exercício físico no cancro do pulmão: uma terapia adjuvante

O exercício físico no cancro do pulmão pode ser usado como terapia adjuvante no alívio de alguns sintomas, bem como na doença pulmonar obstrutiva crónica, conhecida por DPOC.

Os doentes de cancro do pulmão apresentam uma sintomatologia pesada: falta de ar (ou dispneia), tosse, fadiga, ansiedade, depressão, insónia e dor.

Esta situação clínica agrava por diminuição significativa da capacidade funcional, após o diagnóstico de cancro do pulmão.

É, também, frequente os cuidadores e os familiares encarregues de cuidar destes doentes limitarem a atividade e o exercício físico. Sem intenção, conduzem-os ao descanso para reduzir sintomas, o que contribui para a inatividade física e leva a um descondicionamento físico ou perda de capacidade física. Porém, os doentes com menor tolerância ao exercício apresentam resultados cirúrgicos piores. Tem um grau de resposta inferior à quimioterapia, de tolerância e sobrevivência.

Ao longo dos últimos 20 anos, o aumento da prática de exercício físico parece conduzir a resultados promissores no cancro e na terapia das doenças pulmonares crônicas. Uma revisão sistemática publicada no Journal of Thoracic Oncology resume as evidências existentes sobre o exercício em doentes com cancro do pulmão. O estudo concluí que o exercício físico mostrou reduzir os sintomas, melhorar a tolerância ao exercício e a qualidade de vida, além de reduzir o tempo de internamento e as complicações pós-operatórias.

A reabilitação pulmonar antes e depois da cirurgia ajuda a melhorar a tolerância ao exercício, a dispneia e qualidade de vida. No entanto, a prescrição de exercício físico antes, durante e depois do diagnóstico e tratamento de um cancro do pulmão deve ser considerada.

Exercício físico no cancro do pulmão

Apesar dos benefícios e provas crescentes para aumentar a atividade física durante o tratamento do cancro e na sobrevivência, há uma questão frequente e pertinente: quanto exercício é que será suficiente?

Para um indivíduo ativo e saudável, dez mil passos por dia é uma meta frequentemente referida, mas provavelmente difícil de conseguir nos doentes de cancro do pulmão. Contudo, um estudo mostrou melhorias na qualidade de vida dos doentes que praticavam um exercício leve como a caminhada, prescrito ao longo de 6 meses.

O sistema de contar passos através do pedómetro pode ser uma forma de aumentar a atividade física mas sem sobrecarregar o doente. A prescrição de um exercício de baixa intensidade, como a caminhada diária, com metas definidas através da contagem passo a passo, pode ser um mecanismo seguro para identificar os limites de atividade de cada doente e de modo individual.

Referências:Bade, B. C., Thomas, D. D., Scott, J. B., & Silvestri, G. A. (2015). Increasing physical activity and exercise in lung cancer: reviewing safety, benefits, and application. Journal of Thoracic Oncology10(6), 861-871.; Lin, Y. Y., Liu, M. F., Tzeng, J. I., & Lin, C. C. (2015). Effects of walking on quality of life among lung cancer patients: a longitudinal study. Cancer nursing38(4), 253-259.; Créditos das imagens: http://ift.tt/2rCWj5mhttp://ift.tt/2s8gJGM 

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quarta-feira, 14 de junho de 2017

No Dia Mundial do Dador de Sangue, o que pode fazer? Dê sangue agora.

O dia 14 de junho é o Dia Mundial do Dador de Sangue. A campanha deste ano, concentra-se na doação de sangue em emergências. “O que pode fazer? Dar Sangue. Dê sangue agora. Dê com frequência.”

Os objetivos deste dia passam por aumentar a consciencialização sobre a necessidade de sangue e de produtos sanguíneos seguros. Ao mesmo tempo, pretende-se homenagear e agradecer a todos os dadores que ajudam a salvar vidas diariamente.

O sangue é um recurso importante em todos os tratamentos agendados e intervenções urgentes. Pode aumentar a esperança e a qualidade de vida de doentes com doenças fatais que necessitam de realizar procedimentos médicos e cirúrgicos complexos. O sangue é também essencial para tratar os feridos durante emergências de todos os tipos: desastres naturais, acidentes e desempenha um papel essencial na atenção materna e perinatal.

Todos os anos, milhões de pessoas colocam em risco as suas vidas em situações de emergência. Na última década, os desastres causaram mais de 1 milhão de mortes, enquanto as pessoas em emergências excedem anualmente os 250 milhões.

Diante de uma situação de crise ou emergência, todos nós vamos perguntar: o que posso fazer? Como posso ajudar?
“Dê sangue. Doe agora. Dê com frequência.”

Cada um de nós, só com um pouco de sangue pode ajudar alguém numa situação de emergência. É importante ser dador de sangue e doar sangue regularmente, para existirem reservas suficientes antes de surgir a necessidade.

Quais são os requisitos para ser dador sangue?

  • Ter entre 18 e 60 anos
  • Peso superior a 50 kg
  • Boas condições de saúde
  • Os homens devem fazê-lo com um intervalo de 60 dias até doarem novamente e as mulheres em 90 dias
  • As mulheres não podem estar grávida nem amamentando
  • Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas antes da doação
  • Estar alimentado, mas evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação
  • Apresentar documento original com foto recente, para identificação do candidato, emitido por órgão oficial.
Fontes da informação: http://ift.tt/2t0AE8M;Serviço Nacional de Saúde 

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segunda-feira, 12 de junho de 2017

O modelo Kübler-Ross: compreender a fase terminal da doença

O modelo Kübler-Ross descreve as cinco fases ou estadios emocionais pelos quais os doentes em estado terminal de uma doença passam. Negação e isolamento, ira, negociação, depressão e aceitação são estadios com intervalos de duração diferentes e substituem-se uns aos outros ou coexistem conjuntamente.

O primeira estadio de negação, a primeira reação do paciente e a resposta mais comum é “Não, não me pode estar a acontecer a mim”.
Os sentimentos de ira, fúria, inveja e ressentimento substituem a negação. A questão passa a ser: “Porquê eu?” ou “Porque é que isto não lhe aconteceu a ele?” A ira é projetada em todas as direções. É aleatória. Geralmente, a família e o pessoal hospitalar têm grandes dificuldades para lidar com o estadio de ira.
O terceiro estadio, o estadio da negociação é uma tentativa de adiamento onde está implícita uma promessa ou um acordo. A maioria destes acordos são feitos com Deus, em troca de mais algum tempo de vida.
Quando o paciente não consegue negar mais a sua doença, com um agravamento dos sintomas ficando mais fraco e magro. Há uma sensação de grande perda e entra no quarto estádio, a depressão.
Depois de algum tempo de adaptação, o paciente que receber ajuda para lidar com as etapas anteriores, alcançará o estadio da aceitação. O paciente encontrará alguma paz e serenidade e não estará nem deprimido nem zangado.

Elisabeth Kübler-Ross dedicou a sua vida e o seu trabalho a investigar sobre o processo que conduz à morte. Ajudou milhões de pessoas a lidar com a morte ou com a morte de familiares.

Ao considerar a morte a maior crise que as pessoas têm que enfrentar, a Dra. Kübler-Ross estudou o processo de morrer nos doentes terminais. Daí, surgiu o seu primeiro livro On Death and Dying lançado em 1969, disponível em português com o título “Sobre a Morte e o Morrer” Este livro é um clássico da psicologia, onde se aprende muito sobre os cinco estadios finais da vida e sobre o que os pacientes terminais têm para ensinar a médicos, enfermeiros e familiares.

Fontes de informação:Kübler-Ross, E. (2009). On death and dying: What the dying have to teach doctors, nurses, clergy and their own families. Taylor & Francis.

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terça-feira, 6 de junho de 2017

Perigo alimentar e risco alimentar são sinónimos?

É hoje consensual que a alimentação tem um papel de extrema importância na saúde dos indivíduos e das populações. Para além disso, cada vez mais os consumidores procuram alimentos que sejam seguros e que aliem o prazer de os consumir a benefícios adicionais de saúde. No âmbito da segurança alimentar são muitas as vezes que se ouve falar em perigo e risco alimentar. Mas será que perigo alimentar e risco alimentar são sinónimos?

O conceito de segurança alimentar tem evoluído ao longo dos tempos. É uma das principais preocupações da indústria alimentar. Segundo o Codex Alimentarius a Segurança Alimentar pode ser definida como a garantia de que um alimento não causará danos no consumidor quando preparado e/ou consumido de acordo com o uso a que se destina.

A responsabilidade de assegurar a segurança dos produtos alimentares cabe a todos os intervenientes na cadeia alimentar nas diversas fases em que intervêm. A segurança alimentar é um requisito para todas as organizações onde se execute qualquer uma das etapas de preparação, transformação, fabrico, embalamento, armazenagem, transporte, distribuição, manuseamento e venda ou colocação à disposição do consumidor de géneros alimentícios.

Assim, o principal objetivo da segurança alimentar é que o alimento seja direcionado para a saúde e bem-estar do consumidor, assegurando que os produtos alimentares não irão causar um impacto negativo na saúde do consumidor quando estes são processados e/ou consumidos como pretendido.

Perigo alimentar e risco

Perigo alimentar é definido como um agente biológico, químico ou físico presente no alimento, ou condição deste, que possa ter um efeito adverso para a saúde. Já o risco é a probabilidade de ocorrência do perigo para a saúde.

Os perigos podem ser de três tipos: biológicos, químicos e físicos. Os perigos biológicos são aqueles que representam um maior risco para a inocuidade dos alimentos e podem ser macro ou microbiológicos. Os macrobiológicos são, por exemplo, a presença de insetos ou roedores. Os microbiológicos são as bactérias, os fungos, os vírus e os parasitas, sendo estes os principais perigos que podem ocorrer de forma natural no ambiente onde são produzidos os alimentos.

A contaminação dos alimentos pode, igualmente, resultar da presença de contaminantes químicos, isto é, de substâncias que não são adicionadas intencionalmente a um género alimentício, mas que nele estão presentes como resíduos da produção, do fabrico, do processamento, da preparação, do tratamento, acondicionamento, da embalagem, do transporte ou do armazenamento do referido alimento ou em resultado de contaminação ambiental. Um exemplo deste tipo de perigos é a presença de mercúrio no peixe.

Os perigos físicos correspondem a qualquer material físico que quando presente no alimento, pode causar danos ao consumidor do produto. Incluem uma grande variedade de materiais, como por exemplo, areia, cabelos, caroços, espinhas, estuque, joias, lascas de madeira, metal, ossos, pedras, pele, pelos, plástico, restos de moldes, sementes, terra, tinta, vidro.

Em relação ao risco, ele é determinado pela exposição a um determinado perigo, tendo em consideração a frequência e a duração da exposição, assim como a quantidade a que um indivíduo foi sujeito. Deste modo, o risco pode ser: elevado, quando é frequente; moderado, quando pode acontecer e baixo, quando é improvável.

Perigo alimentar: presença de Salmonella

Um exemplo prático: perigo alimentar da presença de Salmonella num ovo. Se, porventura, for consumido cru, a bactéria Salmonella poderá estar presente neste alimento e a probabilidade de exposição ao perigo é elevada. Logo, o risco de doença também será elevado. Contudo, se o ovo for confecionado de forma correta, a probabilidade de exposição ao perigo será baixa e, consequentemente, o risco de doença será igualmente baixo.

Atualmente as empresas do setor alimentar procuram satisfazer os requisitos técnicos e legais que ao longo da cadeia alimentar salvaguardam a integridade do consumidor. No entanto, também nos cabe a nós, consumidores, assegurar que armazenamos e confecionamos os alimentos de forma adequada e de acordo com as recomendações, de modo a garantirmos a Segurança Alimentar.

Fontes da informação: Baptista, P. (2003). Sistemas de Segurança Alimentar na Cadeia de Transporte e Distribuição de Produtos Alimentares (3ª). Guimarães: Forvisão – Consultoria em Formação Integrada, S.A. Disponível em http://ift.tt/2syLVx1; European Food Information Council. (2017). Hazard vs. Risk. Disponível em http://ift.tt/2rZ642e; FAO/WHO. (2003). Codex Alimentarius (Vol. CAC/RCP 1-1969 Rev. 4); Rodrigues, C., Guiné, R., & Correia, P. (2015). Manual de Segurança Alimentar – Da Origem ao Consumo. Publindústria, Edições Técnicas.; Créditos da imagem: http://ift.tt/2syRE5N 

 

 

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